Nicolle não conseguia, ao olhar para os carniçais, notar nenhuma aura que indicasse algo suspeito – havia apenas o alaranjado do medo e as manchas claras que indicavam sua natureza como servos de um vampiro.
O tabuleiro era bem ornamentado e as peças pareciam ser feitas de marfim e ébano. Há um envelope de uma carta ao lado, indicando que seu remetente era de Londres. No bilhete, aberto sobre o tabuleiro, há uma pequena mensagem manuscrita escrita em uma letra delicada:
"Aqui está um que eu pensei que você poderia estar interessado, movimento do preto, mate em quatro. Você pode ver, caro Custódio?". Não há assinatura. Ao tocá-lo, a Tremere só conseguia identificar que um único homem havia movido as peças. Era um homem loiro, de meia-idade, muito bem vestido em uma camisa de mangas compridas e calça de terno. Os longos cabelos loiros estavam amarrados em um rabo de cavalo. Um quadro na parede indicava que era o mesmo homem, embora o quadro fosse bem mais antigo e as roupas ali eram claramente de alguns séculos atrás.
Tocando a porta do cofre,
Rugall é assolado por uma pressão impressionante – ele não se lembrava em sua vida de sentir algo como aquilo. Sob essa pressão ele vê claramente quando um único homem caminha até a porta de aço e, com algum esforço, simplesmente o arranca da parede e o joga no chão.
Ao tocar o homem morto, ele vê o mesmo sujeito entrando no escritório. A vítima está sentada à mesa, mexendo em alguns documentos, e fica surpreso quando o outro entra – como se o reconhecesse. Não há tempo de conversa, o invasor se aproxima a passos largos, saca uma pistola e dá um único disparo – a vítima é jogada para trás, ficando curvada sobre o encosto da cadeira. O Tzimisce, então, segue para o alojamento dos carniçais.
[quote=Rugall]Saudações a todos. Meu nome é Rugall e acredito que saibam o porquê da minha presença e a de meus colegas por aqui. Tenho certeza de que todos vamos nos dar muito bem. Agora, por obséquio, gostaria de saber com detalhes o que cada um de vocês pode me dizer sobre o que houve por aqui.[/quote]
Os carniçais escutam o que ele diz, mas a única que se adianta é a outra mulher. Loira, veste uma longa bata multicolorida, vários anéis e enfeites no rosto – parece uma "hippie chic" ou algo assim.
Carniçal
| Bem, senhor, infelizmente não estávamos aqui, os únicos presentes durante o ataque são Natasha e, bem, o Julian. Hã... ele é o que está ali no... escritório. |
Rugall via apenas imagens da moça andando pela rua – comprando vestidos e joias, almoçando em um restaurante caro... ficava claro que ela não era exatamente uma "guarda-costas" de Lodin. Não tinha o perfil de "combatente". Devia ter outras funções. Natasha toma a palavra.
Natasha
| Nada demais ocorreu. Fiquei na Sala de Segurança o dia inteiro e não houve mudanças. Só percebi o que havia ocorrido quando vi, pelas câmeras, Julian morto e o cofre aberto. Isso foi por volta de uma da tarde, mas as câmeras não mostraram nada. |
Ela falava de forma direta e clara, como um soldado passando um relatório. Isso também respondia à pergunta de
Leon.
Henzel dedica-se a examinar o corpo. Descobre que o homem foi alvo de um disparo bem à frente dele – a vítima não parece ter mostrado qualquer reação. A arma tinha grosso calibre e o projétil entrou em cheio pela testa e saiu por trás, deixando um enorme buraco no crânio. O sangue escorreu do corpo e cobriu o chão ao redor da mesa, mas já havia coagulado e secado – o cadáver já começava a cheirar mal. Sua carteira revelava algum dinheiro, cartões de crédito e uma habilitação – seu nome era Julian Curry. O sangue havia respingado em alguns papéis: eram referentes a investimentos em ações algumas contas bancárias com valores... consideráveis.