Explore o Mundo das Trevas e os conflitos morais através da perspectiva de um Vampiro. Encontre na não-vida uma chance de sucesso ou a rota direta para o inferno. (Fórum baseado nas regras da 3ª edição)
Assim que você fala diretamente a Williams, ele deixava a postura defensiva e desmorona emocionalmente. Você espera que ele se recomponha e, até o consolo. Ignorando um pouco aquele sentimento de justiça que gritava em seu peito. Você queria matar quem havia feito aquilo com aquela família inocente. Minutos depois, ele conseguia falar e, responder a sua pergunta. — Eu não sei! Eu não sei! Dizia ele socando o resto que sobrou da mesa de centro e, acabando de destrui-la.
Insatisfeito, você persiste na busca por esclarecimento. Você procura por algum objeto que julgue ter participado daquela cena de horror. Havia muita bagunça e móveis e objetos quebrados por toda a parte. Mas em meio a isso tudo, você consegue notar uma pista. Perto da Tv, um espeto daqueles de revirar a brasa da lareira, parecia conter marcas de sangue que, por sua vez, pareciam ter sido feitas por uma mão. Você se aproxima e abaixa para pega-lo. Invocando seus dons extra sensoriais, você entra em um transe e aos poucos todos os sons ao seu redor, inclusive o choro e lamento de Williams, não passavam de uma cacofonia abstrata.
Como mágica, o objeto parecia conversar com você. Não com palavras mas, você conseguia enxergar tudo o que aconteceu com aquele espeto segundos atrás. As impressões sensoriais eram fortes. Você sente as emoções nele contidas, como se fossem as suas. O espeto foi manipulado pela esposa de Williams. Ela estava com muito medo. Não só por sua vida mas, pela a de seus filhos. Na verdade ela estava em pânico. Você mergulhava mais fundo naquela experiência até descobrir algo realmente perturbador. Todo o medo que ela sentiu instantes antes de morrer, era de seu marido. O espeto foi usado para atacar Williams.
Você larga o objeto que cai ao chão causando um barulho considerável. Você olha para sua cria com sentimentos confusos. Ele estaria mentindo pra você? Por quê? Seu sofrimento parece ser genuíno. Você sente que a história está muito mal contada.
Testes:
Dados:10, 2, 9, 3, 4, 8, 5, 10, 9, 1 DEZMOND rolou 10 dado(s) com dificuldade 5 para TOQUE DO ESPÍRITO e obteve 6 sucesso(s) Sucesso duplo ao tirar 10: sim Ignorar 1: não
PS: 13/14 FV: 08/08 OBS: Respirando, Pele ruborizada. A cria estava abalada, como era de se esperar, Dezmond manteve a compostura e aceitou inicialmente o que lhe era dito, mas sentiu que lhe estava ocultado informações. Não quis insistir vendo o estado emocional do policial, então viu o que pode com seus próprios olhos, tato e habilidades extra-sensoriais, investigação que confirmou o que estava começando a suspeitar.
O choque fora o bastante para deixar o espeto escapar da mão, por um tempo passou os olhos de cima a baixo em Williams, procurando nele por sinais que pudessem comprovar o presságio, sangue em suas vestes que parecessem dele próprio, rasgos nas vestes e outras indicações que ele já devia ter curado a essa hora.
- Você não sabe o que aconteceu ou não entendeu o porquê de acontecer? Há uma diferença entre os dois cenários. – Começou a falar, sem fazer nenhuma acusação mais visível do que pegar o espeto e continuar com ele em mãos, mas tendo uma postura relaxa e controlada. Sentaria no sofá tentando passar o mesmo senso de tranquilidade.
- Eu não estava aqui, eu não vi como ou quando aconteceu, mas já consigo formar algumas teorias... Ela usou este espeto, estava com medo, e atacou “alguém”.... – Não quis deixar claro, Williams podia estão tão chocado ao ponto de apagar aquelas memorias de sua mente, não era tão inacreditável que fosse o caso considerando o peso emocional que aquilo podia ter desencadeado nele. – .... Infelizmente.... – Murmurou para si mesmo, como se esperasse não ser ouvido, e então aumentou o tom. – ... Estamos juntos nessa furada, eu vou te ajudar a pegar o culpado, sumir com as evidencias ou o que mais for necessário, mas eu preciso que você confie em mim e seja honesto, não vou julgá-lo, é o esperado que você cometa erros quando é um novato, eu mesmo cometo alguns toda noite. É por isso que eu posso precisar da sua ajuda em outro dia, e é por isso que eu vou ajuda-lo independente das circunstâncias. Nós, que eles chamam de Caitiffs, somos indesejados pela Camarilla, e por isso precisamos ser leias a nós antes deles se quisermos sobreviver aos próximos décadas e séculos... Por isso eu vou perguntar novamente, o que aconteceu aqui? – Perguntaria ainda mantendo o tom controlado de voz, sem acusações que pudessem causar uma nova fuga ou surto de raiva, deixaria apenas o espeto por perto para refrescar a memória do policial. E para servir de arma caso fosse atacado por um Caitiff em Frenesi.
Miguel Navarro escreveu:– Agradeço se puder fazer alguma coisa à respeito, Sr. McNeil. Eu cheguei há muito pouco e não conheço bem a dinâmica das gangues daqui. Qual me sugere?
- Boa noite. Vim ver o capitão de polícia de Nova Iorque.
A moça estava de cabeça baixa, teclando algo no teclado do computador da recepção. Mas, ao ouvir sua voz, ela largava o que estava fazendo imediatamente para lhe dar atenção. Quando os olhos dela o observa, você nota que ela foi atingida pela presença. Um sorriso alegra se fazia em seu rosto e, tímida, ela passa a mão numa mecha de cabelo, que insistia em cair sobre o seu rosto, fugindo do penteado e o prende atrás da orelha. — Boa noite Sr! É só me dar sua identidade para eu fazer o seu cadastro... O senhor é o que dele?
A recepção estava cheia. Parentes de pacientes, enchiam todas as poltronas de espera. Você também nota que o lugar estava fortemente vigiado. Já era de se esperar, afinal, um homem muito importante, era tratado naquele Hospital. Você entrega a identidade falsa e a mulher já começava o seu trabalho. Inserindo os seus dados no programa de cadastro do Hospital. Enquanto digitava seus dados, ela dizia: — Depois que o Sr for liberado aqui, terá que passar por um oficial viu? Como é um militar, os cuidados são redobrados... O Sr deve saber como é, né? Pronto, pode passar pelo segurança a sua direita e apresentar esse cartão de acesso. Depois é só seguir em frente que verá um elevador. Último andar viu? Ela lhe entregava o cartão com um largo sorriso no rosto. Você sabia que ela era limitada e, não poderia lhe ajudar muito.
Você segue as instruções da recepcionista. Passa pela segurança, apresenta o cartão, segue para o elevador e, aperta o número 12 no painel ao lado da porta do elevador. 7 segundos se passam e um sinal sonoro indica a chegada do elevador que, abria as portas diante de ti. Lá dentro, haviam duas pessoas. Um homem e uma mulher. Eles não pareciam ser um casal. Você entra e fica no meio dos dois. As portas se fecham e você sente um solavanco. O elevador estava subindo. O casal descia antes de você. O homem ficou no quarto andar e, a mulher no nono, onde uma idosa entrou e saiu no décimo primeiro. Ela havia descido no andar errado anteriormente e, lhe contava a história achando graça de si mesma. Enfim, décimo segundo andar.
