- Trilha Sonora:
Essa é uma Crônica adaptada do cenário pronto Capital by Night. Embora a base seja toda a mesma, os eventos que virão a discorrer para a mudança de cenário para o V5 mudarão muitas coisas.
DO COMEÇO...
“Cada vez que a história da cidade é contada, o orador muda algo. E se você soubesse de cada vida destruída, de cada sonho massacrado e de cada deslealdade, mudaria também. Quer dizer, essa porra é Camarilla. Quem é que vai sair por aí falando “E foi assim que eu traí meus aliados, fiz diablerie no meu senhor e conquistei essa posição pra que todo bosta chupasse minhas bolas pro resto da eternidade. Fim”? Ninguém, né!? Mas esse começo já te explica bastante: somos uma cidade de hipócritas, gente que derramou sangue inocente pra construir esse império. Pronto. Essa é a nossa história. Fomos monstruosos. Somos monstros. Sempre seremos. Ta aí a única verdade que te contarei hoje. O resto é pura especulação. Mas do começo, você me pede. Ok. A cidade começou há quatrocentos anos atrás em um banho de sangue. Homens brancos cobertos com roupas metálicas brilhantes ao sol Capítulo I: A História “Não há nada mais relapso do que a memória. Atrevo-me mesmo a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de fatos e de figuras.” -Nelson Rodrigues e carregando uma cruz mataram os guerreiros que protegiam suas tribos, mataram os deuses antes cultuados e escravizaram os que sobraram para construir aquela igreja ali. Bom, na verdade a igreja do centro sofreu um incêndio e foi reconstruída. Mas era ali, você entendeu, né? Com uma bíblia debaixo dos braços, os brancos vieram e conquistaram. Uma pequena vila foi criada à margem do rio e, de vez em quando, seres da noite atravessaram a ribanceira vindos de outras vilas para encontrar um novo lar. O senhor do meu senhor afirma que a maioria dos Portugueses que vieram pra estas terras corriam de algo. Alguns eram ainda alvos do fogo da inquisição, outros estavam sendo caçados por suas crias que se rebelaram e ainda havia aqueles que perderam seus principados por não aceitar a criação da Camarilla. Burros. Criminosos. Idiotas. Aqui eles sobreviveram, envelheceram e hoje são chamados de “anciãos”, um termo formal para um filho da puta escravista que fracassou na Europa, mas que vai jogar na sua cara que tem séculos de idade. Mas o que você conhece por cidade não existiu até a chegada da Família Real no Rio de Janeiro e a ambição de alguns anciãos, que, pra ser bem sincero, deveriam ter voltado pro barco assim que Napoleão perdeu a porra daquela guerra!”
DOM AFONSO DE BRAGANÇA
“O que eu mais gosto na história do Dom Afonso de Bragança é que ele foi embora. Mesmo. Se você tivesse sido abraçado naquela época pensaria igual. O Ventrue que dizia ter mais de um milênio e meio de idade, que viu Roma cair e a Camarilla ser formada pensou “Já que nossa forma de governo de principados não funciona na Europa, que tal trazer isso pra ser um fracasso no Brasil também?”. E o pior é que ele não veio sozinho com essa ideia de Camarilla não, o Lionel ‘tava aqui cortando a fita da fundação da cidadela ao lado dele. Dom Afonso de Bragança era um Ventrue… Peculiar. Sua fala exageradamente palaciana, sua maneira de tratar a todos como meros caipiras e sua necessidade de controlar a todos, bem, eu falei peculiar? Acho que descrevi só mais outro Ventrue! Afonso comprou a maioria das terras que compõem as cidades em nossa volta e foi sua cria, a Danisha, quem coordenava de fato a fazenda daqui, até então apenas uma vilazinha. Diga o que quiser da Danisha, ela teve coragem suficiente pra passar a perna em seu senhor e começar os acordos com os barões do café que ergueram uma cidade onde tudo aqui era só uma igreja. Só tinha uma pedra no salto alto dela, o Lionel. O Malkavian português (quer dizer, ele mais parece um nórdico, né?) moveu cada influência no banco para afundar os fazendeiros daqui em dívidas até que ele controlasse grande parte das decisões importantes tomadas. Danisha, pra passar a perna mais uma vez, aproveitou a abolição da escravatura para trazer novos imigrantes, selecionar os mais proeminentes e abraçá-los. Ela sempre esteve dois passos à frente do seu tempo, usando cada mudança como uma oportunidade. Quando a cidade de fato começou a crescer, Dom Afonso de Bragança agradeceu sua cria e pediu pra ela largar o osso, dando o cargo de Senescal da sua nova corte ao Lionel. Era uma maneira de dizer “obrigado por ter construído meu império, agora, você é jovem demais pra governar e olha só quem merece mais o cargo? Isso mesmo, meu camarada aqui de séculos que não fez porra nenhuma a não ser pisar no seu calo. Mas fica por aqui, que uma corte sem súditos pra me bajularem é um desperdício”. Um grande homem ele era. Puta da vida, Danisha não disputou a influência da cidade com o Lionel não, ela CRIOU novas influências para liderar. Como assim? Ela pensou em criar uma rota de comercío pra aumentar seus negócios com os barões vizinhos? Que se construa uma rodovia. O café precisa pagar os impostos para os influenciados por Lionel pra ser transportado? Que se construa uma ferrovia. Os imigrantes italianos precisam ficar na fazenda de Lionel? Que se construam cortiços. Ao invés de tomar uma parte da pequena cidade, ela triplicou o local e ficou com dois terços. Sacou a jogada? Quando a vila jesuíta virou uma cidade, quando pessoas foram abraçadas e uma corte local estava plena, bastou um ancião discordar pra gerar o caos. Você já ouviu a história daquele Nosferatu, o Barata Cascuda?”
A REBELIÃO DO BARATA
“Quando a ferrovia trouxe o boom da cidade e mortais de toda a região buscavam oportunidades, quatro anciãos controlavam tudo. Lionel controlava a Alta Sociedade, a Matriarca as massas, um ancião Nosferatu os excluídos enquanto Dom Afonso era o idiota folgado que ficava com o lucro de tudo isso. Perceba que o Pierrot Coxo e Danisha ainda não eram considerados anciãos naquela época e isso conta. Mas o idiota cresceu ambicioso e começou a espremer todo mundo por mais. Cansado de ter seus desgarrados abusados pelos poderosos, foi o Ancião Nosferatu quem decidiu abandonar o barco e tacar o foda-se. O Ancião brigou com todos e saiu do Principado, levando grande parte do seu clã contigo. Até aí tudo bem, o problema mesmo aconteceu quando ele decidiu pegar a porra de um dos lugares mais vitais da cidade, a zona portuária e se declarou autocrata. Aí sim fudeu tudo. Logo, todo mundo pensou que uma caçada de sangue seria declarada. Mas o cara não era nada fraco e tinha um exército de nosferatu e sei lá quantos carniçais, crocodilos e a porra toda. A gente ouviu no Elísio que até um Arconte Nosferatu viria à cidade resolver a treta, mas que a cabeça do barata já tava a prêmio. Repara que nem o nome do cara a gente pode falar mais, ele é conhecido por Barata Cascuda porque até seu nome foi apagado da corte, tamanha a vergonha. A história da alta cúpula nem era tanto pra caçar o Barata, era mais pra decidir o que fazer se os Nosferatu se rebelassem. Eles conheciam os antigos túneis que os escravos usavam, trilhas secretas na mata, cada um dos cortiços da cidade… Enfim, foi a primeira vez que o termo “Revolução Anarquista” foi usado. Bastava o Barata cair pra que gangues de jovens insatisfeitos avançassem nos pescoços dos anciãos. A cidade mal se formou e já tinha um prazo de validade, no minuto que o Dom Afonso declarasse a caçada de sangue. Pois bem. Só que esse contato do Dom Afonso com a Camarilla européia gerou algo inesperado. No calor dessa discussão, uma carta chegou e mudou tudo.”
