Spring Valley & Enterprise

Ceasars Palace:

FIZZ:

Hospital:

Jornal:

Arena Gun Club:

Stone Water Lake:

Caló Village:

Ennoia's Cock:

Abigail e Magnólia chegaram ao Hotel-Cassino sem complicações – àquela hora da noite o trânsito já havia diminuído razoavelmente. No enorme saguão de entrada a menina pode se impressionar com o visual deslumbrante, com as estátuas em estilo romano no centro de uma fonte. De um lado ficava o cassino propriamente dito, mas elas se dirigiram ao balcão para fazer o check-in.

Não houve problemas, o atendimento era eficaz. Mas, quando já estava terminando, ela ouviu uma voz a chamar em um inglês com um leve sotaque francês.

Angeline Durand

Boa noite. Srta. Abigail, eu presumo?

Quando Abigail olhou, viu uma mulher belíssima diante de si. Os cabelos eram como uma chama caindo pelos ombros. O vestido, reluzente como ouro puro, tinha um decote que ostentava um par de seios perfeitos. Os lábios carnudos convidavam ao pecado.

Mesmo Magnólia e até a atendente estavam embasbacadas – a moça no balcão nem conseguia terminar seu serviço direito, sua atenção roubada pela supermodelo que surgido. Homens e mulheres, ao passarem por perto, voltavam-lhe o rosto, incapazes de permanecer alheios àquela beldade.

Angeline Durand

Sou Angeline Durand, da Gerência. Soubemos de sua vinda e, uma vez que somos todos família, o Presidente envia suas boas vindas e espera que o encontre. Ele aguarda na Suíte Imperial.

Ainda focada na beleza estonteante de Angeline, Abigail lembrou-se que, quando lera sobre aquele hotel, não havia referência a uma "Suíte Imperial". Eles tinham uma Suíte Presidencial e, ainda, uma Suíte Real, entretanto. Mas ela havia notado a sutil ênfase na palavra "família".

Angeline Durand

Esta deve ser sua filha, não é? Olá, Magnólia. Prazer em conhece-la!

A menina respondeu, hesitante e com algum gaguejar, com um "boa noite" tímido em tom baixo. Angeline se mostrava muito simpática e receptiva.

Protagonista:

Sou Angeline Durand, da Gerência. Soubemos de sua vinda e, uma vez que somos todos família, o Presidente envia suas boas vindas e espera que o encontre. Ele aguarda na Suíte Imperial

Esta deve ser sua filha, não é? Olá, Magnólia. Prazer em conhece-la!

Angeline Durand

Eu a acompanharei. Venham comigo, por favor.

Um valete já havia colocado as malas no carrinho e os quatro seguiram em frente. Tomaram um elevador e Angeline usou o cartão de acesso para abrir a porta.

Angeline Durand

O cartão abre a porta. Há um para você e outro para sua filha. A Gerência possui um cartão-mestre, claro, para emergências, mas respeitamos a privacidade e garantimos a segurança de nossos visitantes. É questão de princípio para nós. Meu povo tem uma longa tradição envolvendo a hospitalidade e todos os nossos hóspedes são nossos convidados. O Presidente vai lhe contar.

A porta abria-se para uma enorme sala com uma decoração clássica.

Angeline Durand

Este é o Palace Power Premium Suite. Esta parte vai lhe interessar.

Embora os quartos fossem, à primeira vista, iguais, um deles tinha seu closet claramente adaptado para ser uma "sala segura", com tranca interna. A porta, embora aparentemente de madeira, tinha alma de aço e as dobradiças, visíveis pelo lado de dentro, eram bem mais robustas do que o normal – não seria fácil derrubar aquela porta.

Angeline Durand

Um lugar seguro para dormir durante o dia. Todos os atendentes de serviço de quarto desta suíte são funcionários especiais, preparados para atender a qualquer solicitação da senhora ou de sua filha.

As janelas eram amplas e davam uma visão privilegiada da Strip. Angeline mostrou que um controle permitia fechar com placas que bloqueavam completamente o sol. As janelas então tornavam-se espelhos, dando uma sensação de amplitude ao ambiente.

Angeline concordou em esperar do lado de fora e o carregador despediu-se – curiosamente, ele não pegou gorjeta. Assim Abigail teve a privacidade necessária para seu pequeno ritual com o copo d'água.

