O Culto Maldito - II

Dakota ouvia os dizeres de D'la Fere e não disfarçava sua decepção. Ela não interrompia, falava apenas quando o neófito concluía a sua sugestão.

- Parece que você não entendeu a parte do "não temos tempo". Parece também que me enganei com você. Te achei promissor. Via potencial em você. Mas me enganei...

D'la Fere apesar de neófito, já tinha uma intimidade com as sombras que nem alguns vampiros mais antigos possuíam. Enquanto Dakota falava, ele percebia sombras se movendo vagarosamente em sua volta. Dakota continuava a falar, mas Angelo percebia que ela estava apenas o enrolando. 

- O problema é que falei demais para você. E agora? Temos que entrar em um acordo... o que propõe? Me promete que não vai dar com a língua nos dentes? 

Um tom sarcástico agora tomava conta da voz de Dakota. Ela estava claramente ganhando tempo para efetuar um ataque contra o neófito...

Testes:

Eu acompanhava de longe, aquele culto macabro e sinistro. Me contorcia o máximo possível, para esconder-me atrás de uma cobertura. Eu era melhor para encontrar do que para esconder. Mas parece que eu estava indo bem. Não pensava em nada e não murmurava nada. O silêncio predominava em meu corpo e em minha mente, que apenas observava tudo à distância.

De repente um movimento diferente no culto. As pessoas começavam a se jogar dentro daquele foço sinistro.
"- Uhh! Fiz muito bem em ter me escondido aqui! Se eu estivesse fingindo estar na onda estaria com problemas agora..."

Os cultuadores tiravam suas túnicas.
"- Isso! Vamos, tirem! Revelem seus rostos! Onde está o traidor?! Cadê você, traidor?!"
Meus olhos focavam-se para tentar capturar algum rosto conhecido. Mais precisamente os rostos que eu vi naquela noite na apresentação para Jacque Beaumont. Caso fosse preciso meus olhos poderiam focar e desfocar conforme a minha necessidade...
"Se eu encontro um filho da mãe traidor..."

E então por fim, algo me chama atenção...
"- Emily?! Então aí está você!"

Vejo que ela vai se jogar no foço em instantes. Franzo o semblante. Infelizmente não havia nada que eu pudesse fazer. Agir por impulso não te faz chegar a dois séculos de existência. A sorte não se repete por muitas vezes... E eu não iria arriscar a sorte dessa vez. Até poderia tentar alguma manobra para evitar o fim dela, mas eu prefiro perder uma propriedade (Emily) do que perder tudo, incluindo a minha própria existência. Eu poderia achar outra Emily depois...

Sendo assim me preocupo unicamente em observar sem ser vista e tentar capturar um rosto conhecido.

Abigail não havia chegado onde chegou por pura sorte. A vampira era demasiada inteligente e sabia que agir por impulso poderia por tudo a perder. Ela assistia Emily se jogar ao foço, em sacrifício a sabe-se lá o que. O foço ardia a cada corpo que recebia. Uma luz e calor emanavam do buraco. Barulhos distorcidos. Como se alguma criatura la dentro tentasse dizer algo. Mas era simplesmente inteligível. Alienígena.

Os sacrifícios eram encerrados. Apesar de ainda sobrar alguns jovens do grupo que Abigail se fez de penetra. O cabeça de bode chegava próximo do foço. Erguia suas mãos. E proferia algumas palavras em uma língua a muito esquecida. Mas não para Abigail.

As palavras de inspiração de Dakota caiam por terra a demonstrar sua verdadeira face! Mas manipular um manipulador poderia ser bem mais difícil para ela do que imaginava.

Ao perceber a intenção de Dakota, Ângelo ficava em prontidão a espera de uma ação hostil da mesma, concentrando seu sangue ele elevava sua destreza ( 2pts. Destreza=4) juntamente usava seus dons para criar tentáculos por trás de Dakota de forma furtiva.

_ É! parece que temos um impasse não é mesmo? E ao contrário de você eu não tenho duas opções para te dar! Se agir contra mim a única garantia que posso te dar é um final doloroso e horrível ! E ao contrário do que pensa, ahhhh como posso te machucar! Uso um teste de intimidação ( gasto 1FV) - D'la Fere usava de seu pior aspecto para tentar intimidar Dakota, ele sabia que em um embate poderia ter alguma desvantagem.

Após assistir à tudo aquilo, eu tinha uma pista que não ajudava muito. O nome da entidade que estava sendo cultuada. Quando então meu corpo começa a pesar, vencendo a minha força de me manter alerta. Eu me arrependo de não ter atacado o cabeça de bode.
"- Droga! Eu preciso..."
E acabo desmaiando...