O ADEUS TÃO DESEJADO
“Deixa eu ser claro aqui: Dom Afonso fugiu de Portugal por causa dos Anarquistas, criou sua cidade enquanto a Camarilla de lá estava sendo erguida e alguns séculos depois a situação se inverteu. Portugal agora era um porto seguro dos anciãos da Ibéria que tanto sofreram na revolta da Tyler e agora a colônia se tornou seu maior pesadelo. Por que então, como todo “bom” colonizador, não voltar pra sua pátria amada e deixar sua cria pra recolher parte do lucro? O Barata Cascuda tinha um exército leal, Dom Afonso acumulou apenas o ódio de seus súditos. Ninguém ia morrer por ele e ele sabia muito bem disso. Então, ele disse tchau. Mas antes de partir, ele olhou pros outros anciãos e disse “Seu novo Príncipe é Lionel, o único cara que pode continuar meu legado de babaquices. Boa sorte ae!”. E meu amigo, a merda atingiu o ventilador. Depois de séculos sofrendo com o opressor Dom Afonso, ninguém queria o ditador do Lionel no poder. Meu senhor conta que o Lionel despertou em uma noite com baratas cobrindo sua boca, ele cuspiu e com elas um bilhete caiu: “Sabemos onde você dorme. Preparando a querosene e a estaca”. E o Lionel, bem, surtou. Ele bem sabia que aquilo não deveria ser só obra dos Anarquistas, mas que os próprios anciãos da cidade estavam tramando sua morte pra que um deles chegasse ao poder. Restava descobrir qual.”
NICEAS, O IDEALISTA
“A piada que a gente sempre conta pras Crianças da Noite: Que loucura o Malkavian Lionel sofre? Catsaridafobia. Não sabe que fobia é essa? Ora, é medo de barata! hahahahaha. Só não fala isso pra ele que ele entra em frenesi. Eu sei que muitas outras cordas foram movimentadas nas sombras desse grande evento, não vamos ser otários. Mas cara, isso prova todo o nosso ponto e a nossa batalha. Sim, o Movimento Anarquista funciona.
Joaquina era uma aliada nossa - atenção pro “era”, a gente vai ter que ter uma conversa sobre isso daqui a pouco -. O que talvez a maioria não saiba é que a gente estava mesmo em contato com o senhor dela, o Niceas. O homem era um gênio. Imagina alguém que conhecia toda a ideologia grega sobre a base da civilização, mas que além da teoria tinha o sangue Brujah fervendo em suas veias. Eu até ignoro as acusações de que ele era um aristocrata hipócrita e só foco no que ele nos ensinou. Niceas sabia como ninguém mesclar os dois mundos. Ajudando a gente dentro da Camarilla, ele nos via como parte da sociedade cainita e não o inimigo dela, e isso nos ajudou a persistir. Sua cria Joaquina frequentava nossos discursos e logo começou a levantar nossa bandeira nos Elísios. Ela também trazia certas visitas que depois de um tempo decidiram ficar. Aproveitando a instabilidade no poder, a gente abraçou até onde pôde e acho que foi nessa época que o boato de que a gente iria destituir o principado chegou aos ouvidos dos Anarquistas das cidades vizinhas. Em uma noite, dez outros apareceram no meu discurso e, na seguinte, mais quinze. A minoria virou maioria. O golpe estava prestes a ser dado. Ou Lionel cairia ou a gente se rebelaria.”
TIM, NOSSO LÍDER
“Tá aqui a diferença entre a Camarilla e nós: eu posso livremente chamar o Tim de covarde e sair vivo. Pois então, Tim, o nosso líder, é um covarde. Nos quarenta e cinco do segundo tempo, ele nos iludiu de que uma certa ajuda americana ia chegar e, cara, isso cagou todo o processo. Imagina uma galera sedenta por liberdade, pronta pra criar um Estado Anarquista brasileiro. Agora imagina o movimento carregando a bandeira dos exploradores Rio Doceistas americanos? Não combina, né? Tá ok, ele tava em contato com uma galera da Califórnia, mas como você explica pra galera toda que esses caras não tão querendo é controlar a gente? Me diz? No minuto que a gente se multiplicou, a gente se dividiu. Eu ainda lembro da votação de quem iria liderar o movimento e se tornar o nosso barão, apenas pra mudar a pauta para “será que a gente vai ter um Baronato?”. Pouco a pouco esse medo de que a gente seria massacrado tomou conta. Não que a gente não conseguisse conquistar a cidade, mas e depois? E se os Príncipes da região mais trocentos justicares baixarem aqui? A gente não poderia se tornar um mal exemplo, mas eu tinha certeza de que nós seríamos os primeiros e a nossa ideologia se espalharia como uma febre. Eu sonhei que em todo o canto do Brasil príncipes iriam cair, enquanto que Tim achava que nós é quem iríamos parar na guilhotina. E a maioria decidiu esperar pra ver o que aconteceria com o principado, achando que se Niceas subisse no poder a gente poderia conviver pacificamente. Eu te pergunto: existe Anarquia pacífica? É convivência ou é covardia? É covardia, claro. Eu já tinha previsto que a Camarilla ia tirar logo o Niceas da jogada. Acusá-lo de Anarquista seria difícil, ele era muito prestigiado no Clã. O golpe veio mais embaixo mesmo: de repente, Niceas foi apontado como Arconte, e foi apontado pra investigar um caso na puta que o pariu. A gente achando que o cara ia ser derrotado e ele foi promovido. Filhos da puta. A coroação de Lionel estava até marcada. O champagne gelando na geladeira da cobertura do Hotel Espinoza, mas foram os Ventrue que deram o golpe.”