Após falar que não desejava limpeza de quarto, ela deixava o lugar, dando suas últimas recomendações à filha. Então acompanhou Angeline.

Entraram em um elevador e a ruiva enfiou uma chave no painel antes de apertar B3. O elevador começa a descer, a música ambiente tocando suavemente. Angeline nada diz, mantendo um sorriso no rosto o tempo todo.

A porta do elevador se abre, dando passagem à uma antessala com um corredor. Um homem negro em ternos e gravata pretos, auricular no ouvido, espera na parede em frente. Com mais de um e noventa, grande como um armário, era também muito bonito – o tipo de pessoa que poderia ser um modelo fotográfico ou até ator de Hollywood, nunca um simples guarda-costas. Não possuía nenhuma expressão, permanecendo sério o tempo todo. Deu um "boa noite" discreto às damas, mas não se moveu de sua posição nem um milímetro, limitando-se a levar o pulso à boca e dizer "elas chegaram" a quem quer que estivesse ouvindo. Angeline parou diante dele, à espera.

A parede espelhada possuía muitos quadros, de vários tamanhos. Não eram do mesmo estilo ou até da mesma época, alguns eram fotos e outros, pinturas. Mas eram todos retratos.

Angeline Durand

Eu e o doce Angelo aqui somos uma dupla. Angelo e Angeline, velando pelos filhos e filhas de Caim!

Ela diz isso como um gracejo, ergue-se na ponta dos pés (embora não fosse exatamente baixa, era uns dez centímetros menor que o guarda) e beija o homem no rosto. Ele dá um meio sorriso desconfortável antes de voltar à sua expressão firme e ela sorri ainda mais, satisfeita com o resultado.

Enquanto espera, Abigail pode ver os quadros na parede. Em um instante ela consegue ver fotos e pinturas de três pessoas, que se repetem sem uma ordem clara. Há uma ruiva que, obviamente, só pode ser Angeline. Mas em muitos casos não parece, pois há momentos em que ela aparece mais jovem, em outras até um pouco mais velha. O cabelo pode ter diferentes cumprimentos, incluindo uma foto que parece ser dos anos sessenta onde ela os tem curtos e usa uma coroa de flores em estilo hippie. A Tremere vê um quadro em que a ruiva aparece e que, pelo estilo, indica o século XVII ou XVIII. Ela está sentada no chão, aos pés de um trono onde um homem de longos cabelos loiros se senta. Ambos vestem-se como nobres franceses do Antigo Regime. O homem loiro se senta de forma displicente e mantém um sorriso cativante no rosto.

Falando nele, é a figura mais retratada. Há quadros de diversas épocas em que ele sempre aparece – como Angeline, há mudanças no penteado e na barba, mas o rosto quase não muda. Chama a atenção uma pintura – na verdade, parece ser uma reprodução, não um original – em traços medievais (anteriores aos estudos anatômicos dos pintores renascentistas) de um homem loiro usando uma armadura completa. De espada à cinta, ele apoia-se sobre um escudo com um brasão: um dragão dourado sobre um fundo branco.

E, por fim, há um terceiro homem. Caucasiano, como os outros dois, cabelo preto, dele só há fotos – nenhuma pintura. A mais "recente" parece ser dos anos 50: ele aparece usando um terno escuro (a foto é em preto e branco) de corte clássico e um chapéu Fedora. A mais antiga é realmente antiga, uma foto desbotada retratando-o vestindo uma farda britânica com chapéu comprido, apoiando um fuzil no chão e com um gramofone ao lado. Em algumas fotos ele estava junto de Angeline, em outras ele estava com o loiro – os três nunca apareciam juntos – mas em todas as imagens ele mantinha o semblante sério e a postura rígida, como se não estivesse confortável ao posar.

Angelo escuta algo no auricular e dá permissão para que sigam em frente.

Angeline Durand

Venha, vamos entrar.

Levou-a por outra porta, elas desceram um pequeno lance de escadas e agora Abigail se encontrava em um salão mais amplo. Era como voltar ao passado, com uma decoração típica dos salões de Luís XIV, embora em uma escala reduzida. Havia muitas poltronas e sofás. "Janelas" nas paredes emitiam luz artificial branca, em contraste com a luz dourada dos candelabros.

