Explore o Mundo das Trevas e os conflitos morais através da perspectiva de um Vampiro. Encontre na não-vida uma chance de sucesso ou a rota direta para o inferno. (Fórum baseado nas regras da 3ª edição)
Esta é uma Crônica de Vampiro 5ª Edição que começa na ambientação dos anos 90 e passará em ON pela migração dos tempos modernos fazendo os jogadores vivenciarem aos poucos as mudanças que ocorreram no Mundo das Trevas. A Crônica já estava em andamento a bastante tempo pela plataforma do Discord e por tanto os eventos anteriores estão em outro local. A Crônica se divide em duas frentes: A Cidade paulista ficticia de Rio Doce e a Los Angeles do jogo VTMB que ficará em outro tópico a pedido dos jogadores, pois apesar de serem o mesmo mundo e a mesma crônica, ambos os jogadores de Rio Doce e Los Angeles tem ritmos de postagem diferentes e fica dificil para os jogadores de Los Angeles ficarem procurando o post, além de que, as duas frente não tem envolvimento uma com a outra, o que tecnicamente torna duas crônicas separadas.
Jogadores:
- Jacob - thendara_selune - Lord_Suiciniv
Última edição por Black Thief em Ter 19 Jan 2021 - 8:06, editado 1 vez(es)
Isabelle dizia se encaminhando para a ala de funcionários do Faest esperando que Marceline a seguisse.
- Feche a porta do carro, venha comigo, vamos falar da sua situação e o que vai fazer agora.
No caminho até a entrada da ala, ela continua:
- Não é assim que funciona, sua Vitae dá vida ao seu corpo morto e aos seus poderes, à medida que você usa é a medida que você fica com fome, não quer dizer que toda vez que usar da sua Vitae você ficará com fome, mas continue usando e em algum momento você sentirá ela vir. Não dá para se otimizar nossa capacidade de manipular nossa Vitae, isso é algo que exige um Sangue forte, o Sangue se fortalece sozinho com o tempo mas não tão pouco tempo assim, leva décadas para ele se fortalecer, embora eventualmente ele possa sim se fortalecer de outros meios e esses meios ainda são um mistério, até mesmo os Feiticeiros de Sangue do clã Tremere procuram saber o que potencializa a Vitae de um Membro, além das décadas de atividade. Com esse fortalecimento também vem maiores necessidades, quanto mais forte sua Vitae for, mais sangue você vai sentir necessidade de consumir das suas presas, vai ser mais difícil se saciar e você vai querer mais.
Eles chegavam na porta do Faest e Isabelle abria a porta, agora aquele era o momento de pararem aquele tipo de conversa.
Musica do Faest:
Quando Isabelle abria a porta a música do Faest tomava conta como se sempre estivesse lá, o que realmente estava, mas as paredes do Faest eram muito boas em cobrir o som interno para não vazar, pelo menos por aquelas paredes. Elas percorria por uma ala de funcionários, um corredor que diferente da área dos clientes não era cheia de luzes roxas, vermelhas, verdes e gelo seco no ambiente punk gothico sadomasoquista, era um ambiente até mesmo pobre, sem decoração de parede, as mesmas mal tinham reboco. Elas passavam e alguns funcionários passavam, alguns dos funcionários olhavam para Marceline mas ninguem as parava. Elas subiam um corredor de escada de madeira mal acabado até uma porta vermelha onde abriam e viam um corredor mais decorado, ali Marceline já conhecia melhor, inclusive o quarto que ela estava usando ficava ali e era justamente o quanto que Isabelle se direcionava e elas entravam. Quando entravam e fechavam a porta, o som da música havia se acabado como se nunca tivesse estado lá.
- Vá tomar um banho e se arrume, você vai ligar para Jacob e Yuna, vai marcar com eles um ponto de encontro e um horário para continuar o que Cross começou. Antes de marcar com eles lembre-se que você tem duas coisas mais importantes para fazer, a primeira é se alimentar até estar plena e a segunda é arrumar um quarto. Por agora vou te dar um endereço de um território que sei que é neutro, pois temos urgência.
Apenas quando Isabelle pede para que eu feche a porta do carro, é que percebo que havia deixado ela aberta, eu estava tão concentrada em toda aquela situação, pensando no que fazer que simplesmente esqueci esse detalhe simples que era deixar a porta do carro aberta, dessa forma sem dizer nada eu dou meia volta e fecho a porta.
Eu escuto a explicação com atenção e aquilo me soava preocupante, seria muito mais confiavel se o uso da vitae fosse como um musculo, mas aquela aleatoriedade acrescentava um risco extra toda vez que se era necessário usa-lo.
- Não existe nenhuma regra que possamos nos basear? Sempre que formos nos curar vai ser como um jogador testando sua sorte na mesa? - Era visível em minha voz a preocupação quanto aquele fator de cura pouco confiável.
E então entramos na area do Faest e seguimos até o quarto que sempre usamos, para só ali continuar a conversa de onde estavamos.
