Maldito, brinca com coisas que podem simplesmente dizimar nossa existência nessa cidade, atraindo caçadores ou pior, por simplesmente brincadeira? Não suporto aquela resposta insolente e num impulso, ergo minha mão para dar-lhe um tapa na face, mas antes que minha mão tocasse o rosto dele eu paro. - Sou um homem de palavra, eu disse que não haveria dor, apesar de mesmo falando tudo que quero, você mereça.
Minha vontade era fazer aquele desgraçado encontrar a morte final, porém, pensando com a razão e não com a emoção, concluo que ele poderia ser útil, um investimento. Olho para Leonard e proponho uma negociação. - Meu caro Leonard, se não fosse você, não estaríamos com Franklin a nossa disposição. Tem planos para ele?
Leonard concorda com você. Mas havia algo em Leonard que Vince não via em outros vampiros. Ele era justo com os seus aliados. - De fato. E inclusive eu também gostaria de entrar nesse ponto. Pois se não fosse por você, eu não sei se teria conseguido apanhá-lo. Esse cara é duro na queda. A maioria teria caído bem antes, mas ele aguentou muitos golpes antes de cair. Se eu o tivesse confrontado como você o confrontou, não sei se eu teria conseguido.
Leonard faz uma pausa. era como se ele estivesse pensando em alguma coisa. e depois continuava: - na verdade tenho sim. No que está pensando? ele indagava querendo saber os planos do ventrue.
- Bom, um gangrel pode ser uma ferramenta útil se bem adestrado. Talvez seria o caso de prendermos ele ao laço de sangue, pois o mesmo não merece nenhuma consideração, visto que causa problemas apenas por diversão. Poderíamos usa-lo a nosso favor, poderia ser um soldado da Camarilla. Claro que com a dose certa de comandos para que não repita mais esses comportamentos reprováveis. O que acha?
- Suponho que você esteja almejando ser o pretenso senhor deste "animal", estou certo? Ele indagava apoiando sua mão sob o queixo e fixando o olhar em Vince.
- É uma opção. Mas não me importaria se fosse você também. O interessante é tirarmos o maior proveito dessa situação. Retrucava o Ventrue para o toreador.
Leonard ficava em silêncio por um tempo. Ele era inteligente. Diferente do Gangrel, Leonard não era bom apenas com facas, mas também expressões e palavras. - Eu estive pensando uma coisa... Ele não concluía o raciocínio. Mas tirava um cigarro de palha do bolso e uma caixa de fósforo. Riscava o palito, ascendia o cigarro e jogava o palito ainda incendiado sob o Gangrel, que se assustava, embora o fogo se extinguia no movimento do palito até cair sob a coxa do vampiro.
- Sabe... eu não entendo o que você está fazendo nesta posição. Vince, você é um cara que deveria estar lidando com os negócios da Camarilla, não limpando a sujeira das ruas. Eu acho isso um tremendo engano! Suas habilidades estão desaproveitadas aqui... Não que você não consiga desempenhar esse papel. Não é isso, até porque provou hoje que consegue sim... Mas já parou para pensar que talvez alguém não o quer lá em cima? Dizia ele balançando o dedo indicador.
As palavras de Leonard me impactavam mais do que ele podia imaginar. Era como se o toreador lesse minha alma. Sempre senti isso mas sempre guardei para mim. Nunca expus em voz alta ou por comportamento, minha insatisfação com minha atual posição, Leonard estava se revelando um amigo, um ser empático. Mas apesar das palavras de reconhecimento, eu sei que minha resposta deveria ser metodicamente elaborada, de maneira que eu não reprovasse o que Leonard me falou mas também não concordasse abertamente, expondo assim meus desejos e pensamentos. - É, de fato acho que seria melhor aproveitado em uma posição mais diplomática ou de gerência a que estou acostumado. Mas se o Príncipe me designou este cargo, é porque ele tem um propósito. Ele é sábio. Apesar de querer concordar totalmente com tudo que ouvi do toreador, mantenho-me numa posição de segurança, me permitindo agir livremente e em segurança para poder trabalhar nos meus planos sem chamar atenção de ninguém, mas Leonard... Ah Leonard... Serás tu um grande aliado em potencial? Bom, vamos voltar ao gangrel. - Então, decida o destino desse pobre desgraçado, o direito é todo seu.
- Entendo... precisamos conversar melhor sobre isso. Dizia Leonard. Então ele corrigia: - Não sobre o gangrel, mas sobre essa situação. Após um novo silêncio ele continuava: - Por que não fica com o Gangrel e com o mérito da missão para você? Eu nunca estive lá. Eu não ajudei. Quando cheguei você já o tinha capturado. Você fica me devendo uma... E quando estiver lá em cima, numa posição melhor, você se lembra de mim e do que aconteceu aqui hoje. Pode ser? Ele estendia a mão para Vince, propondo um acordo, ou talvez uma dívida de favor.
Leonard propunha algo que não me deixa confortável. Nunca precisei mentir sobre meus méritos. Não estava disposto a começar agora. Por outro lado, eu concordo com o que ele falou sobre eu ter tido influêcia na captura de Franklin. Tomo cuidado para não parecer arrogante. - Bom, eu aceito e agradeço sua generosidade, porém não pretendo mentir mérito. Nós dois realizamos o trabalho, como uma bela equipe. Assim não irá existir dívida, porém o comportamento de Leonard me cativou. Será possível existir amizade entre nós? A décadas que não sei o que é ter um amigo. Toreadores assim como nós, também tem suas ambições... é, precisamos conversar sobre isso...
Bom, então vamos ao espólio da batalha. Me aproximo de Franklin, e com um sorriso no rosto, sorriso esse que ele não poderia ver por causa da luz que lhe ofuscava a visão, eu corto meu pulso com minhas próprias presas. Com a outra mão, eu seguro o rosto dele, forçando-o a abrir a boca. Aproximo meu pulso cortado da boca dele e deixo o sangue escorrer para dentro de sua garganta. Começando assim o processo do laço de sangue. Confesso que acho isso bastante cruel, talvez seja pior que a própria morte, mas afinal, o que somos? Somos todos monstros amaldiçoados.
Desde que cheguei de NY, não tive tempo de me estruturar. Preciso de Lacaios, Aliados e Contatos. Agora seria uma boa hora para isso. Mas terei que improvisar. A noite mal começou, ainda tenho tempo. - Leonard, vá com a equipe. Preciso que o local esteja vazio para transportar o gangrel para um local seguro. E obrigado.
Espero a polícia se retirar do local, talvez isso irá demorar um pouco. Pois como houve mortos, uma perícia se fazia necessária. Espero o tempo que for preciso até que tenha a oportunidade de seguir meu plano. Assim que a área estiver limpa, solicito um motorista de app pelo meu smartphone. Enquanto o mesmo não chega, arrumo um jeito de empalar Franklin. Qualquer pedaço de madeira com a extremidade pontiaguda servirá. [off: caso for preciso, gasto pds para aumentar a força até o máximo, ou até ser o bastante para empalar]. Vou para a rua esperar o motorista.