Luas Carmesim - V5 - Rio Doce

( A mente de Yuna está conturbada, pensando unicamente em ir para qualquer lugar que fosse seguro. Sentia-se suja, assustada, a visão daquela coisa ainda estava muito vívida e assim que chegam a mansão de Jacob, ela espera entrarem e fala)


—Preciso de um banho rápido e uma muda de roupas... (Ela não olha pros dois ali, mas fica observando o lugar, com aquela sensação que a mansão pode esconder algum perigo) — Eu vou pegar um táxi, quero voltar pro Esfinge assim que estiver mais apresentável, podemos nos encontrar amanhã lá ou aqui para avaliar o que devemos dizer ao sr.Young( A formalidade ao tratar de seu criador surgiu naturalmente, estava frustrada em relação a ele e sua missão cheia de devaneios, embora soubesse que aquilo também tinha outro significado.) — Temos que falar as coisas em detalhes, sinceramente não tenho interesse em prosseguir com isso seja por dinheiro ou para obter status... — Não vou me arriscar de novo em encontrar aquela coisa...Malditos ratos, era uma emaranhado dele, uma criatura deformada e asquerosa...Não quero mais encontrar aquilo!!!!( A voz dela está alterada, o olhar cansado era evidente, estava roendo as unhas, andando agora de um lado pro outro e olhando os cantos escuros que ali tivessem) — Essa missão não é coisa para jovens, acredito que ele saiba disso e ainda assim nos colocou em algo assim?!(Ela para subitamente, cruzas os braços e fica olhando os dois ali)

Ações e pensamentos entre parênteses

Com a informação de que nem tudo estava perdido em relação aos tomos e livros sobre o sangue do clã, eu fico mais animada e balanço a cabeça positivamente.

- Obrigada, vou ficar de olho nas oportunidades sim. - Digo com um sorriso no rosto.

No momento que a malkavian começava a falar sobre a vida humana de Marceline, eu acho um pouco esquisito o que ela falava.

" Estranhamente especifico a questão do casamento e da escola de etiquetas francesa... Eu acho que ela está falando de si mesma e não mais de mim. Agora que tocou no assunto, eu não sei quantos anos Isabelle tem... Mas antigamente era dificil ser uma mulher com personalidade forte com a de Isabelle. Deve ter passado por uns maus bocados. "

- Nesse caso, eu me aproximava do grupinho, dizia oi e me apresentava... Mas o ambiente de faculdade é diferente do ambiente que um falsificador de identidades se associa, eles são muitos desconfiados de policial a paisana e tudo mais... Chegar e dizer oi não vai funcionar... Se eu for em um bar de quinta ou uma boca de drogas perguntando a respeito disso, provavelmente iria acordar em uma banheira de gelo na noite seguinte.

" OU então em um mar de sangue depois de matar mais gente... dependendo da minha sorte. "

Eu escuto em silencio o que ela falou sobre os carniçais e não consigo evitar sentir a dor que aquelas palavras de isabelle estavam carregadas, eu olho para minhas pernas e pé novamente.

- Sinto muito. -

Eu queria me levantar dali e abraçar a mulher a minha frente, mas sabia que Isabelle não era mulher de abraços, ela provavelmente iria me afastar imediatamente, ainda mais agora que ela parecia estar em sua persona " mulher de negócios". Gostaria de saber mais sobre ela, mas é melhor não forçar a barra, se não ela se fecha completamente de novo.

Diná e Jacob davam partida em seus transportes e saiam daquele ambiente decrepito a toda velocidade. O toreador não aguentaria ficar naquele lugar nem mais um segundo e sua moto rompia as noites toda velocidade ultrapassando sinais sempre que podia. A sensação de estar sendo seguido não tinha ido embora o que fazia com que o toreador fosse imprudente no transito.