- Já que eu preciso me alimentar e procurar onde morar, acredito que seria mais correto ligar para Jacob e Yuna apenas amanhã, de toda forma o olho só estará em boas condições amanhã, e eu ainda não sei exatamente o que Cross estava fazendo com as outras crianças no esfinge.
Enquanto eu vou falando, eu vou tirando a minha roupa tranquilamente, para já me preparar para tomar banho.
Já dentro do quarto, Isabelle retirava o jaleco de médica e jogava em cima da cama, logo depois se sentava na cama de Marceline e cruza as pernas apoiando os dois braços em cima do colchão levemente inclinada para trás enquanto respondia:
- Sobre sua primeira pergunta, é isso, imagine como se o Sangue fosse uma jogada de um dado de 10 lados feito por dois nerds virgens, babões, pé rápados e fracassados, como aqueles jogadores de RPG, é triste só de imaginar tais figuras toscas, mas é algo parecido, não sabemos quando a fome virá, mas ela vem toda noite e toda vez que você apela para o poder da sua Vitae, cada vez que você usa pode sentir a fome aumentar, as vezes tão pouco que é insignificante, mas uma hora ela virá com força. A não-vida não tem regras, as que existem são quebradas a todo momento em benefício próprio, os que sabem como apagar sua culpa sobrevivem e os que não sabem morrem, dessa vez para sempre, tenha isso em mente. Se existe uma regra que você tem que seguir é a da sobrevivência.
Isabelle acompanhava Marceline tirar as suas roupas com um claro interesse, ela mordia os labios e apertava com as mãos os lençois da cama, mas não fazia nada e continua:
- Faça como desejar, mas tome cuidado, eles são Toreador, Toreador são afetados por natureza, enfadonhos, narcisistas fúteis e vingativos, se eles acharem que você os deixou na mão farão da vingança contra você a nova obra prima artística deles e conhecendo Hector e Victoria, eles vão incentivar isso nas prógenies. Pense bem em como se relaciona com os outros e não crie ressentimentos sem necessidade.
Eu estava tirando a roupa tranquilamente sem olhar diretamente para Isabelle até que ela começa a fazer uma analogia sobre a fome com uma rolagem de um dado de 10 lados por jogadores de RPG, nesse momento eu paro e olho para ela fixamente.
- Quando eu era humana e frequentava o campus da faculdade, sempre via um grupo de nerds jogando esses jogos, suas fisionomias variavam, eram magros, gordos, altos ou baixo, mas uma coisa eles tinham em comum, todos eles tinham espinha cara e pareciam que não tomavam banho a dias. Urgh - Tenho um pequeno calafrio - Eles ficavam falando " Bola de fogo!!" " Eu brando minha espada para atacar o dragão" e coisas do tipo, com certeza nunca sequer beijaram uma garota em toda a vida deles.
Após sair do assunto um segundo ou dois com a lembrança dos nerds da faculdade eu volto a tirar a minha roupa até ficar completamente nua e então me viro de costas pra Isabelle enquanto procuro um par de lingerie novas na gaveta, completamente alheia aos esforços da outra moça para se controlar.
- Tem razão, é melhor ligar o mais rapido possivel, para não ferir o ego inflado do clã da rosa. Preciso me certificar de não esquecer que não estou mais vivendo no mesmo mundo que antes do abraço, o mundo é muito mais sombrio agora. - Eu escolho um conjunto e então começo a me dirigir ao banheiro, parando na frente da porta e então me virando. - - E o sol não nunca mais nascerá para nós. Com licença.
Eu dou um sorriso para a mentora e entro no banheiro para tomar banho, ficando lá por aproximadamente 30 minutos, aproveitando a agua quente escorrendo pelo meu corpo nu. A agua quente me fazia lembrar do gelo da chuva da noite passada, do ataque mental que eu havia sofrido e daqueles malditos vermes, da condição deploravel que meu corpo se encontrava hoje e que eu provavelmente poderia ter morrido ontem. Se eu podesse ter calafrios ainda, eu estaria tendo um agora.
Eu me sento no chão do banheiro e abraço as minhas pernas, enfiando minha cabeça entre elas enquanto eu tremo de medo do que o mundo me reserva daqui pra frente, a vida que eu conhecia, onde o maior dos meus problemas era um professor babaca que não respeita os sistemas como eu, onde eu tinha consultas regulares com um psiquiatra que me respeita e eu admiro, pais que me amam e tentam entender os meus problemas, tudo isso acabou, o mundo agora é um campo de batalha em que eu tenho pouco ou nenhum aliados, que podem me atacar pelas costas a qualquer momento.
Lagrimas de sangue escorrem pelo meu rosto, tingindo a agua de vermelho e eu fico ali durante a maior parte do meu banho, até que eu finalmente crio a coragem para sair do banho e encarar os monstros do lado de fora. É hora de fingir que eu não sou um monstro também.
Eu me enxugo ali no banheiro e coloco a roupa de baixo que havia pego antes de entrar para só então sair do banheiro com a toalha enrolada no banheiro.
