O Culto Maligno...

"Vinho" é "vinho". Penso enquanto colocava o copo barato, e não uma taça como de costume, em cima da mesa com o líquido rubro repleto de hemácias dentro. Aquela noite em especial pedia algo diferente. E o diferente para mim era algo que não fosse o luxo, visto que eu já havia conquistado um dos ramos do poder: o dinheiro!
Eu podia comprar quem eu quisesse ou o que eu quisesse e, sim, dependendo do país, até um país. Quando você não é mais limitada por uma idade de vida humana, você tem tempo para fazer as coisas acontecerem. Quanto valia aquele quarteirão no centro de Miami quando o comprei e quanto vale agora? Enfim, não sei porque estou aqui pensando sobre isso... deve ser o efeito nefasto de Paris.

Ignoro o copo sobre a mesa um instante e olho pela janela as luzes da cidade. Meus olhos fixos no horizonte. Era como se eu tivesse prestando atenção em alguma coisa lá longe. Mas não, a única coisa que prendia minha atenção naquele momento eram os meus pensamentos...
"Um novo lugar, novos desafios e novas conquistas..."

Eu havia deixado a América para trás. Consegui resgatar a minha filha e poderia conquistar Las Vegas, Na verde passei bem perto mesmo de conquistar Las Vegas. Seria uma questão de tempo. Mas aí uma coisa me fez pensar diferente...
"Quem é visto com mais importância? O personagem quase figurante de um best seller, ou o personagem principal de uma história praticamente anônima? É sobre isto que estou falando! Antes uma secretária na corte de Paris do que uma príncipe em Las Vegas!"
Por mais que os Estados Unidos seja o lugar mais importante no mundo dos humanos, o Velho Mundo é o lugar mais importante para os Membros! É aqui que tudo começou e aqui para onde as atenções se voltam."

Viro o copo... enquanto continuo fitando o horizonte distante... os próximos passos eu ainda não sabia como seriam...

"Noite após noite, de cidade em cidade... não posso me queixar de uma não-vida monótona."

Se meu objetivo de fato fora reencontrar Anny indo para America, ele foi cumprido, logicamente as consequências desse reencontro não tinham sido calculados com exatidão! Rsrs...
Minha passagem pela terra do tio Sam me gerou inimigos, aliados, dor... Muita dor e o mais importante, aprendizado. Não se pode mudar um sistema de 300 anos com palavras, foi minha maior lição.

Minhas ações na América me colocaram em risco, se me relacionar afetuosamente com um membro da seita inimiga não fosse o bastante, capiturei um membro ativo do principado, ajudei Malcom (líder dos anarquistas na América) a matar o Xerife Jack. A situação era insustentável, meus crimes viriam a tona a qualquer momento e a pedido de Anny voltei para Paris, tentar me reconciliar com o principado, preciso da confiança deles para nossos objetivos, Malcom se mostrou racional, impetuoso, mas caloroso, apaixonado por sua causa, tê-lo ao nosso lado seria imprescindível, com sua ajuda me manterei no velho mundo, digamos que nossa aliança tem se tornado uma forte amizade.

***Tin don*** "Dans quelques instants nous atterrirons à l'aéroport de Paris"

Uma brisa agradável invadia a varanda do quarto da tremere. Talvez fria demais para um corpo vivo. Mas Abigail já havia se acostumada com a falta de calor a muitos anos. A ancila contemplava uma das paisagens mais famosas do planeta, como um curador contempla uma bela pintura. Seus devaneios dançavam uma nova dança. Uma mistura de ansiedade e excitação tomava conta de sua mente. Ela tentava afirmar para si mesa, que ter vindo para Europa foi a melhor escolha, enquanto matava o ultimo gole daquele líquido vermelho que adentrava sua boca e descia suavemente por sua garganta.

Já passava de meia noite, e apesar de ser acostumada com os hábitos da mãe, Magnólia não conseguiu vencer a luta contra o cansaço. Afinal, a viagem fora longa e desde quando elas haviam chegado ao velho mundo, a garota não tivera a chance de repor suas energias. Diferentemente de sua mãe, que ansiava por um destino digno a sua altura, era apenas questão de tempo...