Algum tempo depois eu acordo. Minha consciência recobra aos poucos. Ouço vozes... mas apesar de tudo a primeira coisa que me vem a mente: "- Edward! Seu maldito! Você me paga! Você está envolvido nesse culto maldito que está afetando a minha filha e você vai me pagar pela perda de Emily também!"

Percebendo que estou à vista, rolo para o lado e me escondo atrás de algum arbusto. Pego meu celular e rapidamente confiro as horas e a foto que tentei fazer de Edward. Envio a foto para uma nuvem online para evitar sua perda.

Feito isso, invoco meus dons do Movimento da Mente para flutuar e me aproximo do grupo, por detrás das árvores e folhagens. Desta forma eles não iriam perceber minha aproximação, já que eu não estaria pisando sobre as folhas e gravetos secos. Escolho vítimas com aparência saudável e faço uso do furto de vitae. Com a escuridão e minha posição às costas dos meus alvos, certamente eles nem viriam a torrente de sangue fluindo para fora de seus corpos, apenas sentiriam um cansaço repentino. Completando minhas reservas de sangue eu me afasto dali a toda a velocidade voando de volta para a cidade enquanto pego o celular e faço uma ligação, para a Nosferatu ou para o Xerife. Peço para falar com Beaumont. Se fosse possível encontrar com ele ainda naquela noite iria pessoalmente, se não tentaria conseguir o número dele.

D'la Fere não caía naquele papo furado de Dakota. Ele percebia a sua manobra e rapidamente tomava uma atitude. Pagando com a mesma moeda, o neófito invoca o legado de seu clã para criar tentáculos forjados da sombra, atrás da vampira. Três tentáculos surgem.

O neófito consegue se antecipar e seus tentáculos logo aquelas aberrações atacam o alvo que era Dakota. Primeiro, um deles agarra o braço esquerdo de Dakota, o outro o direito. A vampira estava presa até então. Enquanto o outro tentáculo golpeia a vampira com força. Como uma estaca sombria, o terceiro tentáculo acerta o corpo de Dakota e o atravessa. Ela gritava de dor. De sua boca, o sangue escorria, revelando o estrago que D'la Fere havia feito dentro de seu corpo. Dakota cai.

Naquele instante, o céus resolveu interagir naquela batalha. Uma chuva torrencial caía das nuvens, molhando toda a cidade de Paris. Trovões podiam ser ouvidos a quilômetors. Os flashs dos relâmpagos, deixava o cenário ainda mais caótico. Dakota não tinha forças para ficar de pé novamente. Ela não esperava uma reação do neófito, talvez ela o tenha subestimado, e isso foi o maior erro de sua não-vida. Mas apesar de bastante debilitada, a vampira ainda tinha sua consciência. Ela ainda era capaz de controlar seus próprios tentáculos e assim, ter uma chance de derrubar D'la Fere e sair viva dali.

D'la Fere estava tão focado em derrubar Dakota, que não se preocupou com a ameaça em sua volta. Usando o mesmo modus operandi de D'la Fere, Dakota fazia com que seus tentáculos investisse no neófito como estacas profanas. Todos acertam.

D'la Fere sente uma dor que nunca havia sentido antes. Um tentáculo atravessa sua perna, o outro a lateral de seu abdômen e o terceiro o seu ombro. Ele estava totalmente preso. Seu sangue esguinchava no rosto de Dakota, que, apesar da dor que sentia, sorria contemplando um fio de esperança que surgia no horizonte.

A chuva caía com força. Ambos estava enxarcados. Dakota se esforçava para não afundar a cara em uma poça que se formava no chão. - Seu desgraçado... Você não faz ideia da merda que fez. Todos vocês vão perecer... TODOS VOCÊS VÃO MORREEEEERR!!!

Iniciativa:

As lanças de sombras que perfuravam o corpo de Ângelo eram incapazes de segura-lo, apesar de causarem uma dor intensa não era suficiente para parar o vampiro, que enquanto ordenava que seus tentáculos levantassem o corpo da cainita, usava seu sangue para se curar (3 pts) e a passos lentos se aproximava de Dakota.

Com um lenço retirado de seu bolso limpava o canto da boca da vampira que escorria sangue, decorrente do ataque feroz de D'la Fere...

_ Sim Dakota... A morte irá chegar mais cedo ou mais tarde para todos, mas a sua chega agora!

Ângelo colocava suas presas para fora e com uma mordida brutal terminava com o lamento da vampira e absorvia sua alma para si!

Sem grandes dificuldades, D'la Fere neutralizava a ameaça Dakota. A vampira conseguia acertar o lasombra e lhe causar ferimentos consideráveis, mas que o mesmo utilizava de sua vitae para regenerar a sua integridade física, pelo menos boa parte dela. 