Uma vez do lado de fora, não encontro Isabelle mais ali, deste modo eu visto uma roupa que combine com o Faest, faço minha maquiagem e abro um sorriso falso no espelho, trabalhando aquele sorriso até que ele ficasse aceitável e então pego meu telefone e bolsa e vou atrás de Isabelle.
" Ainda não sei qual foi exatamente a missão que Cross aceitou e nem quem era aquela terceira vampira no esfinge. "
Anjo da morte? Uriel? Livro de Nod? De alguma forma essas palavras eram familiares para o toreador, contudo por algum motivos ele não conseguia se lembrar onde havia ouvidos elas. Sua mente se encontrava nebulosa naquele momento e aquilo deixava o toreador mais impaciente.
Quando o Barata perguntava onde eles tinham ouvido aquela profecia Jacob responde:
- Nosso contratante nos contou sobre essa profecia, precisamos descobrir o significado dela. Por isso viemos pedir seu auxilio.
Jacob faz uma pausa e em seguida termina dizendo:
- Aparentemente essa profecia foi revelada a ele depois que ele adquiriu uma estatua de anjo bastante perturbadora.
Jacob era direto porem respeitoso. Ele sabia que o nostaratu não gostava de enrolação ou floreios nas palavras.
Marceline seguia pelo Faest ouvindo a musica alta do clube, ela não precisou se aventurar muito pois sabia que o escritório de Isabelle era naquele corredor junto com outros cômodos de gestão e admnistração do Faest. Marceline batia na porta do final, na sala de Isabelle e então pode ouvir a voz dela do outro lado.
"Entre!"
Quando Marceline entrava ela via a sala de Isabelle, estava como de costume nessas semanas que conviveu com ela. Isabelle gostava de coisa velha, apesar de não parecer.
Escritório de Isabelle:
Isabelle olhava impassivamente para Marceline quando a mesma entrava, ela já não estava mais vestindo o trage de médica mas também não estava usando as roupas de dominatrix no momento, usava uma roupa... Estranha. Parecia um tipo de versão modernizada de uma roupa de velha, como se tivesse pego um vestido cafona de uns cem anos atrás e tentando torna-lo atrevido, e parando pra pensar... Até que deu certo.
Roupas de Isabelle:
Isabele tinha na mesa papeis com mapas da cidade de Rio Doce com alguns circulos, quando Marceline se aproximava ela pegava aqueles mapas e anotações e guardava dentro da gaveta e sem se levantar ela extende para Marceline um papel. No papel, continha um endereço e número de telefone.
- Esse lugar fica em um território não reinvidicado por nenhum Membro da cidade, porém, não vou te dar a extensão dele, onde ele termina e onde acaba. Existem alguns sinais que indicam o território de outros Membros, esses sinais estão em todo o lugar para quem souber o que está procurando e eu irei sair com você para ensinar o que você irá procurar, mas não agora. Como se trata de um território não reinvidicado, você pode começar a lutar por ele antes que outra pessoa pegue ele na sua frente. Hector Young deve ter mordida a isca que Cross e eu lançamos pra ele, você pode usar a dívida que ele terá com você pra isso.
Nesse momento, Isabelle contava tudo para Marceline o que Cross havia contado pra ela que se passou com Hector até o momento em que Cross perdeu o controle para outro membro do sistema.
- Você vai precisar começar a pensar como se comunicar com os outros Membros da sua mente, isso incluindo a Lilith, vai ter que ser criativa.
O Barata olhava para Jacob com um olhar cortante que fazia o corpo do Toreador imaginar que coisas pequenas e rastejantes passavam pelas suas costas, ombros, pescoço e pernas. E respondia lhe dirigindo:
- E quem é o seu contratante?
Ele aguardava resposta, Diná ainda em silêncio no ambiente, curvada com garras e dentes, cabelos eriçados como se fossem pelos de animal, em estado de alerta como um cão ficava ao ver uma ameaça.
Jacob gela com o olhar inquisidor do nosferatu. O toreador esperava não precisar revelar o nome de Hector na reunião, contudo agora ele não tinha escolha. Ele duvidava que conseguiria mentir para o ancião e tinha certeza que não seria uma boa ideia tentar. Jacob da um suspiro derrotado e diz:
(Yuna escuta as palavras do Barata, depois olha para Jacob e sente que falar o nome de Hector poderia resultar em problemas, mas como negar uma resposta a tal criatura que parece saída de um conto Lovecraftiano?! Os olhos dela observam o cenário todo que cerca aquela reunião noturna, expectativas pulsando em sua mente e torcendo que tudo terminasse bem para os três ali.)
— O senhor saberia nos dizer algo sobre isso?!( O semblante de Yuna parece preocupado)
O Nosferatu não revelava nenhum tipo de sentimento ou pensamento enquanto ouvia as respostas
- Ignoro por completo a existência desse filho do Clã da Rosa, mas talvez ele esteja em posse de algo que seja muito além de sua capacidade. Acredito que jovens tão espertos como vocês compreendam que se ele solicitou ajuda, é porque não é capaz de lidar sozinho com a situação, não é? Por que não fazemos um favor para o senhor Hector e livremos o coitado desse fardo que ele não compreende? Se eu puder dar uma olhada nessa estátua de perto, poderei dizer a vocês se há algo a temer sobre essa situação ou se são apenas histerias desse pobre vampiro. Voltem aqui com menos perguntas, eu os esperarei e poderei ajudálos de maneira mais adequada...
