O Culto Maldito IV

Ps 14/15
Fv 10/10

Muita coisa rolou desde aquela fatídica noite. Uma sensação extremamente ruim... Abigail sentiu medo. Paris parecia condenada, assim como seus cidadãos. Mas como alguém que acorda de um pesadelo, aquilo foi-se tão rápido quanto chegou. Aos poucos a cidade foi voltando ao normal e aquele evento foi caindo no esquecimento... 

Jaque Beaumont havia ficado com todo o crédito. O Toreador que expulsou os infernalistas de sua cidade. Um mal antigo que insiste em existir. O nome de Jaque soou até em uma indicação a arconte de um justicar não revelado... Era o que circulava nas bocas das harpias e dos membors mais presentes no elísio. Porém o trono parisiense lhe parecia confortável demais para considerar voôs mais altos. Apesar de toda sua ambição.

Magnólia havia se recuperado bem. Não houve sequelas e ela quase não falava naquela fase ruim. A pequena garota se tornava uma belíssima adolescente dando sinais de que seria uma mulher que chamaria bastante atenção. Ela se adaptou muito rápido a cidade luz, que logo virou sua paixão. Influenciada pelo ambiente, Magnólia se tronou uma adolescente romântica e sensível. Ela aprendeu, quase que naturalmente, a apreciar as belas artes. Seja de qual campo for. Magnólia aos poucos ia construindo uma alma artística.

Abigail também estava se saindo muito bem. Era inteligente para fazer seus recuros crescerem cada vez mais, aumentando seu patrimônio... Dentro da seita, ela praticamente não era mais ligada ao cargo de algoz que foi submetida nos tempos difíceis. Foi apenas um reforço que agora não é mais necessário, deixando a tremere livre para circular em qualquer setor da camarila e investir em suas ambições particulares... 

Sua conversa com Agelique Didier (Neófita do clã Tremere) havia deixado com a pulga atrás da orelha. Como assim Jaque estava junto com os infernalistas? Foi ele que os expulsou. Todo mundo sabia disso. Além disso, não havia mais sinais da presença desses malditos. As noites em Paris nunca estiveram tão tranquilas.

Como se isso não fosse o suficiente, Jaque havia feito um convite tentador para Abigail. Ocupar o cargo de primigênie, já que não haviam representantes do clã no conselho. Mas a que preço? Abigail sabia claramente que Jaque Beaumont não estava apenas querendo completar o conselho com cada clã existente. O último que sentou nessa cadeira, desapareceu misteriosamente noites depois de expressar opiniões contrárias a do principado.

Como eu poderia esquecer aqueles dias difíceis dos quais passei logo após chegar em Paris? Por mais que as coisas tenham voltado ao normal, algumas peças daquele quebra cabeça não se encaixavam e, embora eu não manifestasse publicamente, intimamente eu tinha plena convicção de que o príncipe estava por detrás de todo aquele reboliço. Não só ele, mas o Xerife, alguns algozes e certamente outros Membros de relevância e peso, na primigênie e também alguns que não ocupavam postos. O "mal" estava enraizado na corte de Paris e eu não duvidava que eles pudessem tentar um culto 2.0 ou eliminar aqueles que não vendessem suas almas se aliando a eles em seus propósitos malignos.

"Em uma noite como algoz eu descobri alguns Membros ligados ao infernalismo. A incompetência de alguns algozes, do Xerife e até do próprio príncipe não é e não foi uma mera coincidência. Foi conivência. São todos parte do mesmo esquema maligno... e agora Agelique Didier vem apenas confirmar o que eu já suspeitava."

Pensava nessas coisas enquanto em meu refúgio meus olhos percorriam sobre aquele lugar movimentado. Antes era somente eu e Magnólia. Mas agora havia também a última aquisição, minha "namorada" e secretária de assuntos pessoais. Havia encomendado também os corpos de dois Brujah Anarquistas da América nos quais eu havia completado o laço de sangue, tendo a meu dispor Membros de sangue e, consequentemente, dons distintos dos meus para formação de um novo grupo de lacaios.