D'la Fere se aproxima de Dakota, controlando seus tentáculos para que a levantassem... Ele jamais se abaixaria diante de um inimigo. Realizando a vontade de seu controlador, os tentáculos sombrios erguem a carcaça viva de Dakota, para servir aos desejos do neófito.

Até naquela fatídica hora, o vampiro ostentava uma atitude nobre, cavalheiresca, ou talvez fosse apenas um deboche sádico ao tirar um lenço de seu bolso e limpar um sangue que escapava pelos lábios de Dakota.

_ Sim Dakota... A morte irá chegar mais cedo ou mais tarde para todos, mas a sua chega agora!

Sem piedade, e ansioso para deleitar-se com a vitae vampírica, D'la Fere expunha suas presas e desferia uma mordida no pescoço da vampira. Dakota gritava de dor. Logo aquela vitae doce começava a descer pela garganta do lasombra. As pupilas do vampiro se dilatava, como as de um felino ao atacar. A sensação do sangue vampírico era simplesmente única. Bem diferente do sangue humano. Mas algo inesperado acontece.

- Não conte vitória antes da hora seu neófito maldito..... aaaaahhhhhhh

Talvez a inexperiência de D'la Fere e a ansiedade para sugar Dakota até a ultima gota, possa lhe sair caro. Assim como ele, ela também tinha a capacidade de se regenerar. Além disso, ela ainda tinha controle sobre os tentáculos tenebrosos que atacou o vampiro e que, D'la Fere havia dado as costas.

Em um esforço hercúleo, Dakota consegui se desvencilhar de um dos tentáculos de D'la Fere e simultâneamente, controlava os seus para agarrar o vampiro. Distraído com a possibilidade de um diablerrie, o neófito é pego de surpresa. Sem dificuldades, todos os três tentáculos o prendem pelos braços e pescoço, o puxando para trás, encerrando o beijo vampírico que D'la Fere dava em Dakota.

D'la Fere sofria uma grande virada de jogo. Dakota estava em suas mãos, como uma deliciosa refeição servida em uma bandeja, mas sua falta de experiência o fez subestima-la, um erro que poderá sair muito caro para ele... Preso pelos tentáculos, ele tinha que pensar em algo rápido antes que a tempestade que caía dos céus, testemunhasse o seu fim.

Iniciativa:

Se recuperando daquela experiência sobrenatural, Abigail refletia sobre o que tinha vivido e traçava planos de ação para daqui pra frente. Um norte no meio daquela deriva imensa era a salvação para ela e talvez para a sua filha Magnólia.

Aproveitando todos os recursos disponíveis, Abigail usava de seus poderes taumatúrcos para aproximar e extrair vitae do grupo de jovens desorientados. A copa densa das árvores, lhe servia como uma boa cobertura. E a atual condição confusa dos jovens, lhe servia de cortina para utilizar seus poderes sem ser detectada. 

Depois de se saciar, a tremere deixava o local seguindo de volta para a cidade. No percurso, ela enviava mensagens para os recém-chegados como ela. Uma boa maneira de estar na presença de Edward.

Oi. Aqui é Abigail, uma das novatas assim como você. Tenho suspeitas de que tem membros da alta envolvidos nesses acontecimentos em Paris. Preciso falar com você. A única certeza que eu tenho é que só podemos confiar em nós, recém chegados.  Sei que não estamos envolvidos nisso, pois tudo isso já estava acontecendo quando chegamos. Se as coisas continuarem assim, vamos todos perecer. Não posso falar muito por aqui. Me encontre no dia... As tantas horas, nesse local que vou te mandar no mapa.

Eu tenho um plano e tenho algo que só posso revelar pessoalmente, pois acredito que nossos telefones podem estar interceptados.

Uma repentina e forte chuva pegava a vampira de surpresa. O tempo fechado, a torrente de água e os raios e trovões preenchiam toda a atmosfera. Alguns raios caíam bem perto da vampira. O barulho era quase ensurdecedor. Ela decide baixar sua altitude para caso precise, realizar um pouso de emergência.

Na manobra, algo lhe chama a atenção. Em cima de um prédio, Abigail percebia atividades sobrenaturais. Tentáculos negros saíam da superfície e prendiam duas pessoas que se debatiam, tentando se ver livres daquilo. A ancila se aproxima e mesmo longe, consegue reconhecer uma das pessoas, D'la Fere, o lasombra antitribu que havia participado da reunião. Havia também uma mulher, mas essa era desconhecida para a vampira.