Equanto o Barata falava... A carroça se movimentava sozinha, ela parecia sibilar, chacoalhar e grunhir de acordo com o tom do diálogo entre os dois vampiros e a Barata. Havia algo feroz e amedrontador por trás daquela figura, incontáveis segredos que talvez cobrem um preço alto para aqueles que descobrirem. Se Jacob e Yuna pudessem imaginar o que havia dentro daquela carroça, eles só podiam imaginar as coisas mais horrendas e mórbidas saídas dos seus piores pesadelos, e uma leitora de Lovecraft como Yuna poderia começar a tentar imaginar o inimaginavel, imaginar coisas que qualquer pessoa que olhasse ficaria traumatizada e pertubada, talvez para sempre. Aquilo emitia o grunhido distorcido de vários animais feridos, na verdade, um animal ferido, que pelo efeito da voz distorcida, parecia que eram várias vozes de bichos lamentando e agonizando ao mesmo tempo.
Yuna olhava para aquela carruagem de forma curiosa e horrorizada, ela chamava muita atenção, os gritos eram pertubadores até que ela... Sentia um cheiro, um cheiro.. familiar, bom... cheiro de Sangue? Vindo da carroça? Com certeza podia ser e então, Yuna pensou que... Aquela carroça poderia ter coisas, pistas talvez... Ela sentia um misto de emoções despertas pelo sangue e pela fome, de repente, sentiu-se impaciente, sentiu-se raivosa e aquelas emoções eram completamente normais, ela sentia que aquela carroça tinha coisas além do maravilhoso sangue que podia ajudar o grupo e assim... Vendo apenas a carroça Yuna rapidamente se encaminhava numa pequena corrida em direção ao barata. Diná e Jacob mal perceberam:
- NÃO!!!
Diná berrou de forma gultural entre presas, mas ela nada podia fazer, ou Jacob, porque Yuna fora tão rápida e talvez, atrapalho pelo medo de tudo o que se movia naquele ambiente, Jacob também ficou em choque antes de poder reagir. Yuna tinha passado pelo Barata, ao lado dele, não se importava com o cheiro ou a forma horripilante dele e o Barata vira Yuna passar por ele indo em direção à carroça. O Baratia olhava para tráz e via Yuna subir na carroça, Jacob também via e claramente Diná também via, mas incrivelmente, o Barata não fazia nada para impedi-la, pelo contrário, ele parecia rir da situação, se divertindo e não movendo um musculo para que Yuna fosse ver à força que tipo de aberrações abissais haveriam debaixo daqueles mantos de lixo.
Ela subira e rasgava e jogava o lixo para fora da carroça, Yuna jogava uma asa de anjo recoberta de mofo, como das fantasias das encenações de coroações infantis; um espelho de plástico com o vidro trincado e um quadro que retrata uma paisagem de um jardim com crianças brincando e uma placa de ferro retorcida e queimada escrita: “Lar das Servas da Mãe Misericordiosa”.
Quando Yuna tirou outro objeto de cima da carroça e jogou para fora dela, ela então botou os olhos em coisas... Aquilo... Aquelas coisas... E a visão foi atormentadora. Yuna ficou chocada, Jacob e Diná só podiam ouvir o grito estridente daquela coisa que havia na carroça, o grito era horripilante, horrendo, parecia vindo de um pesadelo vivo e Yuna parecia ter sua face quebrada pelo pavor.
O Barata, por sua vez, assistindo todo aquele show apenas emitia uma risada cavernosa e distorcida, se divertindo com a descoberta terrível de Yuna que iria pertubá-la pelas noites vindouras.
OFF: Yuna ganha uma Pertubação = Seu valor total de Força de Vontade - 10, nesse caso 4 noites. Mecanicamente, o que acontecerá é que a cada noite ela fará um teste de Força de Vontade dificuldade 3, ao passar as lembranças da coisa não irão afetar a noite dela, mas se falhar ela agirá similarmente à compulsão da Paranoia até o fim da noite, vendo e achando que aquela coisa vai pegá-la na rua a qualquer momento.
( Yuna estava mais uma vez entregue aos instintos que guiam um vampiro, algo nela desejava ir até a maldita carroça. Ela estremece, as unhas arranhando levemente seu braço, inicialmente uma ansiedade, depois um rompante de selvageria e violência a impulsiona a correr até a carroça ignorando Barata. Ela vasculha as coisas, não se importando com o lixo, com os oderes, com a sujeira, ela ri de um jeito estranho, sentia-se um tanto louca agora, mas os seus olhos ao se depararem com aquela coisa, arregalam-se, a gargalhada grotesca vai ecoando ao redor, enquanto o pavor só aumenta. Aquela noite era um pesadelo infindável, que estava brincando com a sanidade dela e a fazia desejar sumir daquela cidade!)
