O Culto Maldito III

- Preciso de um favor. E não vejo pessoa melhor nessa cidade para realiza-lo. Tem uma pessoa que está no meu caminho, preciso que a mate.

Eu ria daquilo. Não conseguia me conter. Colocava a mão na boca e continuava rindo sem conseguir segurar o riso.
- Desculpe, não me confunda mal, mas... isso é hilário.

Então assumindo uma postura mais séria continuava: - Certo. Então me diz, quem você quer morto e o porquê você não pode fazê-lo?

Dominique ignorava o fato da vampira ter achado graça do que ele havia falado. Ele parecia focado no que foi fazer ali. Só aquilo era de fato importante, o resto era bônus.

Certo. Então me diz, quem você quer morto e o porquê você não pode fazê-lo?

- Amélia. - Ele era direto, sem rodeios continuava. - Ela é um desafeto meu, a ponto de querer que ela morra. Qualquer coisa que acontecer com ela, eu seria o primeiro suspeito, a menos que estivesse com Beaumont bem na hora do fato. Esse será meu álibi perfeito.

"- Amélia?! Humm.... Dominique é perigoso, de fato... Após matar Amélia ele pode tentar algo contra mim, para queima de arquivo. Ele está me colocando em uma situação sem saída. Além disso, ele ameaçou Magnólia. Eu vi em seus olhos que ele deseja ela... Dominique precisa morrer! Não é porque eu quero... é necessário! É questão de sobrevivência."

- Ela é um desafeto meu, a ponto de querer que ela morra. Qualquer coisa que acontecer com ela, eu seria o primeiro suspeito, a menos que estivesse com Beaumont bem na hora do fato. Esse será meu álibi perfeito.

- Bem... agora sim compreendo a gravidade da situação. Eu concentro a minha mente enquanto falava com Dominique. Coloco minhas mãos dentro dos bolsos da jaqueta despretensiosamente enquanto mostro a expressão de quem está pensando sobre a proposta. Enquanto isso através da magia do sangue crio um microgravador de voz, daqueles pequenos e simples e aperto seu botão para gravar. (Linha da Conjuração - Magia do Ferreiro)

- De fato sou obrigada a concordar com você, Dominique! Dizia eu enquanto tirava as mãos dos bolsos, agindo naturalmente. - Sendo Amélia um conhecido desafeto seu, de fato todas as suspeitas recairiam sobre você. Estar ao lado de Beaumont quando Amélia for assassinada é a única forma que eu também vejo de mantê-lo fora das suspeitas. Mas o que eu vou ganhar em troca de matar Amélia?

Entrar no jogo de Dominique parecia uma escolha inteligente, apesar de ousada. Abigail ia dando corda para que o toreador se enforcasse inocente ao fato. Usando da magia do sangue, a tremere colocava sua mão no bolso de sua blusa e depois investia um gasto considerável de sua vitae na criação de um dispositivo de gravação de áudio, Abigail conjura um gravador. O play era apertado discretamente e a partir dali, toda a conversa era gravada sem a ciência de Dominique.

- De fato sou obrigada a concordar com você, Dominique! Dizia eu enquanto tirava as mãos dos bolsos, agindo naturalmente. - Sendo Amélia um conhecido desafeto seu, de fato todas as suspeitas recairiam sobre você. Estar ao lado de Beaumont quando Amélia for assassinada é a única forma que eu também vejo de mantê-lo fora das suspeitas. Mas o que eu vou ganhar em troca de matar Amélia?