LIONEL, O PRINC...NÃO, PERA!
“A essa altura você já se esqueceu da Danisha, né? A Ventrue cria do Dom Afonso que ajudou seu senhor a criar o império, apenas pra ganhar uma medalha de participação? Ela mesma. Danisha sonhava com o principado e foi uma punhalada nas costas descobrir que o Lionel ficou com o cargo. Imagina seu senhor escolher até um Malkavian menos você? Foda, né. E nem era por misoginia - pra quem tem mais de mil anos de idade como o Dom isso não conta, competência é competência. O cara era mesmo um babaca que só queria agradar a corte portuguesa e não ia escolher uma neerlandesa jovem pros padrões dele. Pois bem, dizem que ela falou no Elísio: “Se não eu, que até uma Brujah”. E foi assim que o nome de Joaquina foi levantado como principal oposição. Por que a Joaquina? É só somar um mais um: ela era jovem o suficiente pra promover a mudança que a gente precisava e igualmente jovem para que os anciãos a controlassem. E se desse errado eles sabiam que a gente iria matá-la, mas os anciãos seriam preservados, ou seja, a Joaquina não passaria de uma laranja no poder. Sabe quem discordou disso? Isso mesmo, o Tim. Nosso líder simplesmente decidiu que aquilo bastava. Colocariam uma Brujah no poder pra calar a nossa boca e tava tudo certo. Covarde. Mas ninguém vira Príncipe sem uma base aliada. Sua Matriarca, a Lavinia, logo aceitou o trato, mas foi Danisha quem colocou um ponto final na discussão, tomando as rédeas do clã Ventrue e aceitando a barganha por poder.”
JOAQUINA, MAIS DO MESMO
“Uma das frases mais toscas é que o poder corrompe. Discordo. Eu gosto mesmo é da versão “O poder não corrompe, revela” e se você jogar no google pra descobrir quem é a alemã que falou isso você se surpreenderia. Pois então, não levou muito pra Joaquina se revelar. Primeiro, Joaquina agiu na punição indireta do Barata. Indireta porque os anciãos fizeram o que fazem de melhor: moveram cada peça do xadrez sem sair de casa. Nunca foi sobre matar o Barata. Não, os caras decidiram que ele iria se tornar um exemplo de quem já teve tudo e que agora vive de migalhas. Investimentos foram cortados, máfias se estabeleciam sem serem controladas pela polícia, balas perdidas davam conta dos parentes de carniçais e até um estranho acidente com um dos guindastes do porto destruiu parte do mesmo. Em pouco tempo, a zona portuária foi do foco da economia a uma zona de prostituição. E é aí que entra a cereja do bolo. Adivinha quem foi o único membro escolhido pra arriscar sua não-vida? Isso mesmo, um Toreador. Os caras que apoiaram Dom Afonso ficaram com o cargo mais perigoso. Olha a filha da putice. Agora você se tocou como Leonardo Latorre ganhou o cargo. Mas tinha outro cargo que virou um enorme problema, o de Senescal. A Príncipe não faz tudo sozinha e nem coordena todo mundo que agora bate em seu escritório. Não. Joaquina deveria ser assessorada por Lionel tal qual Dom Afonso era. E é aí que a coisa toda complica. Quem disse que Lionel aceitaria servir? O que era um dos maiores cargos e iria mantê-lo na linha logo se tornou uma dor de cabeça. Lionel simplesmente abdicou do cargo publicamente, e ainda tomou o posto de ancião e primógeno do Clã Malkavian, agora ficando no conselho de anciãos para fazer forte oposição à Joaquina. Essa foi a maneira dele declarar guerra, e logo a Primigênie estaria dividida. De um lado, a Ventrue Danisha e a Matriarca Brujah Lavínia alimentavam o poder enquanto que o Toreador Lorenzo e o Malkavian Lionel tentavam desestabilizá-lo. Como o primógeno Tremere Preto Velho ficou sempre em cima do muro e os Gangrel nem representatividade tinham, quem ia decidir essa disputa era mesmo o próximo Primógeno Nosferatu. Tá preparado pro shitshow do milênio?