Ações e pensamentos entre parênteses
Última edição por thendara_selune em Qua 20 Jan 2021 - 9:08, editado 3 vez(es)
Ao escutar a permissão para entrar, eu giro a maçaneta do escritório e entro a passos confiantes, mas meio que sou pego de surpresa pelos trajes que Isabelle estava usando e fico olhando por alguns segundos.
- Você está linda, Isabelle. Gostei desse visual em você - Digo com um sorriso genuino.
Então eu escuto atentamente os planos e o que Isabelle tinha a dizer sobre a missão de Cross no esfinge, a medida que ela ia falando eu ia balançando a cabeça afirmativamente dando sinal que estava entendendo tudo.
- Entendi, então preciso ficar quieta em um ponto desses sem dono, para evitar que eu entre sem querer no território de outra pessoa. Você irá comigo procurar pelo refugio dentro dessa area livre?
Quando ela fala sobre me comunicar com os outros alters eu respondo entusiasmaticamente. - Na verdade eu estive pensando nisso já tem varias noites, a principio pensei em manter um livrinho comigo e criar um codigo que só a gente consegue decifrar, porem isso acabaria excluindo Lilith, fora que eu não sei se ela concordaria em expor seus movimentos no livrinho para nós... Eu não sei nada sobre ela, não sei o quanto ela vai cooperar. - Eu cruzo os braços e levo a mão ao queixo pensativamente. - Na verdade, o ideal é quebrar as barreiras da minha mente que está separando os alters no headspace, pensei que talvez você podesse me ajudar nisso, pois eu não sou versada no sangue do nosso clã, que provavelmente foi o responsavel por criar essas barreiras em primeiro lugar.
Diante do elogio de Marceline, Isabelle apenas responde sem dar muita importância para o elogio:
- Obrigada.
Depois de todo o discurso de Marceline, a ancila respondia de volta mantendo o olhar impassível, se recostando na poltrona e cruzando as pernas:
- Você vai sozinha, o endereço que te dei é exato e é um hotel. É melhor começar a pensar em como sacar o seu dinheiro da sua conta, antes que ela seja legalmente bloqueada pela sua morte declarada essa noite. Sobre a sua mente, antes de tudo você precisa entendê-la, antes de dizer que esse bloqueio não é exatamente o que precisa. Se esse bloqueio entre vocês surgiu é porque algo desencadeou isso, seja pro bem ou pro mal e agir sem pensar não é algo que eu vá te encorajar. Já pensou se o Sangue lhe botou esse bloqueio por uma razão? Para impedir um colapso que vocês seriam incapazes de suportar sem essas barreiras talvez? Para lhe ensinar uma lição que vocês se recusam a aprender, ou quem sabe é o primeiro passo para uma evolução da sua consciência? Pode até mesmo ser um teste, para que vocês se provem a si mesmo que não dependem uns dos outros para serem individuos valorosos e depois que provarem isso o Sangue irá lhes permitir se juntarem denovo? a co dependência é uma fraqueza tremenda. A Vitae da nossa linhagem não é banal, ela tem um propósito mas essa é uma jornada individual. A realidade de cada Malkavian é um canal para as diferentes facetas da existência, mas no seu lugar eu posso te dizer que se vocês quatro são o cerne, então vocês quatro juntos, mas separados, podem ser que encontrem a resposta que procura, para então decidirem se vão voltar a ser um ou se manterão fragmentados, ou talvez tudo o que eu esteja falando seja apenas baboseira sem sentido e você vê isso da forma como realmente é. A jornada de cada Malkavian para compreender sua própria mente é individual, assim como foi a minha, do meu progenitor e o progenitor antes dele.
Quando Jacob ouve o grito bestial de Diná ja era tarde de mais. Yuna havia avançado a frente e sem pensar muito a respeito começou a tirar as coisas da carroça do nosferatu. Parte de uma asa de anjo coberta de sujeira, fantasias infantis, um espelho quebrado e um retrato com uma mensagem religiosa escrita eram atirados para fora da carroça. Yuna parecia não ter noção daquilo que estava fazendo até que de repente a visão dela estaca em algo que Jacob não podia ver e gritos horripilantes escapam da carroça revelando algo que deixou a asiática apavorada. Barata por sua vez parecia não se importar com aquilo tudo, muito pelo contrario, ele achava aquela cena divertida.
Jacob olha para Yuna que estava visivelmente desconsertada e diz:
- Yuna desce daí!! -
Em seguida o toreador se dirige ao barata:
- Desculpe-nos por essa bagunça, creio que ela perdeu a noção e não sabia o que estava fazendo.
Yuna estava tão apavorada e paralisada que nem mesmo tinha se mexido para sair da carroça, ela olhava o rosto horrendo de Barata Cascuda que a olhava de volta, soltando uma risada baixa cavernosa ignorando as palavras de Jacob, mais interessado em apreciar o choque e o pavor da jovem vampira e deleitar-se no conto de terror que ela protagonizara impulsivamente. Diná, da mesma forma que Jacob gritava para Yuna, mas um grito bruto, monosilabico e gultural:
- VOLTA!!!