Um sorriso se abria na boca do toreador... - Ora ora, como eu disse, podemos formar uma bela parceria no futuro próximo. Você é única Abigail. Sua beleza é singular. Eu mataria uma criança inocente sem peso algum para tê-la ao meu lado. Quero que você seja a príncipe de Paris. Beaumont está ultrapassado, ele é antiquado... Não precisa achar que estou manipulando-te para sentar no trono, não quero ficar em evidência, não quero um alvo na minha testa. Só quero liberdade... - ele pausava sua fala para iniciar outra pauta. - Mas por garantias dessa negociação, eu não irei mostrar esse vídeo para a corte. Para garantir mais ainda que estou falando a verdade, Amélia também tem uma cópia desse vídeo. Mas a convenci não entrega-la ainda, pois poderiamos descobrir "mais traidores". Tola que é, garanto que não tem um backup, ela é um dinossauro assim como Beaumont... ela concordou comigo. Mas diante disso afirmo-te, não tens muito tempo, Amélia é a maior puxa saco que Beaumont já teve em toda a sua existência, não sei por quanto tempo ela ira manter isso longe dos conhecimentos dele... Mata-la também é do seu interesse. Entendes agora? Quero sacudir Paris para que caia essas pulgas velhas e tradicionalistas. Paris precisa de uma nova direção urgente.

- Ora ora, como eu disse, podemos formar uma bela parceria no futuro próximo. Você é única Abigail. Sua beleza é singular. Eu mataria uma criança inocente sem peso algum para tê-la ao meu lado. Quero que você seja a príncipe de Paris. Beaumont está ultrapassado, ele é antiquado... Não precisa achar que estou manipulando-te para sentar no trono, não quero ficar em evidência, não quero um alvo na minha testa. Só quero liberdade...

Dominique me surpreendia quanto ao seu objetivo.
"Confesso que ocupar o principado de Paris muito me agrada. No entanto parecia-me algo tão distante de se alcançar que eu nem almejava isso. Na melhor das hipóteses o que se passava em minha mente era tornar-me a regente da Capela. Mas o principado... é ainda melhor! Mas será mesmo que eu conseguiria depor Beaumont? Não seria um suicídio? Preciso extrair mais informações de Dominique. Eu não sei nada de Paris. Talvez ficando a par da situação pode ser que eu tenha uma conclusão sobre se é algo possível ou se é um completo suicídio...."

- Compreendo... Confesso que você me pegou de surpresa. Mas por que você diz que só quer liberdade? Por que com Beaumont você não tem essa liberdade que almeja? De que liberdade está falando?

- Mas por garantias dessa negociação, eu não irei mostrar esse vídeo para a corte. Para garantir mais ainda que estou falando a verdade, Amélia também tem uma cópia desse vídeo. Mas a convenci não entrega-la ainda, pois poderiamos descobrir "mais traidores". Tola que é, garanto que não tem um backup, ela é um dinossauro assim como Beaumont... ela concordou comigo. Mas diante disso afirmo-te, não tens muito tempo, Amélia é a maior puxa saco que Beaumont já teve em toda a sua existência, não sei por quanto tempo ela ira manter isso longe dos conhecimentos dele... Mata-la também é do seu interesse. Entendes agora? Quero sacudir Paris para que caia essas pulgas velhas e tradicionalistas. Paris precisa de uma nova direção urgente.

- Entendi. De fato sou obrigada a concordar com você. Alguns velhacos ficam presos em seu passado existencial, ficam presos em uma nostalgia medieval e querem obrigar os outros Membros a viverem em um tempo que não existe mais. Paris ganharia muito com alguém que saberia evitar os perigos de uma Nova Inquisição. Os humanos estão mais perigosos do nunca. Sua tecnologia pode facilmente superar as disciplina até de Antidiluvianos... E muitos anciões não enxergam isso. Uma tecnologia que pode tanto ser usada contra nós como a favor de nós.

Então eu fazia uma pergunta estratégica e muito importante.
- Então me diga: Como é a atual situação política de Paris? Como se posiciona os primógenos de cada clã em relação a Beaumont? Além dos primógenos, você saberia dizer quem mais apoia ele e quem deseja sua substituição?

O sorriso... aquele sorriso que Abigail não sabia se queria ver ou não... Dominique parecia começar a se empolgar com o rumo da conversa. Ele caminha lentamente pela sala da cobertura de luxo da tremere, como se estivesse na própria casa. Ele escolhia uma poltrona, a mais confortável e cara da vampira. E deixava seu corpo cair sobre o assento, curtindo cada sensação tátil que aquele móvel podia lhe proporcionar...