Assim que chegam na sua mansão Jacob vai até a lavanderia e pega as roupas de Yuna que haviam ficado na sua casa na noite passada e volta até ela onde ouve seus apelos:

- Eu compreendo Yuna, porem infelizmente pra mim não da pra desistir dessa tarefa - a voz de Jacob atingiu um tom sério e sua expressão era triste- Serei sincero com você como fui até agora, não acho uma boa ideia você contrariar o seu senhor desistindo da tarefa agora. É melhor você pensar melhor nisso quando estiver com a mente mias tranquila


Jacob se sentia mal por Yuna e piro ainda por não poder ajuda-la de alguma forma. Era monstruoso o que Hector havia feito com ela e agora a forçava a passar por esse tipo de coisa por causa de um delírio que ele teve. O toreador da um suspiro cansado diz:

- Eu mesmo a levaria para o esfinge, mas se você preferir ir sozinha eu vou entender - Jacob entrega as roupas para Yuna. - Você sabe onde fica o banheiro e como da outra vez fique a vontade.


Assim que Yuna sair Jacob vai levar Diná até a sala de estar onde ele vai sentar no sofá e após um suspiro cansado ele vai dizer:

- O que achou disso tudo? Acha que esse encontro com o Barata ajudou em alguma coisa?


Por algum motivo a sensação de estar sendo seguido não tinha ido embora e mesmo naquele momento o toreador não conseguia relaxar completamente. Vez ou outra ele olhava de um lado para o outro e para os cantos escuros de sua casa procurando por seu perseguidor

(As palavras de Jacob são verdadeiras. A situação de Yuna não era das melhores, assim que acordou naquele mundo a fome implacável fez uma primeira vítima, que pairava ao seu redor vez ou outra. O mendigo mereceu morrer?! Enquanto ele falava ela questionava a si mesma, pois não podia se achar no direito de matar e por fim aquela noite tenebrosa parecia infindável. Jacob era educado, prestativo e  gentil, com toda certeza até o momento lhe parecia a pessoa que ela poderia chamar de amigo, mas ao pensar em Héctor as coisas se misturavam desgraçadamente, como se a sua existência fosse um mero deleite para o tédio de seu criador, um véu escuro cercava seus pensamentos, o medo ganhava formas e contornos inumanos. )

“- Eu compreendo Yuna, porém infelizmente pra mim não dá pra desistir dessa tarefa - a voz de Jacob atingiu um tom sério e sua expressão era triste- Serei sincero com você como fui até agora, não acho uma boa ideia você contrariar o seu senhor desistindo da tarefa agora. É melhor você pensar melhor nisso quando estiver com a mente mais tranquila”

— Você tem razão, mas depois de hoje questiono-me se não fui abraçada por um mero capricho…Obrigada Jacob, mas pego um táxi( Ela pega as roupas e toma um banho tentando limpar a imundice nela, mas parece que aquilo não sai de seu corpo e nem de sua mente. Depois que saí do banheiro, fica ali olhando as roupas suja, sentindo que estava fedendo como aquele lugar imundo onde Barata vive, os grunhidos em sua mente e a sensação de ratos em seu corpo a fazem tremer.Ela caminha com Jacob e Diná olhando tudo como se alguma coisa fosse surgir e quando ele pergunta Diná sobre aquela noite, ela apenas pega o telefone para pedir um táxi) —Jacob muito obrigada por tudo, talvez como Diná disse precisamos nos unir e assim quem sabe ter uma chance maior de sobreviver nesse mundo tão sombrio!( O semblante dela está carregado e nem de longe parece a jovem da primeira noite que Jacob viu e nesse momento Diná falou, Yuna compreendia perfeitamente o que ela dizia, mas ao mesmo tempo sentia que a culpa era do seu criador por ter abraçado alguém como ela, na cabeça dela Hector era tão sujo quanto Barata. A racionalidade de Yuna estava adormecida, porque o medo atrapalhava os pensamentos, mas no íntimo sabia que Hector era um problema que infelizmente ela não sabia lidar ou melhor tinha medo de enfrentar.)

—Eu não vou dizer nada, até porque terei  problemas, meu criador parece ter uma personalidade um tanto dominadora e não tenho interesse algum em gerar mais problemas pra mim ou pra vocês!( Ela fala baixo, os olhos no chão e depois olha pro dois ali)



Pensamentos e ações entre parênteses

Eu suspiro, finalmente percebendo o quanto tempo levaria para eu conseguir algo "relativamente simples" como uma identidade falsa que pareça legitima o suficiente para que eu possa usar como segunda vida.