Belas mulheres sentavam-se nos sofás. Abigail viu uma loirinha pequena que devia ter um ou dois anos a mais que Magnólia ao lado de uma morena de corpo escultural. Outra loira, estonteante como Pamela Anderson, entregava latinhas de cerveja às duas e abria uma para si. Todas as três usavam vestidos curtos e decotados, semelhantes ao de Angeline, mas em vermelho, azul e roxo.

Um homem de cabelo e barba pretos postava-se em uma parede, braços cruzados atrás do corpo, postura firme. Abigail reconheceu o rapaz da foto no hall de entrada.

Sentado no sofá principal, ladeado por uma jovem de traços asiáticos e uma indígena de pele acobreada, ambas em trajes curtos, o homem loiro sentava-se de forma relaxada. De fato, estava muito relaxado: pernas abertas, braços descansando sobre o encosto do sofá, vestia calças de moletom vermelhas e um robe vermelho com arabescos em preto, aberto revelando seu torso impecável. Descalço, os longos cabelos caiam sobre os ombros, embora uma parte estivesse amarrada em um rabo de cavalo. Os olhos eram verdes como ágatas ou pedras de jade. Ele sorriu diante das moças e avaliou Abigail de cima a baixo e depois de baixo a cima, sem esconder a malícia em seu olhar. Abriu um sorriso aberto e levantou-se, tomando o cuidado de deixar a recém-chegada ver seu peitoral antes de fechar o robe e amarrá-lo à cintura. Era enorme, tendo mais de dois metros de altura, com um corpo forte que equiparava-se ao de Angelo, embora este fosse mais baixo.

Angeline Durand

Excelência, esta é Abigail da Casa Tremere. Srta. Abigail, este é Rugiaevit, o Presidente de Las Vegas, líder do Movimento Anarquista.

Rugiaevit

Ou pelo menos é o que dizem por aí. Prazer em conhecê-la, Srta. Abigail.

Ele toma a mão da Tremere e se curva-se para beijar seus dedos em um gesto cavalheiresco.

Protagonista:

O cartão abre a porta. Há um para você e outro para sua filha. A Gerência possui um cartão-mestre, claro, para emergências, mas respeitamos a privacidade e garantimos a segurança de nossos visitantes. É questão de princípio para nós. Meu povo tem uma longa tradição envolvendo a hospitalidade e todos os nossos hóspedes são nossos convidados. O Presidente vai lhe contar.

Este é o Palace Power Premium Suite. Esta parte vai lhe interessar.

Um lugar seguro para dormir durante o dia. Todos os atendentes de serviço de quarto desta suíte são funcionários especiais, preparados para atender a qualquer solicitação da senhora ou de sua filha.

Eu e o doce Angelo aqui somos uma dupla. Angelo e Angeline, velando pelos filhos e filhas de Caim!

Excelência, esta é Abigail da Casa Tremere. Srta. Abigail, este é Rugiaevit, o Presidente de Las Vegas, líder do Movimento Anarquista.

Ou pelo menos é o que dizem por aí. Prazer em conhecê-la, Srta. Abigail.

Abigail reparava que Rugiaevit realmente falava com um sotaque francês, embora bem mais leve que Angeline.

Rugiaevit

Hahaha, sim, estamos todos indo bem. Você já conheceu Angeline, claro. Deixe eu apresentar minha outra cria, James Kissinger.

O homem parado no canto vem adiante ao ter seu nome ditado. Ele se curva levemente para Abgail sem tirar os braços de trás das costas.

James Kissinger

Boa noite, Srta. Abigail.

O sotaque dele é totalmente britânico.

Angeline Durand

Jim é meu irmão caçula de cara séria.

Angeline abraça o outro, dando um beijo em seu rosto. Agora os lábios da mulher ficam gravados no rosto do sujeito, como uma marca. Não era o batom, haviam sido impressos na pele.