As portas se abriam e você se depara com um corredor extenso. Bem na esquerda, havia outra recepção. Ali você ficaria sabendo o número do quarto do Capitão. Assim que explica onde quer ir, um agente toma o lugar do recepcionista e o leva para uma sala pequena, ao lado da recepção. Você entra, ele fecha a porta atrás de você e se senta atrás de uma mesa. Você se senta em frente a mesa. Analisando o local, você não percebe alternativas. A sala era pequena, sem janelas, sem outros móveis, tinha apenas uma entrada de ar no teto. Do lado de fora, dois policiais uniformizados faziam a segurança.
— Boa noite Sr. Qual a sua ligação com o Capitão? E qual o motivo da visita? O semblante do homem era fechado. Ele aparentava ter mais de 40 mas, tinha uma excelente compleição física.
Testes:
Dados:?, ?, ?, ?, ?, ? ÉRIC COLIGNY rolou 6 dado(s) com dificuldade ? para TRANSE e obteve ? sucesso(s) Dobrar sucesso 10: não Ignorar 1: não
Você olha para Williams, esperando respostas honestas. Sua cria parecia se esforçar para entender o que havia de fato acontecido mas, era nítido que ele falhava miseravelmente nisso. Você insiste. Ele então começava a narrar seus passos até ali. — Bom, eu estava próximo de casa, bem próximo, a ponto de vê-la a alguns metros a minha frente. Quando de repente, senti uma dor... a dor foi tão forte que me fez cair de joelhos... com as mãos sobre o gramado. A dor vinha do meu peito. Era algo parecido com fome mas, em uma escala assustadoramente maior... Depois disso eu só me lembro de estar diante da minha família morta... Ao dizer as últimas palavras, ele não se aguentava e caía em prantos. Seu sofrimento era tamanho que lhe fazia sentir incomodado. Você sentia a dor de Williams. O pior, era que, ele realmente não sabia o que havia acontecido. Ele era muito novo nesse mundo de trevas mas você sabia muito bem o que havia ocorrido. Claramente ele havia entrado num frenesi por causa da fome e, inconscientemente, atacou sua família para saciar a sede de sua besta. Você sentia pena dele.
Enquanto você pensava se contava a verdade ou se inventaria uma história menos devastadora, um bater de portas de carros era ouvido bem em frente a casa do policial. Vocês dois paravam o que estavam conversando e davam atenção total para o novo evento. Uma voz infantil se despedia de alguém e passos eram ouvidos se aproximando da casa. Você olha para Williams, procurando respostas sem ter feito perguntas. — Sandy! Dizia ele num semblante preocupado. — Minha cunhada havia a levado ao shopping. Eu havia esquecido disso completamente. Meu Deus! O que vamos fazer agora?! Williams com certeza estava perdido e sem o controle da situação. Ele te olhava como uma criança encrencada que recorre ao pai.
Jeremy te olha novamente com aquele ar de pensativo. Ele realmente queria te ajudar. Mas além disso, você sabe que ele era um vampiro em uma posição muito alta. Não que ele ignorasse sua dor, muito pelo contrário, mas ele tinha problemas maiores para lidar. Problemas que afetaria muitos caso ele não desse a devida atenção. Então, com a sua voz serena porém marcante ele lhe respondia: — Perdão Sr Navarro, talvez eu tenha me expressado mal. Eu queria muito lhe ajudar pessoalmente, de verdade. Mas tudo o que posso fazer, é usar minha influência dentro da prefeitura e tentar descobrir algo de interessante para o Sr. Quanto as gangues, receio que eles estejam ocupados com seus próprios problemas... ou suas próprias rinchas. A última parte, você nota um pesar em suas palavras e em seu semblante. Era como a decepção de um pai ao ver seus filhos brigados. — Talvez eles não sejam tão receptivos com um novato. No seu lugar, eu procuraria aliados desgarrados. Membros que não estão ligados a nenhum grupo. Talvez esse caminho seja mais frutífero para o Sr. Você não terá dificuldades em encontra-los. Aqui mesmo no Gosto deve ter alguns. Por que não aborda um ou outro e tenta criar uma aliança? Dizia MacNeil sorrindo e piscando para você. — Tudo vai depender do modus operandi que você quer adotar, que até agora não ficou tão claro para mim. Quer vencer Russan numa disputa de influência? ou quer chegar chutando a porta e pondo sua botina na garganta desse filho da puta? Saber isso é importante para definir quais aliados lhe serão mais úteis.
PS: 13/14 FV: 08/08 OBS: Respirando, Pele ruborizada. Máscara de mil faces, Fascínio. Novamente o Caitiff se via certo, infelizmente tinha deduzido tudo logo que viu os corpos, mas queria suspeitar de outra coisa, queria que não estivesse certo e até a confirmação do Policial ainda queria acreditar na possibilidade de outro membro que usava sua aparência como máscara. Mas agora que sabia a verdade, não conseguia descobrir qual cenário era pior.
- Puta merda.... – Dezmond soltou ao fim, pasmo e pensativo, imaginando o que teria de fazer a seguir, porém os planos mudaram antes mesmo de serem postos em andamento. A cunhada do policial chegava e o pânico nele só aumentava. – Calma... – Disse apenas isso, levantando a mão deter Williams, mas demorou alguns segundos antes de voltar a se mover ou falar.
- Eu consigo enrolar ela. Vou leva-la até em casa ou até um hotel. – E antes que ele pudesse fazer qualquer protesto em relação a essa parte. – Eu tenho meus truques, não vou machucá-la, só enganá-la para que saia daqui. Enquanto isso, eu sei que é difícil, mas tente limpar as evidencias, eu volto em algum tempo e tiramos eles daqui. Tranque as portas e fique escondido. – Ao mesmo tempo em que falava com Williams, tentava observar bem suas feições e detalhes, não faria uma cópia exata, seria suspeito se saísse do papel, apenas se passaria por alguém semelhante, talvez um parente distante e jovem, trajado em jeans, camisa social branca sem estampas e um sapato preto. Realizaria a troca de rostos logo que notasse não estar na vista do policial. (Máscara de mil faces)
Disfarçado com um rosto que não lhe incriminaria mais tarde, foi em direção a porta, abriu apenas uma fresta para rastejar pro lado de fora sem mostrar o interior da casa, e foi até a moça para abordá-la, exalando um carisma antinatural. (Fascínio)
- Boa noite, a senhora é Sandy? – Daria apenas o tempo para que ela confirmasse, mas não o suficiente para perguntar ou suspeitar de algo. – Eu trabalho com o Black Panther, estou fora do experiente agora, mas ele teve que sair em uma emergência. Disse que você estaria a caminho e me pediu que a levasse até em casa. – Enquanto falava em voz alta, começava a sentir que seu plano tinha algumas falhas, não se preocupou de imediato pois sabia que poderia fazer sua vontade ser cumprida se necessário, mas Dominação não era o tipo de dom que gostava de usar precipitadamente, na verdade, preferia nunca usá-lo, mas nem sempre podia se dar ao luxo.
Miguel nota que McNeil está incomodado com a situação das gangues e sinaliza, compreensivo.
Miguel Navarro escreveu:– Imagina, Sr. McNeil. Você já está me ajudando muito, fico realmente grato. Vou tentar reunir aliados, isso pode funcionar. Por mais que me agrade a ideia de deixar Russan ver o sol nascer, acho que no momento quero tentar pelo menos anular sua influência sobre minha vida e construir uma base sólida para corroer seu poder e então poder pegá-lo de jeito. Não tenho medo do combate direto, mas não adianta matar um ancião para que outro apenas tome o lugar. Quando atacar, quero ter certeza de que não sobrará nada para ser "herdado" para outro jogador.
– E é realmente uma pena que os anarquistas percam seu tempo lutando por coisas menores enquanto os tiranos continuam nos ameaçando. A verdadeira Jyhad está lá fora, com os grandes anciões e toda sua perversidade.