- Me sinto uma criança de novo... tendo que aprender a engatinhar e como o mundo verdadeiramente funciona. Com você também foi assim? - Eu falo em um tom de conversa, não estava reclamando nem sendo birrenta a respeito dos ensinamentos de Isabelle que eram extremamente valioso, apenas tinha a prova que a vida fácil e tranquila que eu levava antes de "morrer" havia ficado para trás.

- Parece que eu vou ter um monte de trabalho para fazer nos próximos dias, preciso pensar em como organizar o tempo. - Eu me recosto na cadeira com uma expressão pensativa. - Creio que o primeiro passo agora seja ligar para os toreadores e arrumar um bloco de anotações e caneta... - Digo devagar e pensativamente.

A preocupação de Diná era valida. Se Yuna dissesse o ocorrido para Hector tudo poderia ir por agua abaixo, contudo o toreador não via outra alternativa a não ser confiar na asiática. A mente da garota estava sobrecarregada devido aos acontecimentos da noite e Jacob não poderia culpa-la por isso.

Algum tempo depois antes que Yuna fosse embora Jacob com um expressão gentil se despede dela dizendo:

- Infelizmente nossa vitae não é capaz de curar os ferimentos da alma, mas isso não significa que eles não possam cicatrizar naturalmente com o tempo.


Jacob abre um sorriso para a asiática e termina:

- Fique bem Yuna e se precisar de ajuda lembre-se daquilo que eu te disse no carro a algumas horas atrás.

— Jacob, ninguém pode desfazer o que foi feito conosco, agora percebo melhor as coisas...(Ela estremeceu de novo e olhar percorre o ambiente como se mais alguém pudesse ouvir. Os grunhidos ecoando na cabeça dela e a voz agora é um fio)— Bem como certas marcas vão queimar dentro de nós e sei que não posso desfazer o que fiz essa noite, mas o pior é saber que no fundo eu gostei de sentir a vida daquele homem se esvaindo e a violência do ato parecia visceralmente bonita por alguns segundos…—Mas não se preocupem não direi nada, agora vou embora( O táxi devia estar pra chegar)


—Não precisa me acompanhar até a porta e amanhã nos encontramos para avaliar melhor as coisas.


( Um esforço tremendo era feito para falar essas últimas palavras, então ela se despede e vai de encontro ao táxi, Yuna entraria no veículo dando um boa noite quase espectral, ao término da corrida uma gorjeta justa. Ela julga que pelo horário poderá passar despercebida pela porta dos fundos, até seu quarto e organizar as ideias. A sensação de perseguição é imensa. O Esfinge lhe parecia sufocante, o barulho do lugar a irritou e assim que entrou no quarto o trancou. Por instantes que pareceram anos olhou-se no espelho, seu semblante estava distorcido pelo medo, frustração e desespero. Ali podia se sentir um pouco segura, ela abre uma das gavetas, pegando uma tesoura, os dedos longos tocando os fios róseos e aos poucos corta os fios pintados nas vésperas do seu aniversário de vinte anos. A culpa estava ali como se fosse uma sombra punitiva, quando cortou os cabelos eles voltaram a cor de nascença, escuros como uma noite sem estrelas e ela chorou silenciosamente. Os grunhidos na sua cabeça, a sensação de estar podre, com o canto do olho podia jurar que havia um rato imundo lhe observando e correu para o banheiro para tomar um novo banho. Ela esfrega a pele com tanta força que consegue se machucar, aquela noite continuava se repetindo na sua cabeça enquanto a água fria molhava seu corpo. Sua mente segue pregando peças doentias, escutava algo arranhando a porta do quarto, achava que o lugar estava podre, sentia ainda gosto de sangue na boca e por fim a solidão parecia apossar-se dela ao mesmo passo que o pavor lhe deixava entregue a pensamentos obscuros. Ela murmura sentindo a água tentar inutilmente lavar sua sujeira moral)


— Eu me vi encarando a besta, tal como se fosse um acorde sombrio, que espreita e incita...Podia ouvi-la como se as suas palavras me açoitassem, instigando-me ao pior e toda aquela violência que explodiu em selvageria, era como sentir um chicote prazeroso banhando em sangue a gotejar a vida daquele homem em minha garganta seca…Agora como punição escuto os grunhidos ecoando aqui, pequenas garras arranhando minha porta, eles querem um pedaço meu, aquelas coisas asquerosas estão aqui para devorar até o último pedaço dessa carcaça podre...( Nesse momento ela fala isso para si mesma, a voz é baixa, os olhos fechados e o som da água misturando-se ao choro dela.)