A vampira se vira para o interior do apartamento, buscando quase que instintivamente pela garrafa de vinho, quando é surpreendida por uma barulho até então comum, se não fosse pela aproximação abrupta na direção de seu refúgio temporário. Apesar de não soar como uma ameaça direta, ela sabia que estava em um lugar de monstros antigos e poderosos, e talvez levaria um tempo até que ela pudesse relaxar e se sentir segura na medida do possível.

Ao se virar novamente para a varanda, de onde vinha o barulho, a vampira pode notar uma criatura pequena, negra e de olhos vermelhos. O ser era demasiado escandaloso e parecia querer chamar sua atenção. Ela então se aproxima, receiosa, mas se aproxima.

Criatura:

Ao se aproximar daquela frágil criatura, Abigail percebe que amarrado em uma de suas patinhas, havia um pequeno pedaço de papel enrolado. Parecia que alguém estava tentando lhe entregar um recado.

Conteúdo da mensagem:

A natural alta sensibilidade proporcionada pela minha percepção super aguçada, somada à Disciplina Auspícius me fazia perceber a chegada de algo ao meu refúgio temporário, ainda antes dele realmente chegar. Eu sabia que algo estava vindo. Uma sensação de incerteza percorre meu corpo frio e instintivamente meu racioncínio aciona todas as possibilidades possíveis, me deixando pronta para qualquer tipo de iniciativa.

Eis então que vejo uma criatura, que eu sabia que não era natural.
“Um corvo...” eu pensava enquanto me aproximava. Sabia que Um corvo poderia ser muitas coisas além de um corvo. Por isso a aproximação era receiosa. Ao observá-lo eu notava um papel amarrado a ele. “Um pombo correio, entendi... Os Membros daqui realmente tem hábitos e métodos um tanto diferente dos americanos...”

Desato o papel do pequeno animal e então vejo que era um pedido de encontro.
“Museu de Orsay - 23h”. Eu lia mentalmente enquanto segurava o papel em minhas mãos.
“Parece que alguém quer conversar... Mas sobre o que será?” Me indagava enquanto continuava ali parada feito uma estátua olhando para o horizonte distante daquela velha Paris...

Havia como eu obter essa resposta e talvez, com um pouco de sorte, até ir a esse encontro sabendo mais da pessoa que fez o convite do que ela poderia imaginar. Para que isto fosse possível eu me concentrava, ampliando os meus sentidos muito além do mundo físico. Eu buscava as impressões que a pessoa que havia manipulado aquele pedaço de papel havia deixado nele... Auspícius - Toque do Espírito.

Independente do resultado da minha busca pelas impressões no papel, eu vestia o meu colete kvlar, apanhava meu celular e a chave do meu carro que já havia sido trazido da américa e partia para o Orsay. No caminho já faço uma ligação para Leonard, o motorista de app que havia tentado me assediar nos EUA. Ele já estava com um laço iniciado... seria um pouco mais fácil com ele.

- Leonard, preciso de um serviço seu. Estou te enviando uma localização. Tem dois corpos enterrados na construção dessa localização. Em seguida dou a descrição do lugar onde os corpos estavam para que ele pudesse encontrá-los. - Preciso que traga esses corpos para mim aqui na França. Embale eles dentro de caixas de madeira ou de qualquer outro material que não permita contato com o meio externo. As caixas, de madeira ou sei lá o que você vai usar, precisam estar lacradas e não podem ser abertas por mais ninguém além de mim. Não sei como você vai fazer isso, mas dinheiro não será problema. Não importa o preço, apenas consiga enviá-los para mim e venha junto, se possível. Acredito que um embarque ilegal em algum navio deve funcionar. Vou te adiantar 25mil dólares para você comprar as pessoas e os materiais que você precisar. Se precisar de mais me avise. chegando aqui eu te faço um pagamento de 50mil dólares pelo seu serviço. "Isso deve ser mais do que ele deve ganhar 2 anos trabalhando de fio a fio" eu pensava.

- Outra coisa muito importante: Desenterre os corpos à noite! De preferência hoje ainda. Não faça isso durante o dia. Não coloque e nem retire nada dos corpos. Siga minhas ordens e tudo dará certo! "até onde eu me lembro, estaqueei os corpos. Então se ele realmente não mexer, isso vai dar certo."
Até ond

Ângelo D´la Fere

D'la Fere refletia sobre sua passagem nos EUA, avaliando os ganhos e perdas. No final das contas, ele se consolava por ter voltado para França, se valendo de um argumento bem válido, sua cabeça estava em risco na América do Norte. O Lasombra foi pego de surpresa quando a comissária de bordo anunciou a aterrisagem da aeronave, solicitando que os cintos fosse colocados. Apesar de não ser tão frágil quanto praticamente todos ali, o vampiro segue as órdens daquela voz feminina.