Talvez Ângelo houvesse subestimado a cainita, ou talvez apenas os "Deuses" queriam lhe pregar uma peça...
Surpreso com a ação de Dakota D'la Fere se via forçado a ser brutal.
Seus braços estavam presos, mas sua mente livre... Aproveitando do sangue que usufruiu há instantes, aumentava sua força consideravelmente (3pts) para se desvencilhar das amarras de trevas conjugadas por Dakota, enquanto simultaneamente ordenava que seus tentáculos fizessem forças opostas para desmembrar sua vítima.

Quando estou retornando me deparo com uma forte e, repentina chuva. Trovões e relâmpagos.

"Chuva repentina.... trovões... raios..."

Um sorriso discreto esboçava-se no meu rosto. Eu sabia muito bem o que era uma chuva de raios em alguns metros de raio apenas.

"Controle climático... Tem algum outro Tremere por aqui... Mas, onde está você?"

Enquanto descia, coincidentemente eu encontrava a fonte do Controle Climático. Mas mais do que isso...

"Espere... Que merda é essa?! Tentáculos de sombra?"

Então reconheço D'la Fere. Um dos Membros aos quais eu havia enviado mensagem.

"Sim, é ele mesmo. Me lembro do Lassombra, que ganhou o mesmo posto que eu... Mas... isto está muito estranho!"

Uma porção de minha vitae começa a ferver abrindo caminho para a invocação das chamas. Meu alvo era nitidamente, sem pensar duas vezes, o Lassombra. Uma bola de fogo começava a se formar nas palmas da minha mão transformando em vapor d'água a chuva que caía à minha volta pelo Controle Climático da outra Tremere. Agora era só "queimar" a vitae invocando a Sedução das Chamas em seu grau mais elevado de todos, o próprio inferno envolvendo o Lassombra espião que se tornaria uma imensa tocha de fogo "humana"...

Mas na última etapa do processo da Sedução das Chamas, eu hesito e interrompo o processo.
"- Espere... Tem algo errado aqui!"

Minhas sobrancelhas franzem. Meu olhar captura a cena e meu cérebro tenta processar o mais rápido possível o que pode estar acontecendo ali. O Lassombra também estava preso pelos tentáculos. Isso significava que...

"- Uma Tremere que domina a Disciplina dos Lassombra?!"

Como Tenebrosidade é conhecido principalmente como uma Disciplina do Sabá, qualquer vampiro da Camarilla pego usando o poder seria melhor ter uma explicação impecável*.

Eu havia chegado decidida a ajudar a Tremere, afinal éramos do mesmo clã. Mas agora eu já não tinha certeza de mais nada. Afinal, os Tremere fora da linha também estão por todos os lados, não é atoa que o próprio clã tinha uma espécie de polícia interna, os astores.

"E se D'La Fere estiver na mesma situação que eu? E se essa Tremere fazer parte do Culto Maldito?"
Meu olhar torna-se ainda mais inquisitivo. Começava a suspeitar da Tremere. Por outro lado, podia ser que D'la Fere era mesmo um espião do Sabá e aquela Tremere havia descoberto tudo e agora precisava de ajuda.
"Merda!"

Intervir sem saber o que estava acontecendo, poderia ser uma grande estupidez. Eu poderia atacar o alvo errado e, depois também me tornar o alvo!

Então tomava uma decisão. Tentaria descobrir o que estava acontecendo. Mas, precisava me precaver para um possível combate. Concentro a minha vitae e em um único instante os elementais da natureza incrementam a resistência do meu corpo de forma incrivelmente sobrenatural - Controle dos Elementais nível 1 (para vigor).

E então, me aproximo deles, mas ainda me mantenho levitando do ar a uma altura onde fico fora do alcance dos tentáculos. Eu iria abordá-los. Mas antes de tudo eu também não podia deixar que o que estivesse errado fugisse. Precisava segurar os dois até que a verdade fosse revelada. Mas eu só podia prender um de cada vez. Conhecendo bem os feiticeiros eu achava melhor prendê-la primeiro, afinal, até onde eu sabia o Lassombra não teria muito recursos contra mim, na posição vantajosa em que eu me encontrava. Já os feiticeiros sempre podem ter uma carta debaixo da manga...

A chuva que a outra Tremere havia criado me beneficiava e muito, ela havia criado a condição perfeita para eu agir. Então meu primeiro movimento que quebraria a surpresa da minha chegada seria a invocação de uma Jaula de Água** sobre a Tremere. Depois, sem dizer nada, faria o mesmo sobre o Lassombra. Somente então eu diria:

- Ei! Vocês! Parem com isso ou juro que os dois vão literalmente queimar no inferno! Parem já de lutar e me digam que diabos está acontecendo aqui! Talvez fosse necessário, naquela situação, contar com um pouco mais de força do que a simples persuasão. Minhas palavras eram trovejantes*** por natureza, mas ainda assim era melhor impregnar um ingrediente extra.(Presença - O Fascínio)



*Trecho extraído da própria descrição da Disciplina Tenebrosidade.
** Dificuldade -1 (especializada em água doce)
*** Voz encantadora

O embate estava digno de ser apreciado. Dakota, quase sucumbiu aos poderes de D'la Fere. O lasombra por sua vez, não se deixava abalar com a virada de jogo que sofrera. Muito pelo contrário. Ele queimava sua vitae para aumentar sua força e assim, ceifar a vida de Dakota de vez.