- Mais do mesmo minha doce Abigail... Mais do mesmo... Ele cruza uma perna sobre a outra, adotando uma postura plena de conforto. - Beaumont é de muitas eras atrás. Já presenciou bastante mudanças da sociedade humana, assistiu de camarote guerras, revoluções, explorações e descobertas de novos continentes. Mas nem isso foi capaz de fazer ele aprender que mudar é necessário. Ele governa para os velhos, e é claro, tem o total apoio da Primigênie. Mas uma coisa eu te garanto, Todo o resto dos vampiros dessa cidade, com excessão de Amélia, não se importaria se Beaumont simplesmente sumisse. - Ele não conseguia conter uma risada que quase virava uma gargalhada. - Por isso volto ao que lhe falei... mais no mesmo, a boa e velha Jyhad! Ela tem que se fazer cumprir, e você... - Ele se levantava, dessa vez empolgado. Se aproximava da ancillae, perto até demais... - Você é a percurssora dos novos tempos. Sozinha você não tem a mínima chance, assim como nenhum de nós temos, mas com você do nosso lado, eu consigo enxergar uma luz no fim do túnel.

Ele se afasta novamente, e agora adotava uma postura mais séria. Então, retoma o assunto principal que lhe trouxe até ali. - Mas voltando ao assunto primário, qual o seu posicionamento? Não suporto mais ter que trabalhar com Amélia. Beaumont, sabendo do meu desafeto, ele insiste em nos colocar juntos. Ele não quer que sua preciosa Amélia seja rejeitada por ninguém na corte... Por isso ninguém atolera aquela puxa saco, existe até uma especulação de que ele quer passar o trono para ela... sabe como é ne? Quanto mais antigo, mais recluso. Amélia é uma versão feminina de Beaumont. Não quero ter que deixar minha amada Paris por causa disso. Não existe outro lugar bom o suficiente nesse planeta. Amélia via em Dominique um republicano típico, cansado daquele sistema hierárquico de troca de poderes.

D´la Fere começava a mexer sua peças no tabuleiro, infelizmente algumas peças não tinham tanta utilidade naquele momento, ou talvez tivessem apenas impedidas de prestar algum favor ao vampiro, mas Sonia estava prontificada e próximo ao seu apartamento, o que não era estranho devido ao laço que os unia.

"estou te esperando" - respondia imediatamente sua carniçal.

Como de se imaginar Anny não respondera... talvez poderia estar ocupada, ou talvez apenas o ignorando, isso deixava Ângelo apreensivo, afinal não sabia quando falaria novamente com sua senhora.

A negativa de Luke o pegava de surpresa, mas tinha uma explicação, e de fato ele não andaria muito ate ser bloqueado pelos policiais... hmmmmm policiais...


uma ideia surgia na mente do cainita que ao receber a resposta de Luke discava para emergência da policia...

- Entendi... O cenário não é favorável. Para Beaumont sair de cena é preciso muito mais do que alguém chegar e dizer, "licença, você está ultrapassado. Vá tirar umas férias". De que modo na sua mente você acha que chegaríamos lá?

Dominique parece se irritar ao ouvir de Abigail aquele tanto de questionamentos... mas logo ele retoma sua postura.

- Vou "desenhar" pra vc entender minha amiga tremere. Nós somos crinaças famintas em uma selva hostil. Existe uma árvore que dá uma fruta que nos concederá plenos poderes de comandar essa selva e nunca mais passar fome. Só que essa fruta está bem no topo da árvore. Trata-se de uma árvore muito densa, com galhos protegendo o acesso de quem vem por baixo. Esses galhos, são bastante grossos e nós sozinhos não temos como corta-los. Mas se uníssemos nossas forças, talvez a gente consiga cortar esses galhos que protegem a tão cobiçada fruta...

Do seu jeito toreador de ser, Dominique descreve o cenário em forma de poesia. A fruta é o principado, os galhos os anciãos... Não tem como alcançar a fruta sem cortar os galhos, sem enfraquecer sua base. Com a queda de um ou outro galho, os outros irão se preocupar mais com sua existência do que proteger o fruto. Com as bases enfraquecidas, a fruta teoricamente ficaria mais palpável a aqueles que a desejam.