A CAÇADA DE SANGUE
“Imagina um clã que viu seu ancião mandar o antigo Príncipe ir tomar no cu. Como você sobrevive com essa vergonha em uma sociedade aristocrática onde o status vale tanto? Pois é nesse cenário que os Nosferatu perceberam que o próximo Primógeno seria escolhido apenas para ser humilhado, os anciãos estavam sedentos por punir um Nosferatu e o Barata não tava mais ali pra isso. Rodriguez foi o cara escolhido. Ele já prestava serviços ao Xerife tentando colaborar em investigações, mas nem de longe tinha a idade ou perspicácia pra sobreviver no tanque de tubarões que é a primigênie. Como os anciãos precisavam que o Primógeno Nosferatu desempatasse o jogo, o lado perdedor não deixaria barato. Não era tentar convencer toda a oposição, bastava apenas mudar um voto pra vencer qualquer discussão polarizada. Ano passado, a merda atingiu o ventilador. Pedro Cavalcanti, carniçal do Ventrue Manuel, o Barão do Sangue, foi pego facilitando um ataque ao seu dominador sem nem perceber. Pela investigação, foi apontado que dois de nós estavam controlando o cara, fornecendo sangue e esperando brechas para sobrepor o laço de Manuel. Os caras sacaram que os dois anarquistas iriam diablerizá-lo em breve, já sabendo detalhes do casarão que ele mora e das senhas dos alarmes que protegem o local. Uma desses dois, a Rafaela, foi pega. Depois de muita tortura, eu fiquei sabendo que ela confessou ter ganhado dicas de um Nosferatu, trocando informações, e as ligações apontaram ser o Rodriguez. Quando a Camarilla se tocou de que o Primógeno Nosferatu tava dando pra gente informações quentes, ele foi considerado um traidor e uma caçada de sangue foi imposta. O cara foi então executado pela cidade inteira e o cargo de Primógeno Nosferatu agora tá extinto, até onde eu sei. Só tem um problema: não foi ele. A morte do Rodriguez foi pura queima de arquivo. Deve ter votado errado e alguém deu cabo do cara. Como eu sei disso? Porque eu sou o segundo Anarquista. Eu é quem deveria invadir o casarão do barão com a Rafaela e sugar aquele filho da puta até a última gota. Se tem uma lição que você precisa tirar da Camarilla é que toda a história é uma pilha de mentiras. Nem eu sei se tudo o que eu te contei é verdade ou se há camadas e mais camadas de manipulações da verdade pra que a gente entenda uma parte. Mas nós somos Anarquistas. A gente não depende da história e de suas mentiras. A gente escreve a nossa história, noite após noite. E eu não vou deixar barato o que fizeram com a Rafaela. Náh, eu vou é fazer essa cidade amanhecer em chamas. Quem sobreviver vai chorar lágrimas de sangue sob as pilhas de cinzas dos anciãos após a gente consumir o vitae deles. Eu tô pronto pras consequências. Eu não vou gastar uma eternidade de escravidão, não sem antes tentar conquistar a minha liberdade. A nossa liberdade. Sabe quantos esperam que a gente consiga? Sabe quantos vão seguir o nosso exemplo? Daqui a alguns anos você vai se lembrar desta noite e perceber que você começou a fagulha que acendeu as chamas dessa revolução. Esta foi a história da Rio Doce, mas ela não termina aqui. Tá pronto pra criar mais um capítulo dela comigo?”
JOGADORES
- Ed Araujo
- Lord Suiciniv
- Son of Light
Última edição por Black Thief em Sáb 1 Out 2022 - 20:39, editado 2 vez(es)