New York by Night - Contra-ataque

Alex Weise

Eu que agradeço, doutora. Isso foi bem... interessante. Tenha uma boa noite.

Eu deixo Loretta com seus problemas e retorno ao carro.

Alex Weise

Vamos pra esse endereço. – Eu passo o endereço para Emilia. – Resolveu a questão das galinhas?

Depois da resposta eu pego o telefone e ligo para o xerife, mas ele não atende. Deve estar ocupado. Eu deixo isso de lado por enquanto. Enquanto penso nos problemas que se acumulam, distraidamente começo a roer as unhas, traduzindo minha ansiedade.

Emilia Tawil

Vejo que tem muitos problemas, senhor. Não se preocupe, tudo vai se arrumar. Tenho fé.

Sorrio para ela pelo retrovisor central.

Alex Weise

Temos uma guerra contra o Sabá, uma doença misteriosa e agora alguém resolveu matar um pobre coitado e quebrar a Máscara no processo. E isso porque acabamos de voltar pra cidade.

Olho para a rua novamente e falo em um tom um pouco mais baixo, mais para mim mesmo.

Alex Weise

O que nos espera amanhã?

Emilia Tawil

Alex, como você espera que eu consiga meia duzia de galinhas em 20 minutos as 1h da manhã, na maior selva de concreto do mundo? Claro que não consegui, vou providenciar isso amanhã durante o dia, não se preocupe.

Ela tem um ponto.

Alex Weise

Achei que essa cidade nunca dormia. Muito bem. Acho que vou precisar de mais galinhas, essas seis mal vão dar para o almoço. Caramba, talvez precisemos abrir uma granja! Espero que os vizinhos não se incomodem...

Emilia Tawil

Fiquei sabendo aquele tão de Elon Musk ta querendo invadir marte, então... Retaliação dos marcianos?

Alex Weise

Hm... que gosto sangue de marciano teria? Bem, acho que nunca saberemos.

Chegamos ao bar e eu percebo que é frequentado por motoqueiros. Tsc, deixei meu look iconoclasta em casa... paciência.

Emilia Tawil

Parece que tem uma gangue lá dentro, o senhor quer que eu o acompanhe?

Eu olho para o bar e então para Emilia. A testosterona lá dentro deve dar pra encher o Rio Hudson... melhor não.

Alex Weise

Não creio que seja necessário. Mas fique atenta, se eu gritar venha com tudo.

Vejo ela sacar a pistola e checar a câmara. Então acena, positiva. Depois de olhar ao redor com atenção, desço do veículo e entro no estabelecimento.

Motoqueiro 1

Se perdeu, barão?

Eu sorrio de leve enquanto sinto aquela onda de autoconfiança me preencher completamente. Sim, essa sensação é muito boa. Eu me sinto o rei do mundo e eles bem poderiam ser meus súditos. Eu olho para o rapaz balançando a cabeça em sinal negativo.

Alex Weise

Não exatamente.

Aproximo-me do balcão e olho para o barman com meu melhor sorriso. Falo com ele em uma voz mais baixa.

Alex Weise

Bom dia, fera. Estou procurando informações sobre John Ellis. Você o conhecia? Sabe algo sobre ele?

Esse cara é mais resistente que a média, mas não sabe com o que está lidando – então o deixo ter uma ideia.

O encaro por alguns instantes, olhando direto para ele. Não digo nada, deixo o Sangue falar. Isso deve estabelecer uma posição clara na hierarquia aqui.

Enquanto isso, já me preparo para alguma altercação física, bombeando sangue para meus músculos, me deixando mais rápido e preparado.

Eu ergo uma sobrancelha, demonstrando curiosidade com a reação do valentão. Bom, acho que isso ensina respeito. Com um gesto curto de cabeça incentivo o barman a se aproximar. Falo com ele em um tom baixo.

Alex Weise

Agora, como estávamos conversando, você pode me contar algo sobre John Ellis, fera?