O Barata parecia não ter pressa em tirar Yuna do seu mundo de terror, ele apreciava cada segundo de caos que a cena proporcionava sozinha.
(Yuna aos poucos sente que está saindo de um transe macabro, aquela coisa que viu impregnou-se em sua mente como se fosse um pesadelo. As vozes de Diná e Jacob a alcançam agora, seus olhos ainda vidrados, os pés teimando em se manter ali perto do objeto vivo que grunhe e causa-lhe agonia mental)
—Ratos...Um emaranhado imundo deles...Coisinhas imundas, grunhindo na minha cabeça… ( Ela bate com uma das mãos espalmadas na cabeça como se quisesse tirar a imagem do que viu)
—Que inferno é esse?!( Yuna está atordoada, olhando para a carroça enquanto se afasta devagar, os pés se movem pesadamente, visivelmente amedrontada, cansada daquilo tudo e prestes a ir embora daquele lugar. Se aquilo significava ser um vampiro, com toda certeza fugiria daquela cidade cheia de coisas doentias espreitando nas sombras.)
— Vamos embora…( Ela treme inteira)
— Essa noite não vai trazer nada além de pesadelos sujos…( Uma das mãos agora puxa as pontas do cabelo com violência, arrancando uma mecha do cabelo róseo e ela sente toda imundice adentrando seu corpo, a sensação de ratos subindo em suas pernas, sujeira, excrementos e um poço sem fundo gargalhando dela) — Ratos emaranhados...esses pequenos demônios sujos vão corroer nossos corpos...Quero ir embora agora!( O semblante dela é suplicante e demasiadamente sofrido. Aquilo era demais para alguém que antes tinha uma vida pacata, sentia uma raiva imensa de Hector, um tilintar de chaves surgia em sua mente, como se alguém abrisse uma porta e mostrasse o quanto todos eles eram hediondos. O medo morde seu corpo, o vento sopra rugindo pavor, assombro e opressão.)
"Nem precisa dizer duas vezes, pra mim ja chega desse lugar" Seja la o que Yuna tenha visto isso perturbou a garota imensamente. Já era hora dos três saírem daquele lugar antes que perdessem a luta contra a besta mais uma vez.
- Sim, vamos embora. - "antes que aconteça mais alguma coisa que possa nos matar"
Antes de virar as costas Jacob fala para o ancião:
- obrigado pelo seu tempo e desculpe pelo...hum... imprevisto...
Yuna descia traumatizada da carroça passando pelo Barata e o ancião Nosferatu apreciava cada segundo e passo que a jovem Toreador passava com os cabelos arrepiados e à beira da insanidade que sua mente ainda praticamente humana, podia suportar. Talvez se fosse humana de fato com todo os problemas de pressão que uma pessoa comum era sujeita, talvez, Yuna até pudesse ter desmaiado. O barata a acompanhava com os olhos até ela chegar até o grupo onde Diná e Jacob davam-lhe atenção e quando Jacob se virou para se despedir do Barata, viu que tanto ele quanto sua carroça já haviam desaparecido do seu campo de visão como se o tempo todo os vampiros tivessem conversado com uma assombração, um espectro trevoso e maldito que poderia estar em todo o lugar.
Diná certamente não fazia objeção à Yuna ou Jacob de irem embora, ela acompanhava os dois Toreador todo o caminho de volta com um comportamento que parecia ser de um cão de guarda. Ela farejava, olhava e rosnava para tudo que se mexia, parecia pronta para pular na frente de qualquer ameaça e rosnar se fosse preciso. Só quando eles demoraram para chegar e fazer todo o caminho contrário onde haviam deixado seus veículos é que Diná parecia relaxar, recolher suas garras, seus olhos vermelhos bestiais voltaram ao normal e ela voltou a postura normal de uma moça jovem, muito diferente do que estava ocorrendo a poucos minutos atrás e também suas presas haviam se retraído.
- O que.... o que foi aquilo????
Diná perguntava à dupla, não dava para saber se Diná se referiu ao Barata, ao comportamento de Yuna, à aventura perigosa e imunda que percorreram tudo junto de uma vez. Jacob, por outro lado, ainda se sentia longe da zona de perigo, ele o tempo todo olhava para todos os lados imaginando que a qualquer momento algo pularia na frente deles e mesmo que a cadela de guarda estivesse ali, não seria o suficiente, ou quem sabe, Jacob ficava preocupado achando que era Diná quem iria atacá-los como uma cadela louca. O Toreador ainda tinha uma forte impressão e apostaria seu piano nisso, de que eles podiam muito bem estar sendo seguidos por alguém ou alguma coisa perigosa.
Com toda aquela informação que Isabelle estava me passando, eu procuro um lugar para me sentar e fico ali sentada encarando a parede por um tempo, com uma expressão pensativa sem falar absolutamente nada.