Da janela ele observa a pista de pouso e em contempla enquanto chegava cada vez mais perto. A pista brilhava por causa de uma chuva fina que havia caído alguns minutos antes. Nada que oferecesse risco. O avião toca o chão e logo sua velocidade ia diminuindo até que parou completamente. Os passageiros ainda se mantinham quietos em suas poltronas. Do lado externo do avião, um veículo se aproximava com uma escadinha que cuidadosamente era acoplada na porta de saída. Nesse passo, alguns passageiros mais afobados já haviam se levantado e aberto o compartimento superior onde a bagagem de mão era guardada...

D'la Fere seguia o protocolo. Primeiro ele esperou os afobados saírem para depois poder sair mais tranquilamente. Percorreu todo o caminho até o saguão principal a pessos lentos porém constantes, as vezes se perdia em devaneios mas logo voltava. Afinal, mesmo para um imortal, essa era uma grande mudança. Mesmo sendo a França sua terra natal, já fazia muitos anos que ele não pisava naquele solo. Depois de um mix de sensações, uma lhe acalenta o coração frio, a sensação de familiaridade.

O Lasombra segue em seu lugar na fila para entrar no país. As pessoas em sua frente, tinham suas malas revistadas por Raio-X e depois passavam por um detector de metais. A fila luía e logo seria a vez do vampiro. Mas segundos antes uma mão repousa sobre seu ombro direito. Apesar de não imprimir força, se tratava de uma mão pesada por si só. Calmamente, fingindo uma ligeira surpresa, o Lasombra se vira para identificar quem o solicitava.

Homem desconhecido:

Em uma rápida analisada, D'la Fere pode notar um brasão de autoridade policial preso ao seu cinto. _Certamente um agente da imigração, pensou. Do lado do homem haviam dois seguranças do aeroporto. Uma mulher feia, meia idade, mas em boa forma e um homem acima do pesa de pele negra. Ambos usavam uniformes azuis comuns a segurança de aeroportos da maioria dos países. D'la Fere volta sua atenção para o homem que o tocou. - Por favor, queira nos acompanhar. Disse o policial que estentava um olhar sério, porém não ameaçador.

Ahhh... Enfim Paris...
Como já dizia os antigos "nada melhor do que estar em casa". Poder voltar ao Louvre depois de tanto tempo...sendo que já fora uma de minhas atividades preferidas, tentar compreender os sentimentos que os artista transmitem através de sua arte sempre foi um questionamento particularmente intrigante para mim, de certa forma me conecta com o passado e floresce meu lado mais empático.

O ritmo na América é diferente, acelerado, conturbado e bastante turbulento, nesse período nem me dei conta da falta que estar em casa me fazia.

O tempo nublado e chuvoso era predileto pelo vampiro, de certa forma o remetia aos bons momentos vividos com Anny e isso o trazia uma sensação nostálgica que era bem vinda por ele  naquele momento.

Seus súbitos devaneios já não o preocupa mais, não ali, afinal agora ele se sentia seguro e isso era algo que o cainita não desfrutava há muito tempo, mas essa sensação se esvaiu rapidamente quando ele fora abordado por um homem misterioso.

- Por favor, queira nos acompanhar. Disse o policial que estentava um olhar sério, porém não ameaçador.

Por mais que a fisionomia do homem não sugerisse uma ameaça declarada, suas vestis e escolta sugeriram por ele.
D'la fere pensou rapidamente em suas opções e não encontrou outra forma a não ser acompanhar aquele homem.
Acenando positivamente com a cabeça com um sutil sorriso no rosto sem demonstrar resistência, a não ser por uma breve pergunta:

_Qual o problema?