Mas Dakota era inteligente. Ela sabia que medir força a pé de igualdade contra D'la Fere poderia trazer o seu próprio fim. Ela tinha que administrar seus recursos sabiamente e então, tomava uma decisão. Tendo ele preso, ela aproveita para invocar mais 2 tentáculos. Agora, ela tinha sob sua vontade 5 braços do abismo.

Imediatamente, um dos tentáculos criados agarrava o tronco de D'la Fere, o deixando ainda mais agarrado. Impressionantemente, o segundo tentáculo criado por Dakota, erra o corpo do neófito. O abismo nem sempre atende a vontade daqueles que os invocam. Enquanto isso, os outros tentáculos apertavam o corpo do lasombra como uma enorme serpente esmagando sua presa antes de a consumir por inteiro.

Apesar da boa constituição do neófito, os tentáculos de Dakota consegue apertar o corpo de D'la Fere com força o suficiente para lhe causar dano físico, junto a muita dor. Sorte dele não precise dos seus pulmões naquele momento, pois respirar seria uma tarefa difícil.

Em contra partida, o lasombra também controlava seus braços tenebrosos para pagar com a mesma moeda a investida de Dakota. Uma força ou talvez entidade vinda direta das profundezas do abismo, parecia abençoar as trevas contida na alma do neófito e assim, lhe concedendo força para atacar sua adversária. Nem a dor, nem o dano sofrido e muito menos as limitações do seu corpo devido aos braços do abismo de Dakota, foram suficientes para parar a fúria de Angelo D'la Fere.

Os tentáculos que prendiam Dakota, agora agiam como agressores, apertando o seu corpo, imprimindo uma pressão tão grande que mais uma vez a fazia gritar de dor. Seu grito se misturava aos trovões e seu sangue que escapava da carne que se rompia com a pressão do aperto, se misturava a chuva torrencial que caía do céu... Dakota sucumbe a força de D'la Fere.

Um olhar derrotado, triste. Uma lágrima. O rosto de D'la Fere foi a última imagem que a vampira observou naquela noite. A escuridão tomava o seu ser, ela já não tinha mais o controle de seu próprio corpo. Dakota havia entrado em torpor, a luta acabava. D'la Fere saía vitorioso.

Uma situação estranha, no mínimo suspeita. Uma Tremere e o Lassombra novato que havia se apresentado junto comigo se engalfinhando. Eu iria em auxílio à Tremere, mas o fato de ela estar manipulando as trevas, era na melhor das hipóteses, extremamente suspeito. "Algo errado não estava certo!"

"Difícil saber qual dos dois lados está do meu lado nesta batalha apenas com as informações que eu tenho agora."

Mantenho meu corpo flutuando acima de D'la Fere a uma altura fora do alcance de seus braços do abismo, mas o suficiente para que pudéssemos escutar um ao outro.
- O que está acontecendo aqui? Por que vocês estão tentando se matar?
Eu não sabia muito sobre D'la Fere, mas eu havia vivido já por muito tempo, muuuito tempo mesmo. Tempo suficiente para saber quando alguém está tentando mentir*.


*Qualidade Frieza Lógica.

Finalmente aquela batalha chegara em seus instantes finais, talvez por descuido D'la Fere tivera mais dificuldade do que o esperado, a lição que ficava para o neofito era de que sua vaidade poderia lhe derrubar se não a controlasse..

Quando seus braços negros liquidavam o corpo de Dakota uma segunda presença lhe roubava a atenção...
Lady Abigail se aproximava do tipo do edifício desconsiderando as leis de Newton, Ângelo em todos esses anos nunca havia presenciado tal talento vampirico, mas além da perplexidade da cena ficava aliviado a primeiro momento, pois era uma aliada aque ali chegava.

Abigail fazia questionamentos ao cainita que se prontificava em responder sem muita enrolação.

_ não sabia que membros tão antigos eram adeptos do atraso! - Ângelo dirigia suas palavras para Abigail com um leve tom de humor.
_ você está tendo uma percepção equivocada da situação minha senhora, eu não costumo tentar... Mas respondendo sua pergunta, eis aqui um membro do culto maligno. Uma batedora acredito eu, fui alvo de uma tentativa de recrutamento, mas nossa ideias se divergiram em algum momento.
_ mas algumas coisas entraram em minha mente que me faz questionar algumas coisas, você como membro de grande influência poderia talvez me tirar essas dúvidas?