Quando voltou minha sua atenção para o barman, os motoqueiros que estavam no local aproveitam a oportunidade para correr em direção da entrada do bar.

O barman com um sorriso amarelo no rosto respondia assustado também.

Barman

John Ellis mora aqui na vizinhança, descendo a rua é o segundo prédio na esquerda, no outro quarteirão... Estava triste por que a esposa descobriu que ele estava a traindo com uma loira gostosa que trabalhava com ele, ele tava com medo dela pedir divórcio.

Alex Weise

John Ellis foi encontrado morto no beco ao lado do seu bar. Sabe de alguma coisa? O viu com alguém?

Barman

Sim sim, ele encheu a cara de whisky, 3 garrafas sozinho, estava para lá de bêbado, aí pegou uma prostituta... Feia igual coice de mula, acho que teve um ataque cardíaco antes de começar o ato e a mulher se assustou... Poderia ter chamado uma ambulância né? Quem encontrou o corpo foi o Harver quando saiu pra dar uma mijada...

Alex Weise

Pode descrever a mulher para mim?

Eu pego um caderninho e rascunho o rosto da pessoa. Acho que não ajuda muito, mas já dá uma ideia. Que mulher feia. Hm... Nosferatu? Isso não seria impossível. Faminta, pela atitude totalmente despreocupada com alimentação. Isso também significava que ela devia estar escondendo sua identidade com os poderes de disfarce do Clã.

Alex Weise

Valeu, cara. Aqui, por qualquer transtorno. Tenho certeza que seus clientes vão voltar em algumas horas.

Eu deixo algum dinheiro no balcão e saio do bar, indo até o beco em questão. Não quero tanto dar uma olhada no local do crime – não sou perito nisso. Mas vítimas de vampiros quase sempre deixam um fantasma perdido para trás – talvez possa ajuda-lo a entender a própria situação e juntos podemos encontrar sua algoz. E fazer alguma justiça.

Ao chegar ao local eu o observo por alguns instantes e me concentro.

Alex Weise

"John Ellis, você está aí? Manifeste-se!"

Sempre é difícil lidar com fantasmas criados a partir da violência, principalmente quando o fim é abrupto, inesperado e sem sentido. Penso muito em como os Membros deveriam preocupar-se com as consequências de seus atos – não se trata apenas de ceifar uma vida, mas de danificar sua alma.

Os Brujah são marcados por suas causas e seus ideais. Querem mudar o mundo, abolir o sistema e, em alguns casos, trocá-lo por outro que seria "melhor". Mas frequentemente degeneram em selvageria como todos os outros. Por tudo que ouvi, Cartago caiu não só por conta dos Ventrue e Malkavianos romanos, mas porque nossos próprios ancestrais cometeram erros terríveis na condução do Sonho.

Não podemos revolucionar o mundo se não revolucionarmos a nós mesmos.

Esse é meu ideal, essa é minha causa. É por isso que eu luto. Luto para que não haja mais "John Ellis". Talvez seja uma causa perdida, mas não posso fazer nada – brigar por causas perdidas está no Sangue.

Alex Weise

"John Ellis, você sabe onde está? Sabe o que lhe ocorreu? Deixe-me ajuda-lo.

Bem, pelo menos ele não estava desorientado completamente.

Alex Weise

"Sim, você faleceu. Sinto muito. Mas você pode se libertar, John. Me ajude a encontrar sua assassina, vamos leva-la à Justiça. Você sabe onde posso encontra-la? Consegue senti-la? Ela te matou, então deve haver alguma conexão que só você tem!"

Alex Weise

Isso pode ser útil. Vamos falar com esse Jeff, então. Onde ele está?

Eu não sei, ele foi embora do bar quando encontraram meu corpo... Mas o Berto deve saber onde encontrar ele.

Alex Weise

Berto é o barman, certo? Tá, vamos voltar lá e falar com ele.