– De minha parte, prefiro dedicar minha energia à grande luta. E se o senhor precisar de qualquer ajuda, mesmo que pequena, que por ventura possa oferecer, pode contar comigo.
Off:
Se nada mais de importante for ser dito, Miguel agradecerá e irá procurar aliados. Acho que ele pode ir ao bar perguntar ao Alexis ou olhar por aí. Se houver algo que McNeil queira dizer ou perguntar, Miguel fica para responder.
Olho a recepcionista atentamente, alargando meu sorriso conforme vejo que ela está sob meu controle, seduzida por meu poder. Sinto uma leve, mas deliciosa satisfação comigo mesmo, que, por alguns instantes, me distraem do real motivo de eu estar ali. Trato de apreciar aquele breve momento de flerte, mesmo sabendo que o sorriso e a timidez da jovem são consequência de meu sangue; mas sei que, na verdade, aquilo não tornava a atração dela por mim menos real.
- Sou um antigo conhecido dele e estou cuidando da papelada relativa a pensão, sucessão. Burocracia, você sabe. – Digo, mantendo-me amigável e sedutor. Por alguns instantes, sinto vontade de tocar seu cabelo, acariciar seu rosto – não por um impulso de carinho ou até mesmo sexual, mas por ainda sentir fome, e ver nela uma vítima potencial. No entanto, recuo dessa intenção. Prefiro manter-me discreto.
Termino de escutar as orientações da recepcionista, agradeço com um aceno de cabeça e um sorriso e vou, sem distrações, em caminho ao elevador. Após uma viagem entediante de elevador, tendo que suportar, elegantemente, as palavras da idosa, chego ao meu andar. Surpreendo-me com a segurança no lugar, mas me sinto confiante de que conseguirei fazer o que preciso, de forma discreta, e sair. Observo os policiais, absorvendo o que consigo de informação, mantendo-me, não obstante isso, natural e calmo.
Aproximo-me e, ao ter a identidade solicitada e minha relação com o capitão inquirida, sorrio e, calmamente, entrego a identidade ao policial.
- Boa noite, oficiais. Fui um antigo conhecido do capitão, aprendi muito com ele. Estou cuidando de questões burocráticas de pensão, sucessão. Infelizmente, o trabalho está corrido e a situação do capitão requer urgência, como vocês podem imaginar. Então, estou aproveitando todo o momento que tenho disponível.
Enquanto aguardo minha liberação para entrar no quarto do capitão, procuro manter-me calmo, natural, tranquilo.
Você mal teve tempo para lidar com a carnificina que a sala de Williams havia sido palco, quando outro evento urgente surgia. Percebendo o desespero de Williams, você tentava o acalmar, dando-lhe soluções criadas de maneira rápida demais. Williams te encara enquanto fala. Ele não concorda mas também não discorda. Ele estava entrando num estado letárgico. Talvez seu corpo estivesse cansado demais de tanto sofrer. Ouvindo os passos se aproximarem e, a voz da pequena Sandy contando várias histórias sobre o passeio, você prontamente corre até a entrada da casa para recepciona-las. No caminho sua imagem era alterada pela ofuscação. Nada de surpreendente mas, o suficiente para te livrar de uma possível merda futura.
Você abre a porta e se depara com uma mulher adulta, segurando a pequena mão de Sandy. Você cometia um pequeno erro, talvez pela pressão da situação, mas nada que colocaria seu plano em risco. A mulher sorria e antes que ela pudesse responder e corrigir seu engano, a Sandy dizia. — Sandy sou eeeeuuu! As palavras saíam em meio a um sorriso inocente. Mal sabia ela que sua família estava toda morta, do lado de dentro da casa. Seu fascínio, atingia as duas ali. Você sentia isso. Ambas estavam inclinadas a fazerem o que você sugeria mas, haviam detalhes impedindo o bom seguimento do seu plano. Depois que você falou que iria leva-la em casa, a pedido de Williams, sem graça a moça te respondia: — Você é bem gentil! Mas não precisa se dar ao trabalho! Estou de carro com o meu marido. Ela apontava para o veículo e você via um homem acenando para você com um sorriso largo. Naquele momento você nota que sua presença havia se estendido mais do que você esperava. — Eu só preciso falar com Mary antes de ir. Ela está? Sandy imediatamente se prontificava para chamar sua mãe para sua tia. Ela caminha na direção da porta, chamando por sua mãe. — Mamãe! Mamãe! A titia quer falar com você! . Ela estendia a sua pequena mão na direção da maçaneta. Talvez aquele momento seria o mais dramático e tenso que você vivenciou nessa noite, até aqui.
Testes:
Dados:10, 7, 4, 5, 3, 1, 2 DEZMOND GREEN rolou 7 dado(s) com dificuldade 7 para MÁSCARA DAS MIL FACES e obteve 1 sucesso(s) Dobrar sucesso 10: não Ignorar 1: não
Dados:2, 8, 9, 10, 10, 2 DEZMOND GREEN rolou 6 dado(s) com dificuldade 7 para FASCÍNIO e obteve 6 sucesso(s) Re-rolar 10: não Ignorar 1: não
PS: 13/14 FV: 08/08 OBS: Respirando, Pele ruborizada. Máscara de mil faces, Fascínio. Dezmond se dirigiu ao lado de fora para abordar a cunhada e a filha de Williams, ou assim pareceu ser. O discurso que havia planejado as pressas saiu conforme tinha imaginado na sua cabeça, o que acabou por ter algumas diferenças da realidade, como por exemplo a dona do nome “Sandy”.
- Ah! – Deixou escapar um gemido de concordância assim que entendeu melhor a cena, mas não sem causar outro equivoco e ignorar o motorista e marido da mulher, que acenou do carro fascinado com o Caitiff que sequer imaginava que podia tê-lo atingido com a Presença. “Eu tenho que aprender a controlar isso... Mas esse é meu novo truque favorito.” Aquele dom ainda lhe era novo e ainda estava na fase de teste, mas a versatilidade já tinha sido provada a várias noites.
Ficou calado enquanto os mortais se moviam em sua volta, manteve-se atento ao que faziam e diziam, captando pistas que eles mesmo entregavam para o enganador preparar sua mentira, mas teve certeza de ficar em frente as moças e bloqueando o caminho da porta caso elas fossem forçar uma passagem, coisa que a mais jovem ameaçou fazer.
O Caitiff tentou impedir a garota de tocar a maçaneta, segurando o pulso com delicadeza e usando a outra mão para afagar e ajeitar os cabelos da menina. Se abaixaria para ficar em uma altura mais próxima a dela e falaria com um tom amigável e inocente. – Desculpe pela confusão Sandy, mas agora você ainda não pode entrar. Eu preciso falar com sua tia, por favor... – Procuraria seus olhos e a Hipnotizaria. – Seja boazinha e espere no carro com seu tio. – (Hipnotiza/Dominação 2)
Considerando que não falhasse justamente agora. Se ergueria e voltaria a dar atenção para a tia da garota logo que a menina entrasse no carro como fora pedido. Poderia suspirar em paz e deixar transparecer um pouco mais daquela melancolia que estava sentido, mas ainda mantendo o personagem que tinha escolhido assumir. – Perdoe meu engano, as últimas noites andaram bem agitadas e eu ainda estou processando algumas coisas.... – Fez como se fosse falar mais, mas se deteve. – Eu não posso entrar em detalhes, muita confidencialidade com aquele o atentado terrorista e... !? – E como se tivesse falado demais colocou a mão na boca para se interromper. – Droga, David! – Praguejou consigo mesmo decidindo um nome no calor do momento para seu personagem.