_ não sabia que membros tão antigos eram adeptos do atraso!

- Um mago nunca se atrasa, Angelo D'la Fere. Ele chega na hora certa! Fazia um trocadilho usando as palavras de um personagem chamado Gandalf, que minha filha havia me obrigado a assistir com ela.

_ você está tendo uma percepção equivocada da situação minha senhora, eu não costumo tentar... Mas respondendo sua pergunta, eis aqui um membro do culto maligno. Uma batedora acredito eu, fui alvo de uma tentativa de recrutamento, mas nossa ideias se divergiram em algum momento.
_ mas algumas coisas entraram em minha mente que me faz questionar algumas coisas, você como membro de grande influência poderia talvez me tirar essas dúvidas?

"- Ora ora! Parece que uma das minhas teorias se mostrava certa. Os novatos, exceto Edward, que apareceu do nada, não fazem parte do culto. Mas a esta altura podem já ter recrutado o Brujah que foi levantado a harpia."

D'la Fere agora tinha toda a minha atenção. Eu baixava a guarda e descia, tocando meus pés no "chão", ou melhor, no terraço do prédio. Me aproximo para ver a situação de perto.
- Não sei se posso ajudar muito, já que nossas ideias também divergem em um certo ponto. No ponto em que eu não me considero um Membro de grande influência. Para a sociedade de Paris eu e você estamos no mesmo patamar, somos ambos Algozes. Então você é tão influente quanto eu. Talvez a única diferença é que pode ser possível que eu consiga alguma ajuda dentro do meu clã, na medida que houver interesse da parte dos anciões do meu clã. Bem... e uma feiticeira que manipula a "arte das trevas" e faz parte de um grupo infernalista, isto com certeza chamaria muita atenção dos anciões do clã Tremere para intervirem aqui. Mas honestamente, prefiro não contar com isso.
"- Acho que falei demais e tornei tudo meio confuso."
- Resumindo, o que eu quero dizer é que do meu ponto de vista o melhor a fazermos é descobrirmos os Membros que não fazem parte do culto e juntarmos forças. A sensação que eu tenho é que eles conseguiram recrutar uma boa parcela da corte de Paris. Por isso o príncipe não conseguiu resolver a situação até hoje, embora ele também pode fazer parte disso e todo aquele discurso não tenha passado de um teatro.

Após uma pausa continuo:
- Eu também descobri algumas coisas. Edward, o novato que fazia cena de "coitadinho", é um membro do culto também. Quero capturá-lo. Você me ajuda?

Jogo adiantado por WhatsApp:

Edward já havia aceitado se encontrar com Abigail, agora era só questão de tempo até o neófito chegar. Abigail agora podia contar com o apoio de D'la Fere, a emboscada estava armada. Edward vinha para eles, inocentemente, como uma mosca para a teia da aranha.

Ambos estavam apostos. Abigail, aguarda seu convidado no topo do prédio, enquanto D'la Fere, se escondia nas sombras, ambiente familiar para o vampiro. Apesar de Edward não ter avisado previamente sua chegada, tanto Abigail quanto D'la Fere, ouvia passos nas escadas que dava acesso ao terraço. 

O som dos passos desaparecia. Segundos se passam e nada da porta de acesso se abrir. Apesar de todo o esquema, a confiança da emboscada, Abigail e D'la Fere se entreolhavam, compartilhando um momento de tensão. 

Finalmente a maçaneta da porta girava e a porta se abria. Não havia muita iluminação naquele local. E a tempestade que caía, impedia a luz do luar de clarear o cenário. A porta se abria completamente, mas apenas escuridão poderia ser observado. Novamente o silêncio.

Abigail era prudente, não olhava para D'la Fere dessa vez. Isso poderia por tudo a perder, entregando a presença do lasombra e sua posição. Uma voz jovial ecoava, vindo de trás da porta e chegando aos ovidos dos vampiros. - Ora Abigail, por que me esperas sob essa tempestade? Venha até aqui, não quero me molhar...

Eu e D'la Fere estávamos juntos no mesmo propósito: A captura de um segundo membro do culto do mal. A confiança era maior, visto que tínhamos respaldo um no outro, caso as coisas fugissem do controle ou Edward trouxesse mais alguém consigo.