Retorno ao bar e Berto está tão solícito quanto antes. Bom.

Alex Weise

Opa, Berto, né? Onde posso encontrar o Jeff?

Ele vem todas as noites aqui por volta das 8h a hora que ele vai embora depende do movimento e o que ele tem que fazer.

Alex Weise

Deixa eu adivinhar, ele foi um dos que saíram correndo agora há pouco?

Não, o Jeff não faz parte da Queen's Knight, mas eles usam bastante a mercadoria do Jeff.

Alex Weise

Entendi. Você não tem o contato dele, então?

Se eu não tiver, não preciso entregar pra polícia.

Alex Weise

Inteligente. Muito bem, acho que terei que voltar amanhã. Espero que aqueles caras estejam mais comportados então.

Provavelmente não vão querer chegar perto de você... Senhor, sei que você tem seus assuntos pra resolver, mas se os Queen's Knight mudarem de ponto, eu vou perder boa parte da minha clientela fixa. Se possível, gostaria de evitar isso.

Alex Weise

Entendo. Olha, eu quero apenas obter respostas. Vamos fazer um acordo. Você tenta obter do Jeff informações sobre Helen Desiré – eu preciso encontrá-la. Se conseguir isso pra mim e me ligar amanhã até, digamos, meia-noite, eu não virei até aqui. Que tal assim?

Combinado chefe, muito melhor – Ele tem um sorriso no rosto, deve estar tranquilo quanto ao futuro dos seus negócios.

Deixo o meu "número profissional", o mesmo que utilizo para falar com Loretta e muitos na Camarilla. Só Emilia, minhas empregadas e Ecaterina possuem meu número privado. Me despeço e, lá fora, perto do carro, falo com John.

Alex Weise

Olha, John, como viu nossa investigação só poderá prosseguir amanhã. Eu vou te invocar quando for atrás dessa Helen. Até lá, vou te recomendar procurar por Margot Sant'clair. Ela é uma conhecida minha aí desse lado e vai te acolher e te explicar as coisas como funcionam, tá? Pode ser assim?

Pode ser, mas como eu encontro ela? NY é gigante.

Verdade. Então eu consigo contatar um dos diversos fantasmas locais com os quais possuo relações e lhe peço que cuide disso. Fico "devendo um favor", é claro, mas prestações é o fundamento da economia dos mortos-vivos. Não é grande coisa aceitar um favor tão pequeno.

Enquanto entro no carro, ligo novamente para Levi Athan, que desta vez me atende.

Alex Weise

Boa noite, Sr. Athan. Aqui é Alex Weise. Eu cheguei a NY hoje – minha Senhora está preocupada com o conflito. Infelizmente ela está lidando com outras coisas e não poderá vir, então pediu-me que a representasse. Eu encontrei uma pequena ameaça à Máscara – a polícia descobriu um corpo quase sem sangue em um beco. Já lidei com o legista, não creio que teremos maiores problemas, mas estou na pista do infrator. Achei que devia informa-lo. O senhor deseja que continue na investigação?

Eu tinha minhas razões pessoais para me envolver. Um homem inocente estava morto. A Camarilla não proibia o assassinato de mortais e com certeza o Príncipe não derramaria uma lágrima por John, mas eu podia usar a desculpa da quebra da Máscara para obter alguma justiça para ele. Era o mínimo que podia fazer. E sei que Ecaterina aprovaria isso – ela sempre disse que "violência contra inocentes deve ser punida" e que é um grave pecado "recusar-se a defender um princípio moral por medo ou covardia".

Mas, por outro lado, aquela também era uma jogada, claro. Na verdade, não era meu trabalho realmente ir atrás do criminoso – já havia feito bastante apenas concertando o estrago. Agora, se o Xerife quisesse que eu fizesse o seu serviço... bem, uma mão lava a outra. O ancião sabia bem o que isso significava. Novamente, favores são a base de nossa economia.