- Eu não posso explicar os motivos, mas tanto o Sr. e a Sra. Johnson não estão em casa nesse momento, tiveram de sair às pressas, todos, mas não se preocupe, estão bem, só não podem aparecer por hora.... – Olhou em volta tendo certeza de que ninguém estaria escutando enquanto divulgava informações confidenciais e se aproximou para sussurrar. – Programa de proteção a testemunhas, nem eu pude saber para onde vão manda-los. – E então recuaria voltando a uma “conversa normal”.
- Minhas ordens foram para escoltar você e a garota até a segurança de sua residência, mas já que a senhora está com seu marido não há necessidade que eu a acompanhe. Mas recomendo que não se demorem muito nestes lados. Eu vou também pedir que você leve Sandy por essa noite, O FBI logo deve aparecer para leva-la até o restante da família. Eles poderão tirar qualquer dúvida que eu não sou autorizado a responder. – E por debaixo da máscara havia novamente a tristeza, sabia que a garota não veria mais a mãe e os irmãos. Pensou se seria possível que Williams mantivesse o contato com a filha depois de tudo, se não seria melhor e mais seguro deixa-la com parentes próximos. Mas sob a face de David não deixaria as duvidas transparentes.
Seria um tanto apressado em se livrar daquele grupo, fazia parte do papel que interpretava. Acompanharia a moça até o veiculo e falaria com os que estavam dentro pelo lado de fora, mas brevemente. Se apresentaria ao marido como David White, e seria educado e atencioso de pegar seus nomes, atuando como imaginava que o protocolo seria em situações como aquela e deixaria que a mulher explicasse a eles o que havia sido passado em suas próprias palavras, mas já se encaminhando para fora daquela região.
– Imagina, Sr. McNeil. Você já está me ajudando muito, fico realmente grato. Vou tentar reunir aliados, isso pode funcionar. Por mais que me agrade a ideia de deixar Russan ver o sol nascer, acho que no momento quero tentar pelo menos anular sua influência sobre minha vida e construir uma base sólida para corroer seu poder e então poder pegá-lo de jeito. Não tenho medo do combate direto, mas não adianta matar um ancião para que outro apenas tome o lugar. Quando atacar, quero ter certeza de que não sobrará nada para ser "herdado" para outro jogador.
— Isso é muito bom Sr Navarro. Mostra que você é um Vampiro inteligente. Sabe, sei que o comportamento impulsivo está associado ao nosso clã. E o pior disso, é que muitos dos nossos afirmam isso com seus comportamentos. Porém, admiro o caminho da diplomacia. É claro que a diplomacia não se aplica ao seu caso. Já que és alvo da vingança de um sangue azul. Dificilmente inverteria essa situação com diálogo. Mas você escolheu o caminho da paciência e da sabedoria. Diferente da maioria do nosso clã. Admiro isso.
– E é realmente uma pena que os anarquistas percam seu tempo lutando por coisas menores enquanto os tiranos continuam nos ameaçando. A verdadeira Jyhad está lá fora, com os grandes anciões e toda sua perversidade.
— Também acho. A liberdade tem seu preço. Nem todo mundo sabe apreciar a democracia. Mas quando é chegada a hora de enfrentar algo maior, que ameaça essa liberdade, os anarquistas colocam suas diferenças de lado e lutam lado a lado. Sempre foi assim, e sempre será.
– De minha parte, prefiro dedicar minha energia à grande luta. E se o senhor precisar de qualquer ajuda, mesmo que pequena, que por ventura possa oferecer, pode contar comigo.
— É bom saber disso.
A conversa se encerrava, assim como você a alguns minutos atrás, um pequeno grupo de neófitos aguardavam para falar com Jeremy. Você se levanta, se despede e, segue para o balcão. Alexis estava acabando de servir uma mulher de meia idade. Você o aguardava. A mulher te olhava com um olhar de predadora. Ela parecia ter muito amor pra dar. Alexis logo o nota e, com a mão faz sinal para que você espere.
— E aí, como foi a conversa? Você responde a pergunta dele e então toca no assunto que te fez procurá-lo novamente. Ele reflete por alguns segundos e olha para uma jovem na pista de dança. — A algumas semanas, chegaram alguns novatos na cidade. Acho que eles ainda não se afiliaram a nenhuma gangue. Não que isso seja regra por aqui, pois existem alguns antigos que preferem ser lobos solitários, sabe? Mas, é o que acaba acontecendo com a maioria.Alguma coisa ou alguém, chamava a sua atenção no centro do bar. Ele parava de falar para observar. Ali ó, aquela moça ali. O nome dela é Emilly. Ela é novata por aqui. Não conheço ela a fundo mas, já percebi que ela tem o sangue quente e, usando isso em favor de uma causa certa, ela pode ser muito útil. Ele parava de falar para atender um jovem que acabará de chegar. Mas assim que avistava seu irmão Murray, ele pedia para que o mesmo terminasse o atendimento, para ele voltar a falar com você. Você aproveitou o tempo para observar a tal Emily.
— Então, tem também o Zipper. Ele é um Caitiff, filiado a gangue da Ametista, no baronato de Santa Ana. Fica ao sul de Los Angeles. Zipper é um vampiro muito versátil. O cara é fera com computadores. Ele consegue invadir sistemas, quebrar senhas... essas coisas sabe? Eu não sou tão familiarizado com as máquinas, mas o cara é bom. Ele é muito requisitado para vários serviços. Por que não o procura? Quem sabe não formam uma aliança? O endereço é esse aqui... Alexis pegava um pedaço de papel e uma caneta para anotar o endereço para você. — Toma, é uma farmácia. Você o encontrará lá. Tem o telefone dele aí também, se você quiser adiantar a conversa.
Miguel sorri de leve para a mulher, mas deixa claro que não estava interessado naquele momento, voltando sua atenção para o barman.
Miguel Navarro escreveu:– Certo. Muito obrigado, Alexis. Aqui, deixa eu te passar o meu telefone e este aqui é o do meu bar. Pode procurar por mim ou por Leonardo. Se precisar de alguma ajuda ao nosso alcance, estamos aí. Você ajudou muito e não vou esquecer.
Ele se despede do carniçal e vai até a garota com seu melhor sorriso. Ela tinha um visual punk que não o agradava em uma mulher, mas não deixou isso aparecer.
Miguel Navarro escreveu:– Opa, boa noite. Emily, não é? Sou Miguel. Alexis comentou que você acabou de chegar na cidade, como eu. Estou atualmente no trabalho de fazer amigos. Está interessada?
Ele mantém a postura displicente e relaxada, buscando demonstrar autoconfiança e domínio da situação.
- Boa noite, oficiais. Fui um antigo conhecido do capitão, aprendi muito com ele. Estou cuidando de questões burocráticas de pensão, sucessão. Infelizmente, o trabalho está corrido e a situação do capitão requer urgência, como vocês podem imaginar. Então, estou aproveitando todo o momento que tenho disponível.
O oficial olhava você com um ar de quem analisa e desconfia do que ouve e vê. Com a cara fechada, ele lhe pedia: — Ok, entendi. Por favor, me dê suas credenciais profissionais e, aguarde um instante, enquanto é feita a verificação. Não me leve a mal senhor, mas a vida do Capitão é muito importante para nós. Ele a dedicou a proteger essa cidade, e no caminho acabou fazendo alguns inimigos. O mínimo que podemos fazer, é tomar todo o cuidado possível. Sua voz grave e ligeiramente rouca, soava de maneira mais gentil agora.
As palavras que saíam de sua boca, adentravam a psique da criança como um comando de um controle remoto para uma tv. A menina ficava apática, como se sua personalidade tivesse ficado de stand by e, obedientemente, ela seguia suas ordens ao pé da letra. Sem demonstrar alguma objeção, Sandy, abraçada a uma boneca, se virava de costas e caminhava na direção do carro. Por mais que você não se sentisse bem manipulando a mente dos mortais de maneira tão sórdida, sentia um alívio momentâneo, por ter aquele tipo de poder, naquele momento.