Escutamos os passos na escada e aquela tensão pré ação vem palpitando as nossas veias. Um plano de ação começa a se formar em minha mente... De qualquer forma eu invocava os dons do meu clã e aumentava a minha força imediatamente a níveis altos (Controle de Elementais - Força Elemental: +3 força)

Edward finalmente chegava. Meu alvo estava ali próximo a mim como um coelho que passa na mira de um caçador. Mas, ainda não havia sido capturado. Sem contar o fato de que eu não subestimaria o neófito. Mas manteria o plano inicial, a mentira de que tudo era apenas uma conversa.

- Ora Abigail, por que me esperas sob essa tempestade? Venha até aqui, não quero me molhar...

"- Safado! Vou tentar de um jeito não agressivo, se Edward colaborar. Mas se ele não colaborar preciso ter um plano B!"

Edward relutava e não entrava de boa vontade e facilmente na arapuca. Eu precisaria atraí-lo de outra forma, talvez.
O som da tempestade fazia com que eu tivesse que falar mais alto, quase gritado para que ele pudesse me escutar.
- A chuva é necessária, pois ela atrapalha o sinal da shereknet, caso os ratos* estejam monitorando a região para capturar as informações que eu irei lhe passar. O corredor de escadas que você está ecoa em dezenas de andares, ou seja, dezenas de chances de a informação vazar.

Eu contava com a sorte de que minha voz sedutora aliada ao fato de que eu era uma excelente manipuladora das palavras seriam suficiente para ludibriar o neófito. Bem, talvez esse fosse mesmo meu trunfo. Se ele fosse mesmo um neófito, certamente julgaria minhas habilidades para o físico e não para as palavras, considerando os cargos que nos deram na nossa recepção em Paris.

* Clã nosf

Adiantado por whatsapp :

Convicta de suas ações, Abigail investia todo o seu recurso que julgava necessário para conduzir a conversa até onde queria. Ela tentava envolver Edward em uma conversa aparentemente amigável e despretensiosa. A reação do vampiro era de surpresa. O que fazia a tremere o ver como um dissimulado. Mas de certa forma, uma reação previsível. Quando questionado, ele negava todo e qualquer conhecimento a respeito das insinuações de Abigail.

Pelo visto ele não iria entregar o jogo tão facilmente. Sendo assim, Abigail utilizava de seus dons para poder coagir Edward e conseguir suas respostas. O pobre diabo não sabia a armadilha em que estava prestes a cair. Diante dele, uma ancillae se segurando para não o decapitar. Ela atribui a atual condição de Magnólia ao neófito. Atrás dele, um lasombra que provou sangue cainita recentemente e ainda sentia um gostinho de quero mais. Sem dúvidas, não era um bom lugar para Edward.

Sob o efeito da presença da tremere, Edward ia soltando as palavras como uma criança inocente sendo manipulada por um adulto maldoso. Mas para a frustração da vampira, nenhuma confissão ou algo que pudesse liga-lo ao culto era saía da boca dele. Por um momento, Abigail questionava sua própria sanidade. Pois seus olhos não a enganaram. Ela havia visto Edward naquela cerimônia macabra...

Eu ficava decepciopnada. Mesmo sob o poderoso efeito do Transe, Edward não abria o jogo. Algo errado não estava certo.
"Mas eu tenho certeza que o vi! Por que isso agora?! Que jogo é esse? Ele está dissimulando? Mas como faria isso sob efeito do Transe?! Se é assim então vamos dobrar o efeito antes de qualquer iniciativa física!"

- Ah... entendi...
Eu pigarreava antes de continuar e então prosseguia. Agora concentrando minha mente e desprendendo um esforço mental para que meu objetivo fosse, de fato, alcançado. Fazia aquilo por alguém a quem eu me apegava. Era por ela que eu me esforçaria tanto. Inseria uma nova pergunta, mas agora Edward seria obrigado a respondê-la, e o pior, sem mentir! Ele não poderia ocultar a verdade, desta vez!

- Então me diga tudo o que você sabe sobre o Culto do Mal! (Dominação 2) (1 FV para o teste)

Quando fosse a hora de atacar, eu acreditava que D'La Fere iria entender que era a hora. Até porque eu também realizaria um ataque.

Aquilo não fazia sentido algum para Abigail, como Edward poderia mentir sob o efeito de sua poderosa presença? De qualquer maneira, ela considerava alguma falha no empenho do poder. Sendo assim, ela decide usar sua dominação para ter uma melhor garantia. Ela dedica toda a sua vontade nessa manobra para obter o resultado esperado. A confissão do maldito Edward, traidor e precusor do Culto Maldito, que está acabando com a paz na linda e gloriosa Paris.

- Então me diga tudo o que você sabe sobre o Culto do Mal!

