- Leonard, preciso acertar os ponteiros com você. Valerya me ligou e questionou sobre o evento dessa noite. Eu disse a ela que o agressor havia escapado. Disse que era um gangrel e que havia sido ferido por ele. Para que possamos alcançar nossos objetivos com Franklin, precisaremos manter sua captura em sigilo. Sou direto pois cada vez mais a situação estava ficando perigosa. Não bastasse a demora da perícia por haver mortos entre os oficiais, agora essa, Valerya está aqui também.
Esperar estava ficando perigoso. A noite já estava bem avançada e eles ainda estavam ali periciando o local. Bom, tenho que tomar atitude. Uma busca rápida e logo encontro uma porta aos fundos do galpão em que estava. Me certifico que a entrada da frente está bem trancada me resguardando de possíveis inconvenientes e sigo para a porta dos fundos afim de verificar o que havia depois dela. Discretamente, abro a porta tentando não fazer barulho. Me valendo das sombras, verifico a presença de câmeras no local. Tomo todo o cuidado para não deixar pontos soltos.
Na medida do possível e permitido, sigo até a rua onde o Uber estava me esperando. O motorista já havia dado sinal de que havia chegado. Me aproximo batendo as mãos levemente sobre minhas vestes para tirar qualquer resíduo ou poeira que eu possa ter adquirido naquele galpão imundo.
- siga-me [Dominação 1]. Não tenho tempo para demais formalidades, ali era meu lado objetivo, incisivo, características que me ajudaram a conseguir o cargo de
Lictor dentro do clã Ventrue.
O motorista me segue sem hesitar ou protestar. Se tratava de um ser fraco demais para ter alguma chance contra meus poderes. Confesso que apelar para a dominação para lidar com um simples gado, era algo que me incomodava, digamos que não será a história que irei compartilhar com meus pares, porém, não podia perder nem mais um minuto ali, aquele ambiente estava ficando hostil demais e, qualquer passo em falso poderia me trazer bastante complicações. Poderia até mesmo ser visto como um traidor.
Assim que chegamos até Franklin, dou uma nova ordem para o motorista de aplicativo.
- Pegue este homem e leve-o até seu carro [Dominação 2]. Mais uma vez, o homem me obedece como um robô. Ele pega Franklin e eu o monitoro para que a estaca não saia. Antes de voltar para o carro, dou uma boa olhada em volta para identificar qualquer possível vestígio que por ventura possa vir a me entregar. Barra limpa acompanho o motorista. Vou a poucos metros na frente sempre atento a tudo e a todos... finalmente o carro. Adiantado, abro o porta-malas e mais uma ordem.
- Coloque-o aqui [Dominação 2]. Observo ele depositando o corpo no porta-malas e me certifico que ele fique em uma posição que a estaca não sairá facilmente. Fecho a porta e mais uma vez manipulo a mente frágil daquele homem.
- Você vai entrar no carro, cancelar a corrida, desligar seu telefone e então me levará no endereço que vou lhe passar... Quando me mudei para Denver, fiz algumas aquisições na cidade. Uma delas me será bastante útil agora. Uma casa em um condomínio fechado em uma área afastada do centro da cidade. É para lá que mando o motorista seguir. A casa é grande, rústica feita em pedras frias... Servirá perfeitamente ao seu propósito. O motorista segue pela estrada enquanto eu tento fazer contato com minhas esposas. caixa postal. Deixo um recado.
- Onde vocês estão? Me retornem assim que ouvirem essa mensagem. Não estou com um bom pressentimento. Mas também não tenho tempo para isso agora. Minha situação aqui é delicada. Ligo na esposa que ficou em casa. Ela atende. Acha que as outras estão comigo, não digo nada...
- Sabe aquele casarão que comprei no condomínio? Preciso que vá pra lá, passaremos o dia lá. Pegue um dos carros e venha dirigindo. Desligo o telefone.
Na portaria abaixo o vidro do carro para que o porteiro me veja. Apesar de eu não ir muito ali, já fui o suficiente para que o porteiro me conheça. Entramos. Seguimos pelas ruas vazias do condomínio até meu refúgio.
Oriento o motorista para que dirija até a entrada do porão. Atrás da casa. Ele parava o carro, desligava os faróis e mais uma vez me servia como um fantoche sem alma ou personalidade. Eu mesmo abria o porta-malas e ordenava:
- Leve-o lá para baixo [Dominação 2]. Novamente o supervisiono para que a estaca não saia. Quando ele enontra uma posição segura, sigo na frente para abrir a porta. Descemos um pequeno lance de escadas até o centro do porão. Ascendo a luz por uma corda que pendia da própria lâmpada e aponto o dedo para que ele colocasse Franklin sobre uma bancada de pedra. Agora tenho que cuidar do motorista. Paro diante dele e capturo seu olhar, a janela de sua alma.
- Você vai para sua casa agora, está muito feliz por ter realizado uma corrida com uma senhora rica e velha que lhe deu uma boa gorjeta. tão boa que lhe permitiu ir pra casa antes do previsto para descançar mais cedo. Pena que a corrida foi fora do app e ela foi para o aeroporto, ela seria uma excelente cliente. Dou a tal boa gorjeta para o rapaz e espero ele sair das minhas dependências.
Volto ao porão e tranco a entrada. Dou uma olhada em Franklin e aproveiro para o prender na bancada. O local havia sido preparado para interrogatório que poderiam demandar alguma tortura, por isso contava com grilhões e outros apetrechos afins. Me utilizo das correntes para prender o gangrel, mesmo que empalado, era bom garantir. Depois de bem preso, subo as escadas para a parte interna da casa. Novamente, tranco a porta e ativo o sistema de alarmes. Asecendo as luzes para receber minha esposa que estava a caminho e sigo para o quarto. Trato de trocar de roupa e tomar um banho para limpar o sangue.
Roupas novas e limpas, sigo para a sacada do quarto para observar a paisagem e aguardar minha esposa. Logo vejo faróis deixando a estrada principal do condomínio e vindo em direção da minha casa. Era ela. Não me preocupo com o alarme, pois ela sabia a senha. Ela estaciona o carro na garagem e adentra a casa até o nosso quarto. Logo que me vê, me pergunta sobre as outras e questiona a ferida no meu peito...
- Calma, vou lhe explicar tudo, mas primeiro preciso beber de você... A pego em meus braços e a "beijo". Não precisava de muito para me saciar, mas nas circunstãncias em que me encontrava, todo recurso era pouco.
- Quanto ao meu ferimento, eu fui atacado por uma criatura mas estou bem, não tem com o que se preocupar. Agora, em relação as meninas, eu temo que algo tenha acontecido. Elas estavam aguardando na delegacia mas depois fui informado que elas saíram de lá. E agora elas não atendem ao telefone. Eu deixei recado na caixa postal mas ainda não obtive respostas... O dia está próximo, preciso descansar, venha se deitar comigo, amanhã irei atrás de informações, não á nada a fazer agora...