Abigail se aproximou daquela pequena e frágil criatura, que não parava de gralhar em sua sacada e pegou o bilhete que estava amarrado em sua pata. Ela lê o bilhete mas sente que poderia extrair mais daquele pedaço de papel. Voltando toda a sua concentração para aquele frágil pedaço de papel, a vampira buscava por impressões sobrenaturais de quem o manipulou antes dela. Em pouco tempo, sensações sensitivas começam a surgir em sua mente, sensações tão presentes que pareciam estar realmente ali ao seu lado. Um cheiro típico de escritório rústico tomava conta de suas narinas, cheiro de páginas de livros antigos, cheiro da madeira e do carpete... A imagem ia ficando nítida para ela na medida em que o tempo passava. A figura de um homem surge atrás da mesa. Logo o cheiro anterior se misturava a um perfume amadeirado de excelente qualidade. O homem escrevia o conteúdo desse papel e logo depois pegava o carimbo com o famoso símbolo da Camarilla para autentica-lo. A vampira agora vê o mesmo homem caminhando até uma gaiola. Ele a abre, pega a ave e amarra o pedaço de papel em seu calcanhar. Após ler o bilhete, a tremere logo se apronta para o encontro. Ela pegava todo o material que julgava necessário para o encontro e seguia seu destino.

Homem desconhecido:

No caminho, ela ligava para o seu potencial carniçal que havia deixado nos EUA. Assim que ouvia a voz da vampira o rapaz ficava claramente excitado. Questionamentos sobre a localização da tremere eram feitas por ele, disfarçando um interesse em seu bem estar, mas a vampira sabia o que ele queria, vitae. Breve, a ancila logo ia delegando uma missão extremamente difícil para o rapaz, que mesmo tentando não demonstrar, hesitava em aceitar tão facilmente aquelas orientações.

Após uma dedicação e gasto de energia naquela conversa, a vampira acaba conseguindo o que queria, pelo menos era o que o rapaz havia dito. Agora era só questão de esperar. É claro que o fato de reencontrar sua ama de sangue e o bônus das verdinhas ajudaram bastante. O GPS do carro de Abigail emitia um aviso sonoro alertando-a que o destino já havia sido alcançado. A vampira estava diante do Museu citado no bilhete. O local estava totalmente apagado e não havia sinal de nenhuma atividade tanto dentro como fora do museu. Abigail rodeava o museu a procura de uma entrada, algum lugar que desse acesso a um possível lugar reservado para membros mas sem sucesso. Foi então que ela se deu conta do terrível engano que cometera. O bilhete dizia 23h, mas o corvo foi enviado depois da meia noite, logo o encontro possivelmente seria na próxima noite...

Alex escoltado por sua carniçal e segurança particular Emilia, e acompanhado de suas empregadas pousa no Aeroporto da Cidade iluminada. Da janela da aeronave, ele podia ver a torre mais famosa do mundo se aproximando a medida que o avião avançava na direção da pista. Paris era bela de qualquer ângulo ele pensava, porém, poucas pessoas naquele avião, sabiam o que ele sabe sobre Paris. Lar de criaturas tão poderosas e antigas que manipulam o destino da humanidade de dentro dos seus refúgios secretos...

Eles desembarcam e seguem todo o protocolo de entrada na Europa. As pessoas em sua frente submetiam suas malas ao Raio-X, e a fila seguia até chegar sua vez. Emilia sempre ao seu lado, atenta a qualquer movimento suspeito que poderia oferecer algum risco ao seu amo de sangue. Antes que Alex pudesse notar, ela o alertava, com um movimento de cabeça e olhar voltado para trás do vampiro, indicando a direção que ele tinha que olhar. O brujah se vira e percebe um homem bem vestido caminhando em sua direção. Ele estava acompanhado por dois seguranças uniformiazados. Alex pode notar um brasão da autoridade polciial preso ao cinto do homem.

Homem desconhecido:

- Boa noite Senhor. Queira nos acompanhar por gentileza?

Apesar da abordagem tranquila do policial, D'la Fere sentiu sua sensação de segurança ir embora com a necessidade de ser movido para outro local por uma autoridade. Bom, quem não ficaria apreensivo? Ainda mais sendo quem é, e sabendo de todo o mal que existe no mundo e que é ignorado aos olhos do gado. Mas mesmo assim ele não tinha tantas opções. O lasombra acompanha o policial, e os quatro seguem por um corredor até uma sala bem simples. Apenas uma mesa no centro e uma cadeira oposta a outra. D'la Fere entra segurando sua mala e logo depois o policial. Os Seguranças por sua vez, não entram na sala. O policial sugere que o vampiro se sente em uma cadeira enquanto trancava a sala.
Após se acomodarem, o policial agora mais avontade, não fazia questão de esconder suas presas. D'la Fere logo percebe a real natureza daquele homem.