- Mas o assunto está fugindo do controle minha linda e doce Abigail. A pauta de hoje é a cabeça de Amélia. Não tenho mais tempo a perder aqui, portanto, me responda logo.

D'la Fere se vê obrigado a traçar uma nova rota de ação, já que havia esquecido de considerar o atual cenário da cidade. Ele pega seu telefone e disca para o emergência. Não demora muito e logo uma voz de gênero difícil de deduzir, atende do outro lado da linha...

- Emergência.

_Senhor acabei de presenciar um sequestro... Estou na esquina da rua (??????) Com avenida (???????). Podem mandar uma viatura ? - D'la Fere usava suas habilidades cênicas para persuadir quem estivesse ao outro lado.

_Senhor acabei de presenciar um sequestro... Estou na esquina da rua (??????) Com avenida (???????). Podem mandar uma viatura ? - D'la Fere usava suas habilidades cênicas para persuadir quem estivesse ao outro lado.

- Tudo bem senhor, mantenha a calma e nos diga seu nome. Estamos enviando uma viatura para averiguar o caso. Descreva por favor, como ocorreu o crime. Modelo e cor do veículo, placa se tiver memorizado, quantos eram, como agiram e descreva também a vítima se puder.

Depois das respostas do vampiro, a voz do outro lado ressaltava...

- O senhor estava fora de casa? Reforço com o Sr a necessidade de se estar em casa devido a pandemia.

Ângelo queria a presença da polícia o mais rápido possível, quando questionado desligava o telefone sem responder nenhuma das perguntas...

Agora era aguardar o soar das sirenes, na janela de seu quarto que dava de vista para rua, observava a noite enquanto máquinava um plano.

O telefone era desligado abruptamente. Ângelo se mostra esguio quando questionado. O vampiro caminha até a janela de seu quarto para observar e esperar, com otimismo, o seu plano dar certo.

Exatamente 8 minutos após a ligação, D'la Fere nota uma luz de giroflex colorindo a paisagem urbana de azul e vermelho. Vinha a leste de sua janela, e ficava mais intensa a cada segundo. Não havia barulho de sirene.

A viatura agora estava a vista do vampiro. O carro se aproxima lentamente do local relatado pelo lasombra, onde supostamente havia ocorrido um crime. A viatura para e as portas se abrem. O motor ainda ficava ligado, assim como os faróis e giroflex.

Dois policiais saiem da viatura com uma arma em uma mão e uma lanterna em outra. Eles posicionavam a mão com a lanterna bem em cima da arma, como se fosse um único instrumento. Havia um beco próximo do local, e os policiais se aventuram dentro dele atrás de algum indício do tal crime...

Ao perceber as viaturas a chegar, D'la Fere descia rapidamente as escadas de seu prédio a espera dos tiras.

Sem muita hesitação dois policiais se aproximavam de um beco escuro que ficava nas proximidades...

_senhores, senhores!! - Ângelo exclamava para os policiais enquanto com trote se aproximava dos mesmos e se apresentava como o autor da ligação!

_ vou mostra-los por onde foram...

D'la Fere tomava a frente daqueles policiais e ia para dentro do beco escuro com a lanterna de seu telefone ligada, afinal o contato visual é muito importante. Aquele cenário poderia causar espanto e medo a qualquer um, inclusive a vampiros, mas não para um amante da escuridão, para quem flerta com o abismo, um beco escuro era apenas um parque de diversões.

Ângelo não era um entendedor das ações policiais, mas já vira alguns filmes e tinha a idéia que provavelmente um dos policiais ficaria atrás na cobertura enquanto o outro entraria para averiguar o local. Quando surgisse essa oportunidade o Lasombra usaria sua dominação para indagar aquele tira.

_ me conte tudo sobre as informações dos casos dos desaparecimentos, inclusive as informações confidenciais.