- Entendi... - Eu digo finalmente depois de todo aquele silencio. - Então vou começar pelo plano do caderno... Estaria desejando demais que houvesse alguma biblioteca ou livros que podesse me ajudar a entender melhor os efeitos da nossa vitae? Eu poderia tentar algo nos livros de psicologia e psiquiatria normais, mas não acho que eles possam ser muito informativos nessa jornada. - Eu cruzo os braços enquanto franzo o cenho.
- Quanto ao banco, posso fazer uma transferencia pra a sua conta, enquanto eu dou um jeito de abrir uma nova, sob e minha nova identidade... Eu poderia envolver meus pais mortais nisso, mas não sei se é uma boa ideia. A não ser que eu possa transforma-los em carniçais. - Minha expressão se acende após proferir essas palavras, como se houvesse um clique. - Transforma-los em carniçais pode ser uma ideia bem promissora... - Digo sorrindo.
" Claro que é uma ideia otima, assim eu poderia matar a saudade deles, resolveria o problema do banco pois eles vão tentar reaver o que tem lá dentro de todo jeito e eu teria pessoas de confiança para fazer minhas vontades durante o dia. Também acabaria com o sofrimento deles por eu ter desaparecido todo esse tempo e por vim ser encontrada morta no hospital. "
- O que você acha isabelle? Posso fazer isso com eles? - Minha excitação com a ideia era visível, parecia uma criança ansiosa para ganhar um brinquedo novo.
Isabelle ouvia as palavras de Marceline enquanto parecia olhar para sua estante de livros e diz:
- Pode sim haver algum Membro mais antigo que tenha coleções secretas e particulares de manuscritos de outros Membros da nossa Família, mas não é como se eu perguntasse isso por aí. Tais segredos são guardados a sete chaves e sempre vem com um custo.
Quando ela fala sobre o banco é quando Isabelle volta o olhar dos livros para Marceline e responde com uma leve reprmimenda:
- Mas será que você quer depender de mim para tudo? Pode utilizar a sua tática mas não vai usar meu fundo financiário, até porque eu não quero correr o risco dessas novas tecnologias me exponham. Encontre outra pessoa que possa depositar o seu fundo temporáriamente.
O tom de Isabelle não era de alguém que estava com raiva, mas havia sim um tom azedo. E depois sobre o assunto do Carniçais, Isabelle falava:
- Carniçais são um estorvo. Eles são criaturas completamente dependentes, tanto afetivamente quanto substancialmente. Uma vez que você transforma um ser humano em seu carniçal ele será completamente devoto à você, fará de tudo para cair nas suas graças e tomar da Vitae das suas veias. Quebrarão seus valores, crenças pessoais, suas personalidades, seu bom senso e amor próprio, decepcionarão entes queridos, tomarão suas dores e desejos como se fossem os deles, perderão sua individualidade e quem eles um dia foram para uma vida eterna de escravidão e serventia que uma noite você os submeteu e ainda por cima que você em alguma noite irá enjoar, e aí vai abandoná-los e então depois de tantos anos com seus corpos viciados em sua Vitae eles sofrerão pelo abandono e pelo tempo que virá pra cobrar a divida, cairão como múmias solitárias, esquecidas e patética. Você odeia tanto assim seus pais para fazer isso com eles? Se odiar, então fique a vontade, mas também fique atenta aos problemas que essas criaturas podem te trazer se você não souber corrigi-los. Todavia, se for mesmo fazer isso, não vai fazer enquanto seu nome estiver vinculado ao meu. Não acredito que esteja pronta para essa responsabilidade. Quando for apresentada para corte como um Membro adulto, poderá fazer o carniçal que preferir.
Após a resposta sobre os livros e manuscritos sobre o sangue do clã eu apenas balanço a cabeça positivamente, e digo em um tom de quem já esperava por algo assim.
- É, não achei que seria uma opção a meu alcance mesmo, imagino que quem quer que tenha isso, não vá emprestar de graça, melhor evitar contrair dividas desnecessárias. - Falo enquanto balanço a cabeça.
- Desculpa, é que tirando você, todas as pessoas que eu confiaria pra me ajudar com isso, estão vivas, então entrar em contato seria uma quebra da mascara. Vou pensar em algo, eu posso pedir a sua ajuda pelo contato de um falsificador de identidade, eu precisarei encontrar um sozinho? Nesse caso eu não sei nem por onde começar a procurar. Eu era uma menina certinha demais enquanto estava viva. - Meu tom de voz era quem sentia vergonha por ter vivido uma vida regrada e pacifica, claramente sem nenhum street smart.
Eu fico chocada com a informação que Isabelle trazia a mesa a respeito dos carniçais, meus olhos ficam arregalados e eu fico de boca aberta, tento falar algo, mas nenhum som sai da minha boca, eu fecho a boca novamente e começo a encarar minhas pernas e o chão.
- Eu amo meus pais... não quero fazer isso com eles. - Eu sussuro, em uma voz baixa, quase miada, e então eu falo mais alto, com a voz normal - Na verdade, eu não quero fazer isso com ninguém...Não sabia que carniçais eram existencias tão sofridas.