Pensamentos e ações entre parênteses

Eu balanço a cabeça positivamente enquanto ouvia o que Isabelle falava sobre sobre propria experiencia.

- Então teve pontos positivos e negativos com o avanço da tecnologia, problemas diferentes, mas problemas mesmo assim. - Digo com um sorriso no rosto.


Após Isabelle falar que tinha que trabalhar, eu me levanto da cadeira e faço uma leve mesura pra ela. - Obrigada pela ajuda de novo Isabelle, tenha um bom trabalho. Até mais. - Eu me despeço apropriadamente da vampira mais velha e me dirijo para fora do escritório, deixando ela sozinha.

Uma vez do lado de fora do escritório, eu pego meu telefone e disco o numero de Yuna.

Jacob ouvia Diná concordando com a afirmação dela de que não podiam roubar a estatua de Hector. Seria praticamente um suicídio e quando a garota menciona o cheiro de enxofre o toreador arregala os olhos surpreso e diz:

- Então você também sentiu aquele cheiro? Achei que tinha sido só eu. A proposito, a respeito daquela estatua, viu o modo como Hector se esquivou da minha pergunta a respeito de onde ele tinha conseguido aquele troço? Não sei você mas eu não engoli aquela desculpinha dele. Em minha visão  aquele objeto é algo muito mais sério do que pensávamos ou algo que nosso contratante não deveria ter.... ou as duas coisas.

Quando Diná termina termina de falar o toreador encosta a cabeça na poltrona, pensa por alguns minutos e responde:

- Agora que você mencionou até que faz sentido, acho que vale a pena arriscar. Faremos uma pesquisa referente a esse "Lar das Servas da Mãe Misericordiosa" e ver o que encontramos.

Jacob da um suspiro e muda o foco da conversa:

- Pretende tentar achar Marceline de novo?

OFF : Agradeço imensamente por ter jogado com vocês, mas no momento não tenho como ficar na mesa, por vários motivos, então encerro aqui minha participação.

Desejo muita diversão e tudo de bom pra vocês!

Após perceber que não estou com meu celular no bolso, fico alguns segundos pensando onde pode ser que eu o deixei, é quando me toco de todo o problema do hospital.

- Merda... O celular e a minha bolsa ficou no hospital. - Faço um leve facepalm após me dar conta de mais esse detalhe.

Começo a caminhar em direção do telefone fixo do Faest para ligar para Jacob.

Jacob meneia a cabeça em concordância com Diná.

- Como disse mais cedo, preciso me alimentar antes de fazer qualquer outra coisa. Não pretendo me demorar muito, de modo que se você quiser adiantar as coisas e ir atras desse informação ainda hoje creio que não será problema.


O toreador da um suspiro cansado e termina:

- Você conhece algum jeito de nos colocar dentro da biblioteca a essa hora?

Não conseguindo o numero de Jacob eu tento puxar da memoria o numero de Diná e de Yuna para ligar para elas.

" Urgh, todo mundo fora de area, que merda... "

Coloco o telefone o gancho novamente e volto para o meu quarto, pegando um cartão reserva de telefone, assim como uma mochila, onde guardo algumas mudas de roupas e outros artigos essenciais, sigo para a garagem do Faest para sair pelos fundos e evitar ser vista pelo maximo numero de pessoas que eu conseguir.

Uma vez fora do Faest, eu caminho até a rua principal e procuro por ponto de taxi, caso não exista nenhum ponto de taxi ali por perto, eu vou até um orelhão para requisitar o taxi numa dessas cooperativas.

Quando conseguir o taxi, peço para ele me levar até o endereço do hotel que Isabelle me indicou, durante a corrida vou conversando com o motorista para determinar que tipo de ressonancia ele possuia.


off: Teste de ressonancia no taxista.