- Agora que estamos a sós, podemos ficar avontade. Permita-me apresentar, Sou Viktor, Harpia da Camarila de Paris. Minha função é interceptar todo e qualquer membro que adentre em nossos território. O que trás o Senhor a França? Tens Refúgio aqui?

Pelas conclusões que eu havia tirado o Orsay era o Elísio, ou um dos locais do Elísio de Paris. A pessoa que me havia enviado o recado certamente era alguém responsável pela minha recepção. Eu precisava daquela reunião para decidir de fato que caminhos tomar naquela cidade, o investimento certo. E isso dependeria muito das informações que eu receberia na noite seguinte. Eu queria construir o meu reduto de influência, seja um pub ou um hotel, ou uma empresa. Não dava para começar sem saber em que situação se encontrava Paris.

“Mas há sim algo que eu possa fazer para adiantar a minha noite e não perder tempo. Vou precisar de rebanho e servos mortais. E para esta captação eu não preciso esperar a noite seguinte.”

Volto para o meu carro, fecho os vidros, apanho meu celular e baixo o Tinder. Crio um perfil fake, com uma foto provocante e um nome que não correspondia ao meu, obviamente. Nas opções de busca do perfil coloco para buscar tanto homens quanto mulheres, como se eu fosse uma bissexual (e de fato não deixava de ser, afinal sangue é sangue) de todas as idades. E na descrição colocava: “O melhor sexo oral da sua vida! Vem me conhecer!”

“Ser um vampiro do sexo feminino tinha as suas vantagens. Homens são obcecados por sexo e um corpo e rosto feminino bonito é como se fosse quase uma disciplina extra contra o rebanho.

Assim que finalizo o perfi, dou partida no motor do carro e saio andando pelas ruas da cidade. Procuro um jovem rapaz ou moça caminhando pelas calçadas (ou talvez até dois ou três, desde que não sejam casal). Se não encontrar ninguém eu me dirijo para algum boteco. É hora de caçar...

D'la fere acompanhou os "polícias" pelo trajeto indicado, caminho no qual o levou a uma sala que ficava ali mesmo no aeroporto, de fato ele não entendera o que pudesse estar acontecendo, já que acabara de chegar em solo Francês.

Pensamentos rápidos surgiam em sua mente, mas nada que o levasse a ter alguma certeza sobre a razão daquela obordagem.

Ao entrar na sala Ângelo nota que apenas o homem que o abordou o acompanhava para dentro enquanto os outros permaneciam do lado de fora...

"- Agora que estamos a sós, podemos ficar avontade. Permita-me apresentar, Sou Viktor, Harpia da Camarila de Paris. Minha função é interceptar todo e qualquer membro que adentre em nossos território. O que trás o Senhor a França? Tens Refúgio aqui?"

Uma apresentação nada sútil! Mas bem objetiva, logicamente uma abordagem que deixava Ângelo surpreso e até meio sem reação de primeiro momento, não acreditava que a Camarilla estivesse tão vigente ao ponto desse encontro prematuro, mas o que parecia um encontro de rotina era uma grande oportunidade, D'la Fere apesar de neofito já tinha alguns anos e sabia bem como tocar a música da sociedade vampirica e não deixaria a chance de estar presente a estirpe parisiense passasse em vão.

- Nossa! Me sinto aliviado - exclamou o cainita relaxando sua postura
- por um momento acreditei estar em maus lençóis
- me chamo D'la Fere, Ângelo D'la Fere! É um prazer estar em presença de um membro de tamanha importância.
Vim a Paris a pedido de minha senhora, como sou Parisiense tenho um imóvel antigo, mas não sou tão apegado a lugares luxuosos, onde estiver meus livros... Me basta - sorriu amigávelmente.
- contudo, seria um prazer me apresentar ao Príncipe e aos demais, e se de alguma forma meus conhecimentos forem úteis, seria um prazer poder servir.