Rugiaevit

Quanto à sua preocupação, é compreensível. Formalmente, membros de uma Seita não são obrigados a permitir que os das demais tenham residência ou refúgio, mesmo temporário, mas eu estendo minha proteção a todos os meus clientes. Assim, enquanto estiver em meu hotel é minha convidada e pela minha honra nenhum mal lhe será causado, desde que respeite minhas regras. Eu não exijo muito, apenas que não tente recrutar meu pessoal e, o mais importante, não cace entre os clientes do hotel e do cassino. Aliás, nem no nosso Domínio. Posso prover alimentação, o telefone do seu quarto está ligado a um atendente especial e ele poderá entregar o que deseja, assim como provemos prostitutas ou drogas a nossos clientes mortais, desde que paguem o suficiente, sejam VIPs o suficiente. Peço que não lute no hotel ou use seus poderes ostensivamente. Se tiver diferenças com algum Membro, procure as irmãs Arenas no Arena Gun Club – pode dizer que eu a indiquei – e elas podem arranjar que vocês resolvam suas divergências em um local apropriado, com as armas ou Disciplinas que concordarem em usar, até a morte ou o primeiro sangue, como queiram. Os Brujah adoram aquele lugar. O Sabá também, embora eles não tenham nenhum refinamento. Se por ventura o Tratado vier a ser desfeito durante sua permanência no Caesars, nenhum mal lhe será causado desde que não se envolva nos conflitos. Se desejar partir, terá salvo conduto até a Blue Diamond Road em Enterprise, mas fora do prédio não posso garantir sua segurança se decidir tomar a rota para o McCarran ou para Las Vegas, que está em uma área em disputa entre as três Seitas.

A Blue Diamond Road era a rodovia que permitia a saída da cidade pela rota 160, ao sul. O McCarran International Airport era o principal aeroporto da cidade e ficava em Paradise.

Rugiaevit

O Arena Gun Club e o FIZZ são nossos principais locais de encontro, nossos "elísios", por assim dizer. Claro que isso não existe entre os Anarquistas, mas os responsáveis por estes locais podem garantir o respeito por sua própria conta. O Arena é para o pessoal mais combativo, lá você vai encontrar motoqueiros, atiradores desportivos, caçadores. Brujah, Gangrel e alguns Ravnos gostam de ir ali. Jim vai muito lá, ele pode te levar. Já o FIZZ é uma boate para aqueles que querem mais... refinamento. Angeline adora. Tem muito Toreador, alguns Ventrue... vem gente até da Torre, é um lugar para as "tribos" se encontrarem. Já vi alguns Sabás por lá também.

Angeline Durand

Vou te levar lá! A não ser que prefira meu irmãozinho aqui...

James faz um gesto de desconforto e afasta Angeline, que ainda estava agarrada a ele. Ela faz uma cara fingida de mágoa.

Protagonista:

Boa noite, Srta. Abigail.

Vou te levar lá! A não ser que prefira meu irmãozinho aqui...

Angeline Durand

Vai ser ótimo!

Angeline parece legitimamente feliz com isso. Já James se limita a acenar em concordância.

Rugiaevit

Ó, temo que ela detestaria estar comigo. Infelizmente os mortais não costumam lidar bem comigo, acho que os deixo meio nervosos. Minhas companheiras e guardas mais próximos estão acostumados, mas o resto… por isso deixo Angeline lidar com o RH.

Protagonista:

Tendo se despedido de Magnolia, Abigail parte com Angeline. Elas entram em uma Ferrari dourada com detalhes em platina, com uma placa que diz "QUEENOF:hearts::hearts:", e seguem pelas ruas rumo ao clube, no limite de velocidade.

Angeline Durand

Então, Abigail… posso te chamar de Aby? Se quiser, pode me chamar de Angie. Então, há quanto tempo você está com a Torre?

Protagonista:

Angeline pensa um instante, então dá de ombros.

Angeline Durand

Bem, não é um segredo quando metade da cidade sabe. Sou do Clã do Dragão, que chamam Tzimisce. Os Demônios. Mas meu Senhor nunca foi do Sabá. Ele lutou na Primeira Revolta Anarquista, mas não tomou parte nem na Convenção dos Espinhos e nem na formação da Espada de Caim.

Ela vira em uma rua.

Angeline Durand

Estamos chegando. Nunca pensou em mandar seus anciões à merda? Decidir seu próprio destino?

Protagonista:

Bem, não é um segredo quando metade da cidade sabe. Sou do Clã do Dragão, que chamam Tzimisce. Os Demônios. Mas meu Senhor nunca foi do Sabá. Ele lutou na Primeira Revolta Anarquista, mas não tomou parte nem na Convenção dos Espinhos e nem na formação da Espada de Caim.

Estamos chegando. Nunca pensou em mandar seus anciões à merda? Decidir seu próprio destino?