Mas não era somente expandir os meus negócios, meu poder em forma de lacaios e influência que era necessário naquele momento, mas iniciar uma articulação para combater Jaque Beaumont! O convite para ocupar o lugar de primigênie Tremere, eu bem sabia que nada mais era do que uma tentativa de colocar o clã Tremere ao lado de seus projetos malignos, afinal o clã Tremere, Malkaviano e Giovani eram os clãs que não estavam sob seu domínio. Sumir com o antigo Primigênie Tremere foi uma péssima jogada no tabuleiro de Xadrez de Beaumont. Embora ele não seja ligado ao possível assassinato de nosso irmão de clã, agora ficou claro para todos que queiram ver, de que lado Beaumont realmente está. Além disso, será ainda mais fácil para que eu solicite uma investigação do alto escalão da pirâmide do clã Tremere, resultando em uma possível demanda do círculo dos sete para que um Justicar ou talvez até o círculo interno da Camarilla leve Beaumont a julgamento.

"Não vou responder o convite de Beaumont imediatamente. Mas preciso me preparar para o não. E quando for a hora de expressão o não, preciso ter forçar para me virar até que o alto escalão do clã Tremere envie ajuda..."
Há algum tempo eu havia criado uma companhia Para-Militar, usando de faixada a necessidade de recrutamento de militares para a guerra da Ucrânia. Era hora de usar algum dinheiro para a criação de um hospital para auxílio desses mercenários que seriam enviados à guerra, criar campanhas de doação de sangue e com isso obter um certo estoque de sangue. Quando Paris foi fechada eu percebi a necessidade estratégica de ter um estoque de sangue, enquanto se mina a força dos inimigos reduzindo a "disponibilidade" de Vitae.

Desta forma eu me sento em frente ao computador e inicio imediatamente os trabalhos online para a compra ou aluguel de um prédio e dou início à criação de um hospital de campanha, abrindo contratação de médicos, funcionários, enfermeiros e a preparação do ambiente.

Em seguida faço um segundo anúncio em vários canais da internet: EuroArmy contrata homens e mulheres com experiência militar. Currículos para o email...: E então deixo o email que eu havia criado para a companhia. Em seguida era só aguardar os trabalhos do hospital começarem e chegar o dia e o horário das entrevistas dos currículos que eu haveria de pré-selecionar para fazer a "entrevista pessoal".

Ps 14/15
Fv 10/10

Olhando a cidade, a vampira reflete sobre sua jornada até aquela noite. Apesar de todas as dificuldades, ela conseguiu se sair bem e além disso, plantar sementes que a deixariam mais forte e influente no futuro.

Ela abre seu notebook enquanto concluia que era melhor deixar Príncipe de Paris para depois, afinal, ele era um infernalista. Abigail escolhia acreditar em Angelique e em seus próprios instintos. Beaumont era infernalista, ou no mínimo estava os ajudando.

Abigail começava a dar os primeiros passos para execução de seus planos ali na cidade. Ela com certeza não seria apenas mais uma cidadã, que passa despercebida pela história da cidade. Abigail começava a estudar um caminho para abrir seu próprio hospital com um objetivo obscuro além dos filantropos… ter um banco de vitae disponível e quem sabe, controlar o recurso na cidade em outra eventual crise sanitária…

Ela também dedica seu tempo em uma empresa de serviços militares que havia criado no passado, mas que por conta dos eventos não teve oportunidade de admnistrar de perto. Para sua surpresa, assim que abria o e-mail criado exclusivamente para esse fim, vários e-mails com currículos estavam a espera de visualização… Agora era apenas questão de abrir, ler e avaliar quais os melhores para o próximo passo, a entrevista.

Apesar de não ser grandes coisas, mas Abigail já contava com 2 cainitas a sua disposição. Vampiros esses que ela havia laçado quando nos EUA. E agora podia gozar de seus atributos físicos para realização de serviços que precisassem “sujar as mãos”.

Peço Camila para que negocie a compra ou o aluguel de um galpão para que funcione como a sede da Euroarmy. Que instale um escritório, um alojamento e uma pista de treino e em seguida marco a entrevista pessoal. Assim que todos os candidatos estivessem na sala de espera eu chegaria e diria:
- Boa noite a todos! Eu sou a presidente da Euroarmy. Sejam todos bem vindos. Vocês foram recrutados e as vagas já estão quase empregados. A empresa exige apenas alguns detalhes para que agora vocês sejam efetivados. Precisam passar pela quarentena.

Então recolho os celulares de todos eles, avisando-os que seriam devolvidos após a quarentena da empresa, que duraria três dias. Durante esse período eles não poderiam sair da empresa. Em seguida convido um a um para conversar separadamente comigo no escritório. A cada um que entrar eu o faço beber uma porção da minha vitae (1 pds) que estava misturado com um suco de uva e que eu haveria de avisar que era obrigatório a bebida do suco. Como procedimento eu também ordenava a "doação de sangue" de todos eles, como um procedimento operacional padrão de uma companhia militar. Camila haveria de contratar uma enfermeira e comprar as bolsas, agulhas e o equipamento necessário para a coleta do sangue, retirando o máximo que podia retirar de cada um sem prejudicar sua saúde e assim já repondo minhas reservas e levando a sobra para o meu refúgio.

Ainda na Euroarmy eu conecto os celulares de cada um no notebook e faço uma varredura afim de certificar quem era realmente cada um daqueles homens e mulheres, se escondiam alguma intenção que eu deveria saber, e instalo malwares que me reportavam tudo o que eles falassem no celular, bem como sua localização e gps para o meu celular.

Por fim ia embora e repetia o processo de fazerem beber da minha vitae até o ciclo completo do laço de sangue se concretizar.

Ps 14/15
Fv 10/10

Alguns dias se passam e Abigail com o auxílio de sua carniçal, Camilla, conseguiam por em prática tudo que estava no papel. 7 candidatos escolhidos a dedo pela própria tremere, estavam sentados diante da mesma. Após se apresentar e seguir aquele protocolo de uma entrevista, Abigail fazia um comunicado um tanto ousado. Recolher os telefones dos 7 e colocalos em quarentena. Alguns ali não conseguiram disfarçar a estranhesa daquela proposta, porém a maioria aceitou sem protestar, com excessão de uma...

[Verônica] - Perdão Sra Presidente, mas isso é mesmo necessário? Além do mais, poderia justificar tal exigência tão peculiar? Eu sei que em casos extremamente rigorosos como a segurança presidencial por exemplo se aplica esse modelo, mas nunca havia ouvido falar na adoção dessa prática por empresas da iniciativa privada... Acredito que há pontos relevantes que devem ser expostos antes de qualquer tomada de decisão, como por exemplo nossa remuneração e benefícios, afinal é para isso que estamos aqui, porque nome já temos no mercado.

3 dos 7 além de Verônica, pareciam demonstrar interesse na resposta da vampira referente ao questionamento.

DADOS...:

Uma das candidatas estranhava o procedimento. Precisaria convencê-la e acalmá-la. E faria isso de uma forma ou de outra.
- Verônica? Não é mesmo?! Cara candidata, entenda que é o protocolo da empresa. Eu adorava esse termo. Era uma forma de dar uma explicação sem explicar coisa nenhuma. Afinal protocolos são protocolos e ponto final. - Aproveitando a sua pergunta, o salário de vocês será fixado inicialmente em 7mil dólares. É de comum conhecimento que os "voluntários" na guerra da Ucrânia estão recebendo um incentivo de 5mil dólares. Vocês vão ganhar que qualquer soldado de qualquer exército, vão ganhar mais que aqueles que estão lutando na Ucrânia e sem correr o risco que os combatentes estão correndo em Kherson, pois nossa frente de atuação é o de segurança privada de empresas. Quando muito terão que fazer a segurança de pessoas importantes. Também terão direito a plano de saúde, alojamento, carro alugado em nome da empresa e alimentação. (Mal sabiam que eles também seriam minha alimentação... assim eu sorria maquiavelicamente, mentalmente apenas, claro!)

- Se não concordar com a política da empresa, eu aguardo a senhora sair para que eu prossiga com os demais. Acenava com a mão mostrando a direção da porta de saída.

Ps 14/15
Fv 10/10

De forma incisiva, a tremere conduzia aquele "contra-tempo" de maneira firme e confiante. Verônica não conseguia esconder seu constrangimento e decidia prosseguir com os ritos da admição por vergonha de fazer qualquer outra coisa. Os outros que por um momento flertaram com um possíveo protesto ascendido por Verônica, acabaram por se calar após o desfecho.

Questionamentos resolvidos, todos partem agora para o próximo passo. Seus telefones eram recolhidos por Camilla e o grupo dos 7 seguiam Abigail para uma outra sala, daquele galpão que Camilla alugou. Com calma e paciência, a ancillae ministrou cada passo daquele processo de forma profissional. Telefones "confiscados", primeiro nível de laço de sangue consumido, sangue retirado pela enfermeira contratada para se fazer cumprir os trâmites da empresa e malwares instalados... agora era só repetir o processo do laço mais duas noites que se seguem...

a parte "chata" da noite era finalizada com sucesso e Abigail agora tinha todo o tempo livre para explorar as possibilidades que aquela noite oferecia...

DADOS...:

Terminado o trabalho eu dispenso Camila, peço para que ela vá ficar com Magnólia, chamo os dois Brujah e entro no carro. Saio pela cidade observando o movimento e vendo o que a noite poderia oferecer. Observo o tráfego de pedestres, às vezes em um desses momentos você acaba flagrando um humano em potencial para se tornar um lacaio ou talvez até algo mais. Além disso tento entrar em contato com a sede do clã Tremere em Viena, informando que tinha sido convidada para assumir a posição de primogeno Tremere em Paris, mas que para isso precisaria antes ser promovida pelo clã Tremere a Regente da Capela, e com isso é claro, viria mais poderes dentro do clã, acesso a feitiços que um Tremere de minha posição não tinha e poderes para abraçar novos membros para formar a capela local.

Ps 14/15
Fv 10/10

Após o compromisso com os candidatos as vagas de sua "empresa de segurança", Abigail dispensava os envolvidos e partia para as ruas de Paris acompanhada de seus dois carniçais que mais pareciam seus seguranças. Ela observava a vida noturna despretenciosamente como nas noites em que chegara a cidade. A diferença que agora ela conhecia alguns rostos.

enquanto isso, ela tentava contato com a sede do clã na cidade de Viena, apesar de sua insistência, sua ligação não era atendida. Sendo assim, a ancillae decidia deixar um recado na caixa postal, tomando todos os cuidados para manter a descrição. Apesar da linha ser cuidadosamente segura, nunca se sabe o que o futuro nos reserva. 

Seu passeio era interrompido por uma ligação. Ao atneder, logo ela pode sentir o temor na voz do outro lado da linha...

[camilla] - Amor! Magnólia não está em casa... a casa está toda revirada, estou com um mal pressentimento... O telefone dela está aqui... achei ele caído no chão da sala... eu não sei o que fazer!

Uma notícia de última hora que mudava tudo. Alguém estava querendo me atingir, e tinha encontrado o meu ponto fraco! Por um instante fico desapontada e triste ao mesmo tempo. Apesar de ser alguém que já tinha passado por muitas coisas, ninguém é inabalável ou, para se chegar a esse ponto era necessário decair muitos graus na humanidade abaixo. Mas mantendo o controle, apesar de toda a preocupação, eu tento contornar a situação. Afinal já estava feito, já havia acontecido. Agora era necessário cautela e pensar antes de agir. Então eu pedia:
- Espere, amor! Não toque no telefone, deixe-o no chão exatamente como você o encontrou até a minha chegada.

Acelero o carro em direção à minha casa. Assim que eu chego eu pego o telefone de Magnólia e me concentro para puxar as últimas impressões do aparelho (Auspícius 3). Depois disso faço uma análise minuciosa do lugar (Sentidos aguçados) tentando encontrar rastros, fio de cabelo que não seja de Magnólia ou qualquer outro vestígio que tenha ficado na cena do crime. A investigação era tudo o que me restava. Qualquer vestígio que eu encontrasse, seria alvo do Toque do Espírito, para coletar informações. E, por último, e não menos importante, pego meu celular, abro o aplicativo das câmeras e assisto às gravações para ver o que havia acontecido.

Ps 14/15
Fv 10/10

Imediatamente a tremere segue para seu refúgio. Lá chegando, ela não perdia tempo, se dedica a uma investigação minunciosa usando até mesmo seus dons sobrenaturais. O primeiro objeto alvo de seu auspícios era o telefone de Abigail. Apesar do estresse em que estava submetida, a vampira não tinha dificuldades em conseguir extrair as impressões sensoriais deixadas por Magnólia no dispositivo.

O aparelho revela a última sensação da pessoa que estava o segurando. Abigail consegue sentir a apreeensão de sua filha. Passos ecoam em sua mente como se estivesse acontecendo naquele momento. Grito de Magnólia pedindo por socorro… barulho de móveis caindo ao chão ou sendo arrastado de forma abrupta. Três… Talvez 4 pessoas vestindo um manto negro com seus rostos escondidos por um grande capuz. Eles se aproximam e um deles coloca a mão no rosto de Magnólia… parecia ter alguma coisa naquela mão… de repente todo aquele caos se encerra.

No espaço em sua volta, o cenário confirmava o que Abigail havia sentido com o toque do espírito. Uma luta aconteceu ali… talvez uma resistência por parte de Mag em ser levada por aqueles estranhos. Camilla chama por Abigail, ela parecia querer mostrar algo para sua ama. A tremere segue a jovem até o seu próprio quarto. Camilla leva a chave até a fechadura e abre a porta do quarto de Abigail… - mas porque diabos ela havia o trancado? - A resposta estava prestes a aparecer…

Ao adentrar o recinto, a ancillae se deparava com um homem sentado em sua cama. Um homem branco, na casa dos 30, sujo e mal cheiroso. Possuia roupas em estado deploráveis. Seus cabelos eram negros e mal cuidados, assim como sua barba que apesar de rala possuía alguns tufos aleatórios a serem aparados. Ele olhava fixamente para a parede. Nem mesmo a chegada de Abigail foi o suficiente para causar uma reação nele… ele continuava ali, parado, olhando fixamente a parede.

Ao receber as impressões do que havia ficado na cena do crime eu tinha a confirmação do que já suspeitava. Alguém havia mandado sequestrar Magnólia para me atingir. Agora era esperar para ver se o sequestrador iria entrar em contato comigo e o que iria querer ou se eu teria que descobrir. Então Camila me revela um segundo elemento na casa. Havia um sujeito estranho em meu quarto. O que ele estava fazendo ali? Quem era? O que queria? Essas perguntas passavam como filme em minha mente. Então olhando para ele, com o sangue quente em virtude do momento que eu estava vivendo, dizia:
- Quem é você? O que está fazendo aqui?

Ps 14/15
Fv 10/10

A voz da vampira parecia ativar alguma coisa dentro daquele rapaz. O jovem virava sua cabeça na direção de Abigail lentamente. Ele olhava fixo para a vampira e então dizia:

- Quem sou eu? - Um sorriso doentio nascia naquela face caótica. - O que estou fazendo aqui? [...] bem, isso tudo poderia ter muitas respostas. Acho que a pergunta certa seria... o que sou eu! Mas isso é demais para sua jovem criatura.

Ele se levanta e caminha irritantemente devagar até ficar bem perto de Abigail. 

- Quer outra pergunta correta? Me pergunte o que eu quero! - Ele analisava Abigail da cabeça aos pés.

- Para sua sorte, essa pergunta é de fácil compreensão para sua criatura. Eu quero um soldado. Essa cidade tá cheia de velhos que morrem de medo de sair de seus refúgios e serem devorados pela Jyhad... bom, eu não os culpo... Mas você tem potencial. És tão forte e nem tão visada... ainda.

Ele estava próximo o suficiente para Abigail sentir um mal hálito que remetia a podridão. Não precisava ter conhecimentos em medicina para saber que aquele homem estava mal de saúde...

- Você é poderosa e livre! Sabe o preço disso? A diplomacia tem me atrapalhado. A corte tem se demonstrado inútil. Antigamente era tão mais fácil.... era só arrancar a cabeça de um rei, de um general ou de um arcebispo... que merda esse mundo se tornou.

O homem anda pelo quarto de Abigail enquanto conversava com ela. Ele pareceia um cliente dentro de uma loja, observando, almejando os produtos expostos. Principalmente os aparelhos eletrônicos... 

- Quem diria que a tecnologia avançaria a ponto de me atrapalhar... Eu sei que você é boa nisso. Falta alguém com esse conhecimento no meu exército. Mas enfim... vamos ao que interessa. - Ele novamente se aproxima da vampira, mas dessa vez não tão perto quanto a primeira vez. - Agora é a minha vez de perguntar... nada mais justo não acha? Duas pergunta por uma. Mas o que quero saber é: Até onde está disposta a ir para ter sua humana de volta?