Abigail percebe o engano que cometeu mas está disposta a não perder a noite. Estava nas ruas de Paris, arrumada, bom ela nem precisava de tanto, e motorizada. Ali mesmo a vampira instalava um app de relacionamentos em seu telefone para começar uma caçada moderna. Enquanto esperava as curtidas chegarem, a tremere dirige seu carro pelas ruas em busca de uma vítima mais palpável. Ela passa por mendingos, policiais, adolescentes bêbados mas nada que relamente valesse a pena. Talvez fosse o horário. Ela pega seu telefone e se surpreende com a quantidade de likes obtidos tanto por mulheres quanto por homens. Ela acaba se perdendo na tela do celular e quase não percebe um homem se aproximando do seu carro, difícil era pegar essa vampira de surpresa.

- Ei, Ei.... cof cof... O que você quer? Pergunta um homem de meia idade, gordo e bêbado. Suas roupas eram nojentas assim como sua barba e cabelos grisalhos. Ele segurava uma garrafa de alguma bebida alcoólica e mancava enquanto andava.

- Tem um trocado aí para um velho enfermo? Perguntava aquela voz rouca e ligeiramente cansada.

Simultâneamente, uma mulher muito bonita tentava puxar assunto com a vampira no Tinder.

- Oi, gostei de ti. Seu nome no app era Camila, e sua foto de perfil revelava uma jovem 20-25, de cabelos loiros, olhos azuis e pele clara. Seus lábios rosados e carnudos chamaram a atenção da vampira. No perfil de Camila, dizia que ela era universitária do curso de Belas Artes e morava em Paris.

O alívio surgia e logo D'la Fere se sentia mais avontade. O lasombra respondia as perguntas da Harpia e expressava seus desejos para ele. Viktor Sorria amigavelmente e continuava.

- Muito bom Senhor D´la Fere, Sendo assim bem vindo de volta. Permita-me realizar o registro do senhor em nosso banco de dados. Viktor aponta a câmera do seu telefone na direção de D'la Fere e logo a surpresa era percebida em seu rosto.

- Ora ora... Estamos diante de um Guardião! D'la Fere percebia a postura de Viktor ir de amigável para desconfiado. Afinal, Lasombras antitribos eram raríssimos. Se não fosse a Europa, um continente antigo, berço da maioria das atipicidades, talvez Viktor já teria atacado o lasombra.

- Geralmente, iríamos marcar uma audiência com alguns membros da corte da Camarilla na noite seguinte ou na próxima. Porém o Sr merece uma maior atenção. Disse que veio encontrar com sua senhora... Trata-se de uma guardiã também? Consegue falar com ela agora?

- O Sr e sua senhora precisam se apresentar ao principado imediatamente.

A metodologia da Camarila nas terras francesas surpreende o brujah. O desconforto era nítido em sua face que demonstrava uma ligeira impaciência com aquilo tudo. Viktor não demonstrava empatia e nem o contrário a respeito.

Ao ser questionado, o brujah logo citava o nome de Élise, Primógena Brujah da corte francesa. Sua influência transcendia as fronteiras e seu status era esmagador. Viktor não parece surpreso, na verdade, ele parecia preparado para aquele encontro.

Com o telefone em mãos, Viktor parece buscar alguma coisa na tela e quando a encontra, ele volta o olhar para a face de Alex. - Está certo, bem vindo a Paris, aproveite a estadia Sr Alex Weise. Dizia Viktor com um sorriso amarelo exibindo suas presas.

Não é segredo para nenhum cainita sobre as maldições do sangue, cada membro e dotado de uma maldição, uma macula proveniente de seus clãs que perturbam a existência vampirica, elas podem variar desde uma "simples" impulsividade típica dos petulantes até uma aparência podre, sobre a minha? Digamos que eu não poderia ser um sucesso no tik Tok.

Agora o clã de Ângelo já não era mais desconhecido, pelo menos isso que qualquer um pensaria, pois essa maldição é típica dos lasombras, mas qualquer um poderia desenvolve-la, independente do clã. D'la Fere sabia sustentar demasiada bem seus argumentos e poderia convencer Viktor de que pertença qualquer outro clã, a dúvida era...
Confirmar a suspeita da Harpia e ficar sobre observação da Camarilla ou inventar uma história e correr o risco de ser descoberto mais tarde?

- Ora ora... Estamos diante de um Guardião! D'la Fere percebia a postura de Viktor ir de amigável para desconfiado. Afinal, Lasombras antitribos eram raríssimos. Se não fosse a Europa, um continente antigo, berço da maioria das atipicidades, talvez Viktor já teria atacado o lasombra.