Uma parte do problema havia sido resolvida, restava a cunhada de Williams agora. Apesar da falta de planejamento, que te levou a improvisar, você se sai bem. A mulher comprara a sua história sem protesto algum. Ela parecia pensativa. Talvez preocupada com a segurança de sua família. Ela enfim concordava verbalmente com você e, seguia para o carro. Todos no carro, exceto Sandy — que estava sob o efeito da dominação — se despediam de você. Você espera o veículo dobrar a esquina, até sentir que novamente o controle estava em suas mãos.
Testes:
Dados:5, 10, 6, 7, 8, 9, 3 DEZMOND GREEN rolou 7 dado(s) com dificuldade 6 para HIPNOTIZAR e obteve 6 sucesso(s) Dobrar sucesso 10: não Ignorar 1: não
– Certo. Muito obrigado, Alexis. Aqui, deixa eu te passar o meu telefone e este aqui é o do meu bar. Pode procurar por mim ou por Leonardo. Se precisar de alguma ajuda ao nosso alcance, estamos aí. Você ajudou muito e não vou esquecer.
— combinado Sr Navarro! Não foi nada, estamos aí para isso. Mais uma vez, seja bem vindo a Los Angeles. E estamos aí se precisar. Alexis parecia realmente grato pelo reconhecimento que você demonstrou. Ele guardava o seu contato em sua carteira. O que demonstrava que ele ainda mantinha hábitos antigos, já que hoje em dia ninguém mais guarda telefones em papeis. Seguindo a primeira dica dele, você se dirige até Emily para iniciar uma conversa.
– Opa, boa noite. Emily, não é? Sou Miguel. Alexis comentou que você acabou de chegar na cidade, como eu. Estou atualmente no trabalho de fazer amigos. Está interessada?
Emily diminuía — mas não parava — seu ritmo da dança e, analisava você da cabeça aos pés. Da mesma maneira que você não apreciava o estilo dela de se vestir, ela parecia não aprovar o seu. Depois da breve análise com um ar de julgamento, ela lhe respondia: — Ele falou é? Se ele disse isso, é porque você deve ser um cara legal... Ela parava totalmente sua dança, para lhe dar total atenção. — Sim, sou novata na cidade. Também estou formando minha couterie... Se você não for nenhuma tarado ou outro tipo de otário, podemos ser amigos. O primeiro passo fora dado. Agora era só saber conduzir a situação ao seu favor.
Percebo, logo, o olhar de desconfiança do oficial após ouvir minhas palavras. Poucas coisas escapam minha percepção, e logo percebo, também, a admiração e, mesmo, o carinho que o homem sente por seu capitão, ao explicar-se e informar a importância do policial e a existência de inimigos. Penso que ele jamais imaginaria que quem colocaria fim à vida daquele herói moribundo não seria um inimigo, já que, efetivamente, não ligo a mínima para a vida do capitão. E ele também não imaginaria que o mandante do crime não é exatamente um inimigo, mas alguém que, como eu, quer, apenas, subir na escala de poder e de prestígio – cada um em sua sociedade específica.
(Presença 1 – Fascínio) Diante daquela situação delicada, uso meu vitae para provocar admiração naqueles policiais, a fim de trazê-los, sutilmente, para meu lado, tentando, desse modo, dissipar qualquer desconfiança.
- Credenciais profissionais? Espero que minha identidade seja suficiente. – Digo, com o sorriso aberto e o ar descontraído, entregando ao policial a identidade obtida por meu carniçal. – O sindicato e a fundação de apoio à Polícia de Nova Iorque não fazem carteirinhas ou crachás para os empregados. Imagina o quanto as contribuições sindicais e taxas assistenciais não subiriam de preço se começassem a criar mais esse tipo de burocracia e gastos!. – Solto um leve riso, para reforçar a ideia de que seria um absurdo cobrar ainda mais dinheiro dos policiais da cidade, para terem alguma proteção social.
(Auspícios 4 – Telepatia) Paralelamente a isso, uso meu sangue, também, para projetar na mente daquele policial minha imagem em uma reunião do sindicato, em um esforço para que ele tenha a impressão de que já me viu naquele ambiente e de que não sou um desconhecido completo, mas sim alguém que, provavelmente, trabalhava com benefícios da categoria dos agentes de segurança de Nova Iorque.
Nesse momento, uso minhas principais armas disponíveis. É imprescindível conseguir entrar e estar a sós com o capitão, para poder pôr fim a sua vida e cumprir minha parte do acordo. Apesar da completa confiança em minhas capacidades, apesar da derrota que Don Paollo me impôs na noite anterior, começo a traçar um plano alternativo em minha cabeça, caso tudo dê errado no hospital. Tenho a alternativa clara – e, uma vez tendo divisado essa alternativa, deixo-a de lado, para concentrar-me, integralmente, no plano principal, que está em curso.
- Tudo certo, então? Não posso demorar muito e o quanto antes eu puder resolver as coisas com o capitão, melhor para todos. – Digo, sempre mantendo o sorriso, sempre mantendo o ar de naturalidade e familiaridade, apesar de colocar alguma pressão sobre o oficial, para que me deixe logo entrar.
Última edição por NightChill em Dom 31 Jan 2021 - 15:54, editado 1 vez(es)
PS: 13/14 FV: 08/08 OBS: Respirando, Pele ruborizada. Máscara de mil faces. Mesmo sendo tão contra o uso da Dominação, Dezmond se via forçado a usá-la de tempos em tempos, como nesta ocasião. Haviam outros meios de atingir aquele objetivo, mas na pressão de fazer uma decisão apressada ainda pior, contentou-se em forçar mentalmente a garota a fazer algo inofensivo, apenas esperar no carro enquanto terminava uma conversa.
Já a cunhada foi mais tranquila de lidar, não precisou recorrer a nenhum outro truque que tinha nas mangas, e após alguns minutos de conversa fiada e enrolação, conseguiu convencer o casal a levar a menina. Dezmond permaneceu observar o carro virar a esquina com a mesma expressão de seriedade, mas logo que sumiram suspirou longamente em alivio enquanto deixou esvair quaisquer resquícios de sua Presença ampliada. "Essa foi arriscada... Que porcaria de idéia foi essa de envolver o FBI?" De qualquer forma, não é como se os agentes fossem aparecer em dois minutos naquela casa, ainda tinha algum tempo, mas preferia não gastá-lo.
Voltou a se aproximar da porta de entrada, abrindo-a se não estivesse trancada como havia pedido, ou batendo a porta e esperando que Williams o permitisse entrar. - Sou eu, tudo limpo por aqui. - Diria do lado de fora, como um incentivo, caso ele demorasse demais para agir.
Do lado de dentro, voltaria a aparentar ser o bom e velho Dezmond, desfazendo qualquer ilusão para falar com sua cria. - Okay, tinham outros jeitos de resolver isso, mas pelo menos do meu jeito resolvemos temporariamente a situação sem levantar suspeitas. Eu comprei pelo menos uma ou duas noites pra gente. Sandy vai ficar com a sua cunhada nesse tempo, eu falei pra ela que o FBI vai aparecer mais tarde pra levá-la até você... - E enquanto dizia isso, sentiu um desconforto na garganta. - Nós podemos ir até ela mais tarde, a gente se disfarça e segue essa mentirinha e pega sua filha de lá, mas deixemos isso pra mais tarde. Temos assuntos mais urgentes agora.... - Seu olhar se voltava tanto para os corpos massacrados quanto para o restante do cômodo.
- Vamos limpar esse lugar, não precisamos de uma investigação atrás da gente ainda. - Começou a explicar o plano, procurando por tapetes, cortinas, lençóis ou qualquer tipo de tecido que pudesse usar para enrolar os corpos e evitar que espalhassem mais sujeira. - Eu vim até aqui essa noite pra dizer que estava pensando em sair da cidade, eu ia te avisar e pelo menos dar a opção de você vir comigo, mas acho que agora não é mais uma opção, e sim uma necessidade. - Suspirou, novamente pensando no que teriam de fazer com Sandy, mas não quis perturbar ainda mais a cabeça do homem.
- Los Angeles fica a poucas horas de carro daqui, nós vamos pra lá ainda hoje. Vamos colocar sua família na mala do carro e paramos em algum lugar deserto para dar um enterro para eles e seguimos adiante. Amanha ou depois, podemos voltar para pegar Sandy, mas vamos ter certeza de garantir um lugar pra ficar antes de mais nada... Agora, me ajude. - E assim começariam a longa noite, começando com a limpeza pesada no apartamento, seguindo com a parte de carregar seu Corolla com os corpos, tomando muitíssimo cuidado com essa parte. E como costumava fazer quando sabia que podia estar cometendo um crime, usaria um rosto alternativo qualquer, contato que fosse diferente do seu (Máscara de Mil Faces/Ofuscação 3). E finalmente carregando uma ou duas pás para cavar as covas.
Terminadas as preparações para partir, daria uma ultima olhada pelos aplicativos de mapas, procurando por rotas menos movimentadas, próximas a estradas desertas e sem muita supervisão policial. Seguiria com sua cria, pelo caminho por algum tempo. O suficiente para chegarem a zonas ermas e pouco observadas. Pararia fora da pista, de preferência com cobertura para deixar o carro sem criar suspeitas, e então passar a fazer o trabalho braçal de cavar e enterrar.
Miguel Navarro escreveu:– Isso é ótimo. Então vamos trocar telefones! Aqui tem o meu e este aqui é o do bar que eu possuo, você falar comigo, Leonardo ou Ângela. – Miguel passa os números para ela. – Se você tiver algum problema que eu possa ajudar, pode me avisar sem demora. Eu também recebi o contato de outro cara e talvez possa convencê-lo a se juntar com a gente. Ele parece ser perito em computadores e isso ajuda bastante nos dias de hoje. Eu mesmo mal sei usar um celular, hahaha.
Miguel mantinha-se aberto e amigável, como alguém que não tinha nada a esconder. Era importante estabelecer confiança no primeiro contato.
Você sente o poder da sua presença quebrando aquela "barreira", que existia entre você e o policial que lhe submetia a uma triagem, antes de conceder o acesso ao quarto do Capitão moribundo. Aos poucos, aquele semblante carrancudo ia dando lugar para um mais amigável. Não satisfeito, você vai além. Como se a mente dele fosse uma caixa velha de sapatos, você a abre, e coloca uma falsa lembrança lá dentro.
Na medida que suas palavras vão escorregando de seus lábios até os ouvidos do oficial, você nota os olhos mais arregalados, e sombrancelhas arqueadas. Cara de quem havia se lembrado, enfim, de algo. Na mesma hora, você sente que seu plano estava saindo perfeitamente bem até ali. A sensação de familiaridade, fazia com que o homem cometesse um dos maiores erros de sua vida. Confiante, ele libera a entrada de um assassino frio, para o quarto do Capitão.
Do lado de fora da salinha, ele lhe dava tapinhas nas costas, como quem quisesse se redimir por ter agido com tanta desconfiança anteriormente. Logo com um membro importante do sindicato. Pelo menos era isso que sua lembrança lhe dizia. Vocês seguem pelo corredor, até pararem diante de uma porta de vidro dupla, que corria sobre trilhos no chão e no teto ao abrir e fechar. Do lado de fora, dois policiais faziam a segurança. O oficial parava ali e se despedia de você. Do outro lado da porta, você já podia ver o velho capitão, ligado a máquinas para continuar sobrevivendo... Existindo...
Um dos policiais que faziam a segurança particular do velho, abria a porta para você. Ele lhe olhava nos olhos e sem nada dizer, conscentia com a cabeça. Num movimento breve. Assim que você passa pela porta, ele a fechava. 4 passos e você estava ao lado do leito. A sensação não era tão diferente da que você experimentou aquela noite, a cerca de um pouco mais de uma hora atrás. Quando visitou Patricia. O ar gelado para controlar a propagação de bactérias. Os sons compassados dos aparelhos que medem a vitalidade... A diferença, eram as fotos. Ao lado da cama, num criado mudo, alguns porta retratos figuravam o ambiente. Em todos eles, o velho deitado na cama, estava forte e feliz ao lado de alguém. Mulher, filhos, netos... Além das fotos, haviam flores pelo quarto. É... O capitão era muito amado.
Enquanto você perdia tempo observando cada nuance que compunham o quarto, uma voz fraca, rouca e arrastada lhe surpreende. — Olá filho!... Você é o anjo que veio me buscar?... (Falar para ele, parecia um esforço doloroso) Você é muito bonito, aposto que é o meu anjo... Ele segurava a sua mão. Pressionando com toda sua força que, seria superada pela a força de uma criança de 2 anos. A ternura dele de alguma maneira, atinge seu coração morto. Ele não solta sua mão. E te olha no fundo dos olhos, esperando uma resposta. Por um instante, você via uma resposta para aquilo. Você realmente faria o papel do anjo ceifador. O livrando de todo aquele sofrimento. Mas a desculpa era frágil demais para justificar aquele ato cruel. E no fundo, você sabia que não adianta mentir para si mesmo... A besta se agita dentro de você. Mas dessa vez, não era por sangue. Ela sentia que você estava prestes a dar mais poder para ela. Mais controle. Era um ponto a mais para ela, no cabo de guerra eterno, travado entre ela e sua sanidade.
Testes:
Dados:10, 9, 8, 1, 10, 2 ÉRIC COLIGNY rolou 6 dado(s) com dificuldade 7 para FASCÍNIO e obteve 3 sucesso(s) Re-rolar 10: não Ignorar 1: não
Dados:10, 5, 2, 6, 4 ÉRIC COLIGNY rolou 5 dado(s) com dificuldade 8 para TELEPATIA e obteve 1 sucesso(s) Re-rolar 10: não Ignorar 1: não
Você sente um alívio imenso ao concluir seu plano sem mais complicações. Você se vira e abre a porta da casa. Do lado de dentro, a mesma cena. Williams parecia estar tendo dificuldades para lidar com aquilo. Você por outro lado, age de maneira fria e racional. Você não tinha sentimentos envolvido naquilo, como ele tinha. Apesar de mesmo assim, aquilo lhe incomodar bastante. Apesar de suas orientações, Williams se via perdido. Você sentiu que ele não seria capaz de fazer o que lhe foi pedido. Por isso, você mesmo teve de encontrar algo para enrolar os corpos. Não foi difícil. As cortinas dos quartos serviram muito bem ao seu propósito. Pelo menos limpar o sangue e organizar os móveis, sua cria foi capaz de fazer.
Demorou cerca de uma hora para que você ficar satisfeito com o cenário. Não estava 100% mas, apenas um olhar treinado, conseguiria deduzir o que houve ali. E mesmo assim, seria difícil ter precisão. Enquanto Williams colocava os corpos nós fundos da casa, você buscava seu Corolla e parava mais perto possível. Longe de olhos curiosos e de câmeras, vocês colocavam os corpos dentro do porta-malas. O disfarce que escolheu para tal ação, saiu melhor que o anterior. Sua altura, sua voz, cor de pele... Enfim, você conseguiu alterar toda sua estrutura corporal. Antes de entrar no carro, Williams entrava uma última vez em sua casa. 2 minutos depois, ele saía. Ele não te disse o que foi fazer lá, apenas entrou no carro e pediu para sair dali.