As luzes de neon de Vegas iluminavam a noite como uma estrela na escuridão do Deserto de Mojave. Em algum lugar lá fora um lobo uivou e sua matilha respondeu. Em outro um homem corria por sua vida perseguido por monstros saídos de um pesadelo.

Mas nas ruas da Cidade do Pecado a maior ameaça eram os cassinos, criaturas que sugavam o sangue – e a alma – daqueles que entravam por suas portas, dispostos a arriscar o seu último centavo na roda da deusa da sorte. Mas Fortuna é cruel e favorece os fortes.

E força era algo importante, Abigail sabia. A proposta de Angeline abria uma possibilidade, mas não era suficiente. Angeline não parece incomodada com a recusa – talvez esperasse por isso.

Angeline Durand

Entendo seu ponto. Na verdade nós Anarquistas também temos nossas ambições, mas a Camarilla beneficia os velhos. No Movimento nós realmente podemos fazer as coisas, sabe? Um Neófito pode ser um Barão ou Presidente. Verdade que Rugiaevit é nosso líder agora, mas não precisa ser assim para sempre. Aqui entre nós, ele ficaria mais feliz transando e bebendo sangue a noite inteira do que lidando com política. É por isso que ele me Abraçou, sabe, pra lidar com essas coisas. Mas ele é muito forte e mantém a Camarilla e o Sabá em cheque. Você não estava aqui na guerra, não viu o que ele é capaz de fazer quando está bravo. Só digo isso para você entender que os cargos são muito mais fluidos aqui que na Torre, onde um Membro pode ser Xerife por trezentos anos sem abrir nenhuma brecha para outros que de repente poderiam fazer o serviço até melhor do que ele.

Então ela abre um sorriso largo e muda de assunto.

Angeline Durand

Mas, então, essa sua proposta de amizade... ela vem com benefícios?

Ousada, ela põe a mão direita na perna de Abigail.

Protagonista:

Entendo seu ponto. Na verdade nós Anarquistas também temos nossas ambições, mas a Camarilla beneficia os velhos. No Movimento nós realmente podemos fazer as coisas, sabe? Um Neófito pode ser um Barão ou Presidente. Verdade que Rugiaevit é nosso líder agora, mas não precisa ser assim para sempre. Aqui entre nós, ele ficaria mais feliz transando e bebendo sangue a noite inteira do que lidando com política. É por isso que ele me Abraçou, sabe, pra lidar com essas coisas. Mas ele é muito forte e mantém a Camarilla e o Sabá em cheque. Você não estava aqui na guerra, não viu o que ele é capaz de fazer quando está bravo.

Só digo isso para você entender que os cargos são muito mais fluidos aqui que na Torre, onde um Membro pode ser Xerife por trezentos anos sem abrir nenhuma brecha para outros que de repente poderiam fazer o serviço até melhor do que ele.

Mas, então, essa sua proposta de amizade... ela vem com benefícios?

Angeline abre um largo sorriso enquanto para o carro diante de uma fachada magnífica, toda dourado e marrom-chocolate. Acima da entrada lia-se "FIZZ Las Vegas".

Angeline Durand

Chegamos. Agora, o FIZZ tem um espaço comum e o exclusivo. Ele é aberto para todos os Membros signatários do Tratado – como você foi reconhecida pelo Presidente e estou contigo, está tudo certo. Mas você só tem esses benefícios no nosso território, ainda terá que se apresentar ao seu Príncipe se quiser aproveitar a parte da Camarilla E terá que comparecer ao encontro mensal no Westgate Casino para que todos os Membros da cidade saibam que você é parte de nossa comunidade. Os Anarquistas se dividem principalmente entre aqui e o Arena. Seria algo como um "elísio" para nós, eu diria. Mas tenha cuidado, embora os FIZZ, como nos chamamos, sejam mais "tranquilos" que os Arenas, aqui nem todos são tolerantes com a Torre e embora não possamos nos atacar sem motivo, você pode encontrar resistência caso anuncie sua filiação abertamente. Não direi nada se não for perguntada, mas não vou mentir, está bem? Agora, quer fazer alguma pergunta antes de ser apresentada à nata Anarquista de Vegas? Ah, você pode caçar aqui, se estiver com fome. Se perguntarem, diga que eu autorizei. Huahuahua.

Abigail se lembrava que os Anarquistas na verdade não possuem "elísio", cabendo aos responsáveis pelo Domínio assegurar – ou não – a paz em um ambiente. Rugiaevit havia deixado claro que não tolerava violência em seu hotel-cassino, mas seria o mesmo ali?