Viktor mudou sua fisionomia rapidamente quando deduzira o clã de D'la Fere, que já passará por essa "hostilidade" ou preconceito por inúmeras vezes...

-Sim Viktor, um lasombra e espero sinceramente que não me julgue pelo histórico perturbado de meu clã!
Como um filho que nasce bastardo sem escolha. Viver sobre os princípios e conduta da Camarilla foi escolha minha - D'la franziu as sobrancelhas mudando de amigável para uma expressão seria e rígida. Deixava transparer que já estava cansado de ser tabelado por seu clã e não suas competências individuais.

- Você se confundiu Viktor, não disse que minha senhora viera comigo... Ela permanece na América e a msm por não estar sobre a tutela do príncipe local, prefere o anonimato.

-E se minhas respostas foram satisfatórias me leve até o príncipe será um prazer me apresentar em carne e osso!

Olho com desdém para o homem gordo e nojento com uma garrafa de bebida na mão.
"não serve nem para alimentação. Não quero sofrer efeitos do álcool através do sangue, pelo menos não nessa noite e não dessa forma. Numa noite de comemoração, quem sabe... talvez. Mas não hoje!"

Apesar de não ser uma ventrue, eu era um pouco exigente em minha alimentação. Diferente dos gangrels que tem um pricípio básico do tipo: "sangue é sangue", não se importando nem se seja sangue humano ou animal. Para mim isto se aplicava somente em caso de extrema necessidade. Ocasião que não era o meu caso naquele momento.


Deixava o medigo falando sozinho enquanto eu afundava o pé no acelerador do carro e após andar alguns quarteirões procurava um lugar tranquilo para estacionar e poder conversar no bate papo do Tinder que parecia mais promissor que uma caçada pessoal pelas ruas.
"Como pode isso? Os anciões nem imaginam que uma caçada virtual às vezes se revela muito mais produtiva do que uma caçada pessoal"

- Eu também gostei de ti. enviava a mensagem.
- Gostaria de sair agora? Podemos continuar essa conversa pessoalmente, que eu tenho certeza que será muito mais interessante! Posso te buscar se vc permitir!

Tentava já garantir um jantar ainda esta noite. Iniciava conversas simultâneas à Camila com perfis que eu julgasse interessante.
"Vejo a importância de se atualizar. A tecnologia dos humanos é realmente uma coisa incrível. É por isso que os sangue fraco, mesmo não tendo o poder do sangue dos velhos anciões podem ser uma ameaça perigosa aos Antigos. Eles estão mais próximo do mundo dos humanos. Às vezes um celular pode ser mais útil que um Auspícius de níveis elevados..." pensava eu...

Mais uma vez a estigma carregada pelo seu clã assola D'la Fere. Não é por menos. O clã lasombra é o cérebro da seita rival. Vampiros desse clã significaram uma ameaça que tirava o sono da Camarila. Inteligentes e poderosos, os dominadores das sombras espreitavam e caçavam os membros da torre de marfim, tomando seus domínios e bebendo de seus sangues... Mas isso tem cada vez mais compondo o passado.

D´la Fere diante daquele comportamento tendencioso de Viktor, não abaixou sua cabeça e esperou sua sorte o guiar até onde daria. Firmemente, ele corrigia sua postura, para de quem falava com convicção e retrucou o preconceito da harpia com uma segurança inabalável.

-Sim Viktor, um lasombra e espero sinceramente que não me julgue pelo histórico perturbado de meu clã! Como um filho que nasce bastardo sem escolha. Viver sobre os princípios e conduta da Camarilla foi escolha minha

Viktor apenas o encarava, como quem espera mais...

- Você se confundiu Viktor, não disse que minha senhora viera comigo... Ela permanece na América e a msm por não estar sobre a tutela do príncipe local, prefere o anonimato.

D'la Fere ressaltava o erro de compreensão da harpia, mas Viktor continuava esperando o lasombra acabar de falar. E nada dizia ainda.

-E se minhas respostas foram satisfatórias me leve até o príncipe será um prazer me apresentar em carne e osso!

Nessa hora, Viktor sorria. D'la Fere não entendia o motivo daquele sorriso, mas antes que Viktor pudesse prosseguir, algo lhe requisitava a atenção. A harpia colocava sua mão envolvendo um de seus ouvidos e concentrado, parecia estar escutando algo ou alguém. Segundos depois ele dizia. - Ok, estou a caminho.