Vocês ganham a alto estrada e se afasta da paisagem urbana. Você dirige por mais de uma hora, até encontrar um local ermo e, que lhe trouxesse segurança para realizar o "enterro". Saindo do asfalto, você dirige cerca de meio quilômetro deserto a dentro. Uma árvore frágil lhe servia de guarita. Vocês descem. Você desliga os faróis para não chamar tanta atenção. A noite agora estava agradável. O céu estava limpo e a lua estava cheia. Iluminando bem toda aquela vastidão do deserto. Você coloca os corpos próximo das covas e, pega a outra pá para adiantar o processo.
Alguns minutos depois e, vocês estavam terminando de tampar as covas com a terra retirada. Williams parecia ter desligado suas emoções. Ele sabia que aquilo era necessário. Talvez fosse apenas seu instinto de sobrevivência falando mais alto. Você batia a terra fofa, com as costas da pá, quando Williams lhe chamava com uma voz temerosa. Vocês estavam olhado para direções opostas. Um de frente para o outro. Você se ergue e nota o medo estampado no rosto dele. Consequentemente, a mesma sensação fazia você sentir um frio que, subia da parte de baixo de sua coluna até a cabeça. Você se vira na direção em que sua cria estava olhando. E aí contemplar a criatura, o medo cresceu dentro de você.
Um lobo maior que o normal estava se aproximando de vocês. Talvez o vento teria levado o cheiro de vocês pelo deserto, atraindo-o. Ele vinha numa velocidade entre caminhada e corrida. Você sabia que não se tratava de um simples predador, que percorria os desertos americanos. Ainda mais por Williams ter sentido o medo primitivo, que habita os corações dos mortos vivos desde os primórdios do tempo. Um medo forjado na guerra antiga entre lobisomens e vampiros. Vocês estavam do lado do carro que, estava com as portas abertas. Você sente que dá tempo de entrar e dar a partida para fugir mas, não daria tempo de pegar as ferramentas utilizadas para cavar e, nem de terminar de compactar a outra cova. Ou seja, ficariam provas do crime para trás. Você precisa escolher rápido pois só tem uma oportunidade breve para isso, depois disso, só lhe restaria lutar.
Testes:
Dados:2, 2, 2, 10, 10, 10, 5 DEZMOND GREEN rolou 7 dado(s) com dificuldade 7 para MÁSCARA DAS MIL FACES e obteve 6 sucesso(s) Duplicar sucesso 10: sim Ignorar 1: não
Dados:1, 8, 3, 3, 8, 2, 1 DEZMOND GREEN rolou 7 dado(s) com dificuldade 6 para PERCEPÇÃO e obteve 0 sucesso(s) Duplicar sucesso10: sim Ignorar 1: não
Dados:3, 8, 6, 1 WILLIAMS rolou 4 dado(s) com dificuldade 6 para PERCEPÇÃO e obteve 1 sucesso(s) Duplicar sucesso 10: não Ignorar 1: não
Status:
PS: 13/14 FV: 08/08
Status . Pele ruborizada . Respirando . Máscara das mil faces.
Vocês trocavam número de telefone em meio a pista de dança do Um Gosto. Emily prestava atenção em suas palavras e complementava: — Digo o mesmo Navarro! Precisando de algo é só falar. Confesso que toda essa liberdade, me deixa um pouco entediada. Sabe? Não me entenda mal. Não é ingratidão. É que aqui não tem nada com o que lutar. E eu tenho muita munição para queimar! Você via fogo no olhar dela. Naquela hora, você creditava as palavras de Alexis. Ao mencionar um potencial membro para a tímida couterie em que estava formando, Emily demonstrou entusiasmo... pelo visto, entusiasmo era o seu sobrenome. Você até acha graça. — Legal! vamos até ele então! Eu não sou uma expert em computadores mas, sei mexer no celular... posso te ajudar com isso! Brincava a pequena brujah.
Miguel Navarro escreveu:– É, eu soube que por aqui eles gostam mais de lutar uns contra os outros... é uma pena. Mas os velhacos estão sempre de olho e temos que ficar espertos!
– Vou ligar para ele agora e ver se conseguimos marcar um encontro. Vamos pra um lugar menos barulhento.
Miguel seguia para um canto mais afastado do som, acompanhado da nova colega. Ali ele faz a ligação.
Miguel Navarro escreveu:– Zipper? Sou Miguel. O Alexis do Um Gosto me deu seu número. Escuta, cara, eu precisava de um favor. A gente pode se encontrar?
– É, eu soube que por aqui eles gostam mais de lutar uns contra os outros... é uma pena. Mas os velhacos estão sempre de olho e temos que ficar espertos!
— Será que é de todo o mal? Idiotas tem em todo os lugares. Até mesmo entre nós. Mas quanto aos antigos, realmente, temos que ficar de olhos abertos. Na primeira oportunidade, eles já querem colocar uma coleira em nossos pescoços. E isso é inadmissível.
Vocês saírem do bar e, caminham para perto de uma esquina. Apesar de estar afastado de toda aquela barulheira, vocês ainda estavam em uma área influenciada pelo Um Gosto. Isso se notava pela presença de vários punks, góticos outras tribos tão rebeldes quanto. Os jovens bebiam garrafas dentro de sacos de papéis. Fumavam cigarros com cheiro suspeito. E se comportavam de forma tão peculiar quanto as suas vestimentas e cortes de cabelos. Você digita o número de Zipper e põe pra chamar. Emily aguarda ao seu lado, sem interromper. Depois de 2 toques, uma voz masculina soava do outro lado da linha. — Alô?
– Zipper? Sou Miguel. O Alexis do Um Gosto me deu seu número. Escuta, cara, eu precisava de um favor. A gente pode se encontrar?
— Que tipo de favor, Miguel?
— Tenho um problema com um Sangue Azul de Chicago que quer fechar meu bar. Vc consegue encontrar algo sobre ele que me dê alguma vantagem? O nome dele é John Russan.
— Talvez sim, talvez não. Preciso de mais contexto para começar minha busca por informações. Bom, vou te enviar minha localização. É uma farmácia. Quando chegar, me manda uma mensagem que eu vou até você. Pode esperar do lado de fora da farmácia.
Ele desligava a ligação.
— Então meu novo amigo tem um problema com um sangue azul e não ia me contar?! O que estamos esperando para não ir caça-lo agora mesmo? Adoro pisar na cabeça de sangue azul! Ao mesmo tempo que você admira o entusiasmo de Emily, inevitavelmente, a julga pelo mesmo motivo. Na verdade, você fica até surpreso ao ouvir ela dizer: "sangue azul". Seu comportamento era de uma criança da noite.
[...]
(off: Na The Legacy, quando se deparar com: [...], significa um salto na faixa de tempo. Mas isso não quer dizer, que o jogador não teve a chance de fazer o que queria. Sinta-se livre para descrever como se deslocou até a localização de Zipper. Inclusive para realizar alguma ação que tenha em mente. Caso faça algo relevante, vamos narrando o evento a parte, entre colchetes).
Diante da farmácia, Zipper estava o esperando. Como combinado pela mensagem que você enviou quando estava a três quarteirões do local. Você e Emily se aproximam do Hacker. Ele a olha e depois devolve o olhar para você, com um ar de indagação. Assim como você, Emily também era uma novata na cidade. Como Zipper esperava apenas por você, a presença dela necessitava de uma explicação.