Imediatamente o pouco brilho que havia nos olhos de Edward se extingui. Sua face revela a ação do poder, ao perder toda e qualquer expressão. A água da chuva que escorria sobre seu rosto o deixa com um aspecto ainda mais catatônico.

Finalmente a confissão. O som que formava palavras começavam a sair da boca do vampiro. Abigail se mostra empolgada com o resultado do poder, ele iria falar tudo agora. Logo o sorriso na boca da vampira se esvaía na medida que aqueles sons, palavras, formavam frases com algum sentido...

- Eu não sei nada sobre o Culto Maldito.

Não havia mais sentido em continuar aquela conversa. Eu não tinha os meios de extrair a verdade de Edward. Mas eu sabia que ele fazia parte daquilo. Eu poderia não conseguir entrar em sua mente, mas eu sabia que alguém poderia, de alguma maneira, extrair o que eu não havia conseguido.

- Entendo...

Decepcionada só me restava uma última coisa a fazer. A captura física de Edward. E o primeiro passo era reduzir suas capacidades físicas. Com um mero olhar e estalar de dedos os dons da Taumaturgia faziam com que seu corpo era envolvido por chamas que queimariam sua roupa e sua pele. (Sedução das Chamas - 5)

Certamente aquele era o sinal que D'La Fere precisava...

Farta daquele diálogo que não chegava a lugar algum, Abigail decide finalmente dar a deixa que D'la Fere precisava. De repente, o corpo de Edward entra em combustão sem nenhum motivo lógico aparente. Mal sabia ele sob o que estava sendo submetido. Um dos poderes mais temidos dos tremeres. A sedução das Chamas.

Imediatamente, ele se debatia a fim de apagar o fogo que brotava de seu corpo e vestes. Para sua sorte, o céu o ajudava com aquela terrível tempestade que caía sobre a cidade de Pariz. Mas antes que ele conseguisse se recompor, tentáculos tenebrosos surgiam das sombras e agarrava o pobre neófito, imobilizando-o por completo. Suas duas mãos e seu dorso estavam presos pela teneborsidade de D'la Fere, que foi o elemento surpresa de toda essa cena armada contra Edward.

- Por que estão fazendo isso comigo? - Questionava o neófito com uma voz cheia de dor e confusão.

Dados:

- Por que estão fazendo isso comigo? - Questionava o neófito com uma voz cheia de dor e confusão.

- De alguma forma você está mentindo. Não irei parar até que responda, com sinceridade, sobre o Culto Maldito. Você tem o prazo que o seu corpo aguentar!

Enquanto falava, minha mente concentrava-se no próximo ataque, que era furtar a vitae de Edward. Prosseguiria furtando sua vitae até que ele entrasse em torpor pela ausência total de sangue em seu sistema. (Linha do sangue - furto de vitae)


Obs: Usarei furto de vitae até secar o corpo de Edward. Se ele confessar alguma coisa, poderei parar, mas apenas até ele dizer o que tem a dizer, para então continuar novamente.

Ainda se convencida de que Edward, de alguma maneira estava conseguindo driblar todas as suas investidas, inclusive as sobrenaturais, a vampira está convicta em ir até o fim se preciso, para arrancar do neófito uma confissão que faça coerência com aquilo que seus olhos viram ao presenciar um ritual do culto maldito.

Totalmente preso e sem condições de se defender, Edward era mais uma vez submetido ao temido poder da taumaturgia. Abigail invoca seus dons para extrair a vitae do corpo de Edward, sem precisar toca-lo. A vampira era muito bem sucedida nesse ato. Uma nuvem vermelha saía com violência do corpo do vampiro e como se estivesse viva, seguia a vontade da tremere e corria para o corpo dela.

Os tentáculos de D'la Fere, apertam o neófito, causando uma dor terrível. Agora ele estava machucado e faminto. Sua reserva de vitae estava próxima do fim, e sua besta interior estava começando a ficar agitada.

- EU JÁ DISSE QUE NÃO SEI DE PORRA NENHUMA DESSE CULTO MALDITO SUA VADIA!!! 

- EU JÁ DISSE QUE NÃO SEI DE PORRA NENHUMA DESSE CULTO MALDITO SUA VADIA!!!

Por um instante eu interrompo o ataque. Pego meu celular e mostro a Edward a foto que eu havia tirado dele.
- Não sabe de porra nenhuma mas participou do culto. Olha, eu não dou a mínima para a sua miserável não vida. Mas eu estou em busca de respostas e, para a sua infelicidade, você participou do culto, consciente disso ou não. Então me diga, Quais foram os últimos três Membros com quem você conversou pessoalmente antes desse horário? (Cito o horário em que o culto ocorreu. Peço informação de quem Edward teria visto nas horas antecedentes ao culto ou talvez até no fim da noite anterior.)