Viktor olha para o guardião, enquanto ajusta o aperto da pulseira de seu relógio. - Bom, o Sr terá que esperar um pouco. Surgiu um imprevisto. Mas garanto-lhe que não irá demorar muito. Assim que voltar, o Sr será conduzido para um encontro com o principado, assim como deseja. Ao terminar a frase, aquele sorriso novamente preenche seus lábios. Tentando identificar o que estava por trás daquilo, D'la Fere chega a desconfiar de um sarcasmo ou deboche... mas não tinha como definir.

Analisando as chances de sucesso, Abigail simplesmente deixava o pobre mendigo falando sozinho. Nem mesmo um trocado ela ofereceu para ele. Em sua concepção, se tratava de um homem nojento, asqueiroso, que não lhe serveria nem como alimento. E talvez ela não estivesse tão errada...

Assim que a vampira encontra um local mais civilizado, ela estaciona o seu carro e em segurança, respondia o chat do Tinder. Camila lhe chamou a atenção.

- Eu também gostei de ti. enviava a mensagem.
- Gostaria de sair agora? Podemos continuar essa conversa pessoalmente, que eu tenho certeza que será muito mais interessante! Posso te buscar se vc permitir!

Camila demora alguns minutos para responder, enquanto isso, a tremere analisava outros perfis no app e refletia sobre o quão poderosa era a tecnologia e como isso poderia ser tornar uma ameaça. 10 minutos se passam, até que uma resposta. - Nossa, sério? kkk Me desculpe, mas vc está na seca? rsrsrs... Não é nenhum tarado nojento usando foto falsa de perfil né?

Abigail percebe que sua iniciativa prematura assustou um pouco Camila, talvez não seria tão fácil como a tremere pensava. A ancilla olha para o ambiente em volta do carro. Ela havia estacionado no começo de uma rua repleta de Pubs e Restaurantes renomados de Paris. Apesar do horário, aquele local pulsava vida. Luzes, músicas, e pessoas bonitas preenchiam a paisagem...

Finalmente, aquele encontro havia terminado. Apesar de breve, o brujah se sentia incomodado com aquelas formalidades da seita. Antes de sair ele soltava um último questionamento para a harpia.

Obrigado, Sr. Viktor. Espero podermos nos rever em breve. Quando eu for prestar meus respeitos ao Príncipe, talvez?

Viktor prontamente respondia. - Bom, acredito que em breve. Uma reunião geral está prestes a ser convocada. Talvez o Sr tenha chegado em boa hora Sr Weise. Sorria o vampiro para o brujah.

Do lado de fora o neófito tentava consolar sua "segurança".

Apenas pró-forma, não se preocupe.

A mesma respondia com uma cara de quem estava de saco cheio...

Assim que saía de sua sala, o vampiro segui por um corredor e passava do lado de outra sala. Viktor vinha atrás. Uma breve olhada, e Weise percebia que parecia com a sala em que ele fora interrogado pela harpia. Só que nela, haviam dois seguranças em pé e um homem sentado em uma das cadeiras.

Homem desconhecido:

O neófito continava o caminho acompanhado de sua carniçal e notava que Viktor adentrava a tal sala que acabará de obervar. O caminho até o lado de fora do aeroporto fora tranquilo. Ele avistava o carro que o aguardava e finalmente podia falar que estava em Paris, a cidade iluminada.

- Nossa, sério? kkk Me desculpe, mas vc está na seca? rsrsrs... Não é nenhum tarado nojento usando foto falsa de perfil né?

"- Talvez fui um pouco rápida." Pensava. Então eu respondia:
- Sou pior que um tarado... Estou sempre na seca, sempre querendo mais... rs Fazia um trocadilho com a minha sede, tentando quebrar o gelo e tornar a minha abordagem rápida menos tensa e mais descontraída.
- Então conversamos outra hora. Vou curtir minha noite aqui no... e citava o nome de algum pub ou restaurante sofisticado que eu podia ver dali, mostrando que apesar de ter sido rápida eu não fazia questão dela, incitando em Camila o pensamento de que talvez eu apenas era uma pessoa que não tinha paciência para aquela demorada dança do acasalamento e que eu era naturalmente mais direta. Descia do carro e procurava alvos em potenciais para eu me aproximar. Mas sempre de olho se Camila ou alguém mandaria uma resposta.