O local estava pouco movimentado. Se tratava de uma área suburbana. Os intervalos entre um carro e outro que passava na rua, eram relativamente grandes. A iluminação pública era deficiente mas, as luzes da farmácia ajudavam a iluminar o ambiente. Mesmo assim, as trevas tomavam conta da maior parte do cenário. Assim como os carros, eram o movimento das pessoas. O que permitiam vocês conversarem mais à vontade, mesmo no passeio.
(off: Você pode aproveitar esse momento para dar mais detalhes sobre o serviço. Mas tenha em mente que tudo tem um preço, principalmente no Mundo das Trevas).
Superar as resistências dos guardas no hospital, usando o poder de meu sangue, de alguma forma, me faz retomar, rapidamente, a confiança que tenho em mim, em meu destino, em minhas capacidades, em minha importância, em meu poder. Sinto prazer nisso, após ter minha autoconfiança abalada por Don Paollo. E, sim. É prazer, de verdade, que sinto – uma coisa rara e preciosa, ao longo de tantas noites em que não sei, muitas vezes, se o que sinto são sentimentos reais ou simulacros de emoções, tentando animar um corpo morto há décadas. Sorrio, enquanto caminho e, finalmente, entro no quarto do capitão.
O ar gelado não me incomoda pelo frio em si, mas pela sensação desagradável de estar em um hospital, em uma área que se assemelha a uma antessala entre a passagem da vida para a morte – uma antessala que eu, afinal, desconheço efetivamente, já que Kingsley e eu decidimos, em Paris, há tantos anos, que eu não experienciaria essa passagem. Estaria, para sempre, entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Não como um zumbi ou uma alma perdida, mas como um deus. Como algo superior. Lembro de Patricia, também em um ambiente como aquele, e imagino como ela deve estar sentindo-se, aquecida e acolhida por meu sangue, correndo em suas veias, possantemente, pela segunda noite. Espero que ela se recupere logo. E é em meio àquele pensamento, que vejo os retratos do capitão, enquanto ouço o som dos aparelhos. Vejo-o jovem, cheio de vitalidade, de amor, cercado por sua família, algo bem diferente do que tive, já que minha família havia sido sempre distante e fria, apesar de sempre controladora, ao menos enquanto ela existiu.
Esses devaneios são dissipados, subitamente, pela voz fraca e arfante do capitão, que me confunde com um anjo. Olho-o atentamente, em princípio surpreso e incômodo. Vejo-o frágil, débil, delirante, a tomar minha mão e olhar-me profundamente. Sinto, então, um duplo conforto: por um lado, seu delírio e sua aparente aceitação da morte facilitar-me-ão muito o trabalho que preciso realizar ali; por outro, pouparei aquele homem do sofrimento que ele deve estar enfrentando nos últimos dias, meses, anos, ao ponto de crer que sou um anjo e mostrar-se até mesmo grato por acabar com sua existência. Apesar de toda a racionalização que tento construir ali, e que já vinha construindo desde a noite anterior, quando aceitei matar aquele homem para livrar minha pele e a de Patricia, agora, é inequívoco o dilema moral, a dor moral que enfrento, a poucos instantes de fazer o que me propus a fazer.
Olho o homem com alguma compaixão, ao mesmo tempo em que tento manter-me frio e distante, por dentro, para não criar qualquer empatia com minha vítima. Sim. Sou um deus. Sou uma cria da noite, que se nutre da vida alheia para existir e para realizar as coisas mais incríveis que um homem já pensou em fazer; mas matar não é o que faço. Não é o que costumo fazer. Não é o que eu preciso fazer para existir. É o que a Besta quer que eu faça. Sei que, se seguir nesse caminho, pagarei um preço alto. Cruzarei uma linha e não mais poderei voltar. Suspiro. Respiro fundo, enquanto deixo que as mãos fracas do capitão toquem as minhas. Não é o momento para fraquejar e duvidar de minhas decisões. É o que preciso fazer. Preciso matar aquele homem. Preciso ser pragmático, como Don Paollo. Preciso ser cruel e indiferente, se for preciso. Sei que não existirei por muito mais tempo se agir de outra maneira. (Presença 1 – Fascínio) Agito meu vitae dentro de mim, para envolver aquele homem em minha aura de atração sobrenatural, para tê-lo enredado em minha pessoa, entregue, sem possibilidades de resistência.
- Sim. Sou seu anjo. Vim te trazer alívio, sossego... paz. – Digo, abrindo um leve sorriso. – Todos somos belos aos olhos de Deus, e o sofrimento, sem sentido, é um castigo que Ele não quer impor a nenhum de nós. Nenhum de seus filhos. – Aquelas palavras saem de minha boca, mas as escuto como se fossem ditas por Henry Gasbrough, aquele maldito padre anglicano que me atormentou ao longo de toda a catequese, em minha infância, em Londres. – Fique em silêncio, agora, e medite sobre suas boas ações e sobre as boas obras que você realizou. Fique em paz. Não há castigo. Há, apenas, perdão. – E, nesse momento, dissipo de minha cabeça a imagem velha do padre de pele enrugada, sabendo bem que digo aquilo tudo de forma manipuladora, de minha autoria e responsabilidade, visando, tão somente, ao que quero fazer. – Logo, você estará em Seu abraço eterno, de eterna paz.
Discretamente, buscando fazê-lo, especialmente, se o capitão fecha os olhos, e sem deixar minhas digitais – uso meu paletó como luva, ou a ponta dos pés, se necessário –, para soltar o cabo de energia do aparelho ao qual o homem está ligado de sua fonte de energia – a tomada, o que seja, de forma sutil, deixando-o próximo da fonte, mas solto, como se a desconexão houvesse ocorrido por acidente. Isso feito, tiro de meu bolso a agulha e a seringa, as acoplo e encho a seringa de ar. Em seguida, perfuro, com a agulha, a mangueira que leva algum remédio ou soro de forma intravenosa ao capitão. Olho o homem profundamente e, então, dou-lhe o Beijo, aproveitando para alimentar-me brevemente, mas, sobretudo, para leva-lo ao êxtase e para longe dali, ao ponto de ele perder a consciência (Gostaria de tentar extrair 3 pontos de sangue, apenas). Lambo a ferida, fechando-a e, então, injeto o ar, com a seringa, para dentro de sua veia. Uma vez. Duas vezes. Três vezes. Quatro vezes, e uma quinta, na certeza de que aquilo obstruirá suas veias, finalmente, alguma artéria, causando uma trombose da qual não poderá escapar, sobretudo sem os avisos eletrônicos de que há algo de errado com ele.
Guardo a seringa e a agulha no papel em que as tinha embrulhadas anteriormente, coloco-as em meu bolso e olho o homem por uma última vez. Penso em dizer algo reconfortante, mas não tenho nada a dizer e prefiro tentar não pensar em nada nesse momento, a não ser em sair dali. Verifico, rapidamente, que está tudo em ordem e, assim que vejo os efeitos ou sinais de meu ato vil se materializarem no corpo do capitão, saio. Ao passar pelos guardas, digo brevemente, sem me deter:
- O capitão está dormindo. Pediu para não ser mais incomodado.
Sigo com os passos decididos, mas buscando manter o ar natural e tranquilo, enquanto procuro dirigir-me à saída do hospital e, finalmente ao meu carro, quando mandarei meu carniçal nos tirar dali, e ligarei para o mandante do crime, meu novo aliado, para marcar um lugar em que possamos conversar privadamente.
Mesmo lutando para não pensar no que fiz, sei que aquilo, a qualquer momento, voltará a assombrar-me e a cobrar-me o preço. Espero ser forte o suficiente para entender que fiz o que preciso fazer e que, como Nietzsche afirmara, de forma brilhante, não posso permitir-me trair minhas decisões com o remorso. Sou, sim, sou e reafirmo que sou muito melhor que isso.