Barata desaparece da mesma forma que tinha surgido, contudo isso não tranquiliza o toreador em nada fazendo com que ele se sentisse observado a cada passo que dava. Tinha que sair de lá o mais rápido possível ou o próximo a perder a sanidade seria ele. Quando Diná recolhe suas garras e presas e volta a agir com certa naturalidade fazendo uma pergunta Jacob responde:
- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Não volto nesse lugar por nada nesse mundo Minha cota de bizarrices já estourou pelos próximos 100 anos.
Jacob então vai até sua moto:
- Por enquanto precisamos sair daqui e discutir o que faremos a seguir em outro lugar. Alem disso preciso urgentemente me alimentar ou serei o próximo a perder o controle.
Jacob coloca seu capacete e sobe na moto:
- Se estiverem de acordo vamos até o meu refugio onde podemos discutir nosso próximo passo e você pode trocar de roupa e se lavar. - Jacob aponta para Yuna coberta de sangue - Em seguida levo você de volta pro esfinge onde aproveito pra fazer uma boquinha.
Jacob liga a moto e espera a resposta de Yuna e Diná.
(Yuna já não queria ouvir mais nada. Assim como surgiu diante deles, Barata some da mesma forma, como se jamais tivesse estado ali. O lugar é tenebroso, tudo vai se misturando na mente dela, um incômodo gigantesco, miséria, o choro de um bebê ecoando junto aos grunhidos daquela coisa e isso dá a sensação de estômago sendo retorcido. Diná parece contaminada pela atmosfera apavorante e tensa enquanto vão embora é possível sentir a sensação de ter mil olhos obscuros os observando. Os passos dela vão se afastando junto com Jacob e Diná. Então depois de um tempo em silêncio Yuna responde já perto das motos a Diná com a voz vazia de sentimentos)
- O que.... o que foi aquilo????
— Respondendo você(Ela olha pro chão e depois olha pra Diná como se os três estivessem presos em um filme de terror psicológico)
—Essa noite foi algo que não dá pra esquecer( A voz trêmula, ela rói uma das unhas) — Vamos embora logo...Parece que estamos sendo observados ou estou paranoica?! (A última parte foi dita para ela mesma)
— Estou podre...Tudo nessa merda de lugar fede a desgraça e medo…(Ela aproxima-se da moto de Jacob, desliza a mão suja pelo banco) — Eu vou sujar você, fico devendo o favor Jacob!( Por fim ela apenas segue para onde eles forem)
Isabelle ficava em silêncio por um breve momento, ela voltava a olhar a prateleira dos livros como se estivesse em um devaneio de tempos antigos:
- Não perca as esperanças, com o passar das décadas você vai sentir a importância de se manter tradições vivas, é possível que encontre um ancião insatisfeito com a modernização de algo e que fará questão de lhe ensinar sabedoria antiga se você der a devida importância. Se tem algo que nós Membros somos é conservadores, manter o que nos é precioso é uma forma de nos agarrarmos ao que nos resta de Humanidade, é um lembrete de quem éramos e nos afasta da fera que estamos a caminho de ser, é nossa religião, se temos alguma. Eventualmente, algum ancião sentirá que precisa repassar algo, seja porque ele mesmo cansou de sua imortalidade mas quer deixar um legado, ou que ele mesmo saiba que seu fim é inevitável, legados também são importantes e os jovens tendem a querer trazer o seu tempo para as noites e os anciões querem manter o que viveram intacto, eles precisam disso, dependem disso e com isso ameaçado, disseminar antigos costumes pode ser a única salvação deles, já vi acontecer. Observe e espere pacientemente e se for astuta vai poder agarrar a oportunidade.
Isabelle virava-se novamente para Marceline e colocava os cotovelos em cima da mesa a encarando com os olhos esmeralda felinos, as duas mãos juntas na altura do rosto:
- Perfeito, aprender a procurar onde começar pode ser parte da sua lição. Lembre-se de sua vida, sua vida humana, você era jovem, privilegiada, teve direito a escolhas para seu futuro e não sofreu obrigações de se casar ou ir para uma escola de etiqueta francesa. Na escola tinha amigos, colegas, você via um grupo com qual queria fazer parte, o que fazia?
Depois que Marceline falava sobre os carniçais ela diz:
- Muitos tratam carniçais como seus mascotes, seus melhores amigos, ou até mesmo sua família, os primeiros sabem bem a posição real dos carniçais, sabem como realmente é, e como todos os humanos que tinham mascotes, alguns entendem a responsabilidade e outros não, agora os ultimos dois, são imbecis ingenuos que só depois de alguns anos entendem que só destruíram a vida de seus entes queridos. Carniçais são servos, servos problemáticos, escolha bem o que vai fazer com eles e como se livrar deles quando precisar. E se me permite um conselho, aqueles que você amava em vida, faça um favor para eles, saía da vida deles pra sempre mas os proteja de longe... Eles são parte da memória viva de quem você era, vai precisar deles para se lembrar de quem você é.
Ao final ela falava de forma melancolica, devaneosa, olhando não para Marceline mas para um vazio sombrio, talvez, ela olhava para dentro de suas próprias memórias.