Protagonista:

Chegamos. Agora, o FIZZ tem um espaço comum e o exclusivo. Ele é aberto para todos os Membros signatários do Tratado – como você foi reconhecida pelo Presidente e estou contigo, está tudo certo.

aqui nem todos são tolerantes com a Torre e embora não possamos nos atacar sem motivo, você pode encontrar resistência caso anuncie sua filiação abertamente. Não direi nada se não for perguntada, mas não vou mentir, está bem?
Agora, quer fazer alguma pergunta antes de ser apresentada à nata Anarquista de Vegas? Ah, você pode caçar aqui, se estiver com fome. Se perguntarem, diga que eu autorizei. Huahuahua.

Angeline Durand

Bem, somos Anarquistas, a única Tradição que reconhecemos é a Máscara. Por aqui, um Membro não-reconhecido terá alguma resistência por parte dos locais, mas ninguém vai caçar o infeliz, estacar e deixar ao sol. Claro, ele também não poderá zanzar pelo território das outras Seitas, pois Camarilla e Sabá são muito mais implacáveis com invasores. Eles têm algozes e bandos selvagens espalhados por suas áreas pra manter os encrenqueiros longe.

Dúvidas tiradas, elas saem do carro. Um valete vestindo terno branco pega as chaves de Angeline com uma mesura e retira o veículo. Há uma fila enorme na porta e seguranças vigiam e mantém a ordem. Um homem cumprimenta Angeline com a cabeça e remove a fita que bloqueia o acesso à porta, permitindo a passagem das duas à frente das pessoas que aguardam, entre frustradas, irritadas e admiradas. Quem eram aquelas modelos que acabavam de entrar no melhor point da cidade?

Quando entraram escutaram Beyoncé no alto falante. O FIZZ era um bar e estava cheio, a despeito de ainda ser quinta-feira. Fotos de artistas e atletas famosos estavam espalhados pelas paredes, autografados: Michael Jackson, Dr. Dre, a própria Beyoncé... Angeline se aproximou do balcão e pediu uma bebida à bela bartender que servia naquele momento.

Angeline Durand

Bebe alguma coisa? Pede aí, por minha conta.

Ela se virou e olhou ao redor, observando a agitação. Os frequentadores eram bem diversificados, de todas as idades, para todos os gostos, embora as roupas traduzissem refinamento e bom gosto.

A Tzimisce sorriu ao ver alguém que chamou sua atenção. Sussurrou no ouvido de Abigail.

Angeline Durand

Acho que vou de comida coreana hoje. Ali tem um gatinho que atraiu meu interesse. Volto daqui há pouco e te levo lá pra cima, tá? Aproveita e arruma alguém aí. A gente costuma usar o banheiro. Aqui ele é unisex.

Ela se afasta em direção a um rapaz asiático – Abigail já podia sentir a aura de confiança e atração que cercava Angeline, ela era como uma deusa que havia descido à Terra e os mortais abriam caminho à sua passagem. Eram plebeus e ela era sua rainha. E a rainha tinha um favorito: o rapaz embasbacado, que parecia com um dos k-poppers que Magnolia gostava tanto, segurando um Martini, não desviava o olhar da mulher escultural que era até mais alta que ele. Ela não precisou de muito para discretamente arrastá-lo consigo rumo ao banheiro que havia indicado anteriormente. Ela ainda olhou para a Tremere e deu uma piscadela, desaparecendo porta à dentro com sua "vítima".

Abigail tinha uma ampla disposição de fontes à sua frente e podia se dar ao luxo de escolher.

Off:

Protagonista:

Bebe alguma coisa? Pede aí, por minha conta.

Acho que vou de comida coreana hoje. Ali tem um gatinho que atraiu meu interesse. Volto daqui há pouco e te levo lá pra cima, tá? Aproveita e arruma alguém aí. A gente costuma usar o banheiro. Aqui ele é unisex.

Nirn chegou ao lago que refletia a lua crescente no céu. Parado e cristalino, iluminado pelas estrelas, parecia um pequeno pedaço de um Paraíso primordial do qual os seres humanos foram expulsos para nunca mais retornar.

Enquanto observava o corpo d'água e as formações rochosas que davam nome ao lugar, ele ouviu passos suaves atrás de si. Ao se virar, viu um coiote que o olhava com curiosidade.

O coiote notou ter sido percebido. Ao invés de recuar, mudou. Aumentou de tamanho, o pelo tornou-se um casaco de couro, revelando um homem vestido camisa preta e calças jeans surradas. Um nativo-americano.

Shilah

Boa noite, colega. Sou Shilah, o guardião deste lago.

Ele para, à espera, cabeça inclinada em um gesto interrogativo. Mesmo em forma humana, ainda é como encarar um coiote.

Protagonista:

Quando Abigail retornou da mulher que havia sido sua última fonte, encontrou Angeline esperando no balcão, recostada, exibindo suas belas formas sob o vestido. Ela sorriu ao ver a Tremere, que lhe sussurrou ao ouvido quando esta chegou perto.

Angeline Durand

Parece que alguém se divertiu. Tirou a barriga da miséria, heim, 'miga? Espero que tenha sobrado um pouco pra mim…

E lambeu os lábios, provocante.

Angeline Durand

Vamos indo. Os VIPs nos aguardam.

Tomou-a pelo braço e conduziu-a a uma escadaria protegida por outro segurança. Este destravou a fita que bloqueava o acesso e deixou-as passar sem dizer nada, sua atenção direcionada para o ambiente agitado, à procura de problemas.

Eles subiram até um mezanino que era separado do resto por janelas de vidro que, se por dentro permitiam que todo o salão abaixo fosse visto, por fora eram apenas espelhos que ampliavam o espaço e reforçavam o poder das luzes ambientes.

O mezanino era relativamente grande, parte dele indo além do espaço do salão abaixo – uma porta era visível atrás do balcão onde um bartender de sorriso contagiante permanecia de prontidão.

Em uma das mesas com poltronas semicirculares sentava-se um casal. O rapaz parecia estar no fim da adolescência, 17 a 19 anos no máximo. A mulher, um pouco mais velha, uma loira exuberante em couro, era muito mais alta que ele – enquanto este tinha por volta de 1,80, ela tranquilamente alcançava quase uns dois metros. Aos pés dele deitava-se um enorme cão de pelo branco como neve. Ambos bebiam drinks coloridos, com frutas.

Por fim, em um canto, de pé perto da janela, havia outro casal conversando. A mulher vestia couro preto e tinha uma coruja cinzenta pousada no ombro. Já o homem...

Rugiaevit era grande e mesmo a mulher loira ali era muito alta, mas aquele homem era ENORME. Provavelmente passava dos 2,10 metros, sua cabeça quase batia no teto. Uma montanha em forma de gente. Com as mãos nos bolsos, postura relaxada, agia como alguém que claramente não parecia ter motivos para temer alguma coisa.

A despeito de haver muitas pessoas ali, o lugar parecia vazio tendo em vista o tamanho do lugar. Claramente aquele local era reservado para pessoas muito especiais. Abigail sabia que tinha diante de si a nata dos Anarquistas de Las Vegas. Pelo desenrolar dos eventos aquelas pessoas poderiam ser seus aliados – ou seus mais mortais inimigos.

'Little' Carl

Angie, boa noite. Quem é sua amiga?

Angeline Durand

Boa noite, Little. Essa é Abigail. Aby, este é o "Little" Carl. Ele cuida do bar pra gente.

'Little' Carl

Mantenho as coisas girando. Prazer em conhecê-la, Srta. Abigail. É uma… "partidária"?

Ele estende a mão enquanto faz a pergunta.

Off:

Protagonista:

Shilah aguarda, imóvel, ouvindo a apresentação de Nirn. Então acente.

Shilah

Muito bem. Vejo que é um dos nossos. Sou Shilah o Guardião, cria da Mãe Rocha, cria de Tse'nahaha o Gigante, aquele que veio das florestas distantes do sul. Tenho velado por este lago há apenas dois anos, mas antes disso vaguei por todas as terras do Oeste. Somente eu vivo aqui. Os outros vêm e vão, mas um de nós deve proteger o lago. Neste lugar, você pode descansar.

A aura de Shilah se manifestava apenas como uma sombra pálida, de modo que Nirn não conseguia distinguir detalhes. Também não sentia nenhum cheiro em particular, exceto o frescor do lago, a poeira leve que soprava do deserto e o odor meio homem, meio animal que provinha do próprio Shilah.

Off:

Protagonista: