- Como é que esse cara ainda tá vivo?! Eu me indagava em pensamento, devido ao seu comportamento provocativo.
Recebo o telefone das mãos dele, com um olhar desconfiada para ver o que ele quer me mostrar. Eis então que vejo um vídeo meu usando o Movimento da Mente. Fico surpresa. Mas não espantada. E confesso que ficava até frustrada, afinal eu achava que era um assunto mais importante.
Então algo inusitado acontecia. Uma mensagem chegava com o aparelho em minhas mãos. Naquele momento eu até imaginava quantos casamentos eram destruídos todos os anos quando a esposa ou o marido pega o celular do conjuge para olhar alguma coisa simples e bem na hora chega uma mensagem de um/uma amante.
"Amélia: - Não consegui nada com D'la Fere, mas ele está escondendo algo.
- Hum... que interessante. Isso mais do que nunca mostra que eu e D'la Fere estamos do mesmo lado. Acho que posso confiar nele quanto às nossas posições no tabuleiro de Paris.Dominique apanha o celular da minha mão. Eu o seguro com um pouco mais de firmeza, como se ainda quisesse ler a mensagem, ocultamente sem que ele soubesse, eu fazia outra coisa naquele último segundo que segurava o aparelho :
(Tecnomancia - Consumir)E então solto o aparelho deixando que ele também visse a mensagem, isso é... se os poderes taumaturgos tivessem funcionado, duvido que ele conseguiria ler alguma coisa ainda.
Então observo atentamente lendo as suas expressões para tentar ler o que ele pensaria ao ver o aparelho não funcionando mais. Ele mal sabia que naquele momento eu estaria ouvindo seus pensamentos:
Auspícius: Telepatia. (1 FV) - Isso ainda não está nas mãos de Beaumont, imagina o que ele faria se soubesse que em plena crise que estamos vivendo, um membro da corte é pego quebrando a máscara desse jeito, voando como se fosse o superman pela cidade.... Você, D'la Fere e aquela mulher apagada que carregavam... Muitos mistérios não é mesmo? Por enquanto tenho o controle do vídeo, mas não sei até quando o terei...
- É mesmo, Dominique? Em plena quarentena, à noite, àquela altura, poucas pessoas devem ter visto alguma coisa e se viram, estava alto demais para ser confundido com qualquer outra coisa que possa voar. Até porque ovinis são avistados todos os dias e até hoje a NASA continua dizendo que aliens não existem. Além disso há coisas mais importantes do que isso para Beaumont se preocupar...Eu dava uma pausa. E então continuava:
- Pensando bem.... Quer saber, por que não envia mesmo o vídeo a Beaumont? Fazendo essa pergunta eu direcionaria os pensamentos dele para vídeo, podendo com a telepatia coletar a resposta se ele tinha um backup em algum lugar.
Então eu colocava a palma da minha mão aberta na altura do meu peito eis que surgia uma pequena chama queimando na palma da minha mão. Se ele se sentisse ameaçado eu parava por ali. Mas se ele ainda continuasse com aquele atrevimento, começava a caminhar em sua direção e vagarosamente eu ia extendendo a palma da minha mão na direção do Toreador, em nítido tom de ameaça.
- Você quer me ameaçar, Dominique? Quer me chantagear? E continuava:
- E digo mais. Por que não marcamos uma reunião com Beaumont? Eu, você, os demais algozes e o Xerife? E aí vocês explicam a Beaumont porque até hoje não fizeram um miserável avanço sobre a investigação do Culto?Eu não sorria. Com um semblante sério e acusatório inquiria:
- Você quer saber o que eu descobri sobre o culto em uma única maldita noite de investigação? E também vamos explicar a Beaumont o porquê que aquela Tremere manipulava as sombras? Aliás, eu não... Você?! Até porque isso é tratado imediatamente como traição! Inclusive aqueles que sabiam da informação e não levaram ao Príncipe Beaumont ou a Primigênie!!Eu queria intimidar Dominique, mas é claro, tomando o devido cuidado para que ele não entrasse no Medo Vermelho. Eu estaria atenta a qualquer sinal da parte dele, inclusive lendo os seus pensamentos, para extinguir o fogo na minha mão ao menor sinal de medo irracional. Meu objetivo era primariamente obter informações secretamente de sua mente com a telepatia, jogando aquelas frases para colher o que ele sabia